INTERIOR
Santa Rosa do Purus também quer sair do isolamento; prefeito diz que barcos demoram até 15 dias para chegar com mantimentos
Evandro Cordeiro
Os moradores do município de Santa Rosa do Purus, um dos três últimos isolados por terra no Acre – os outros dois são Jordão e Marechal Thaumaturgo, parecem ter ficado com saída inveja de quem mora em Porto Walter, que acaba de ser tirado do isolamento pelo atual governo. Puxados pelo seu prefeito, o empresário Tamir Sá (MDB), que há anos sofre por causa desse isolamento, viram na atual gestão do Estado a possibilidade de saírem dessa ‘prisão’, depois de décadas.
A vila de Santa Rosa do Purus foi transformada em Município pela Lei Estadual n° 1028 de 28 de abril de 1992, promulgada pelo então Governador, Edmundo Pinto de Almeida Neto. O seu território foi desmembrado do município de Manuel Urbano. Situado às margens do rio Purus, seu limite começa no marco internacional da fronteira Brasil / Peru, localizado próximo a nascente do rio Santa Rosa do Purus, limitando-se também com os municípios de Feijó e Manuel Urbano. Para chegar até sua sede, apenas duas alternativas: avião ou por água. Pelo ar, denuncia o atual prefeito, as empresas aéreas praticam extorsões. Por água, no verão, um batelão com capacidade para 40 toneladas demora cerca de 15 dias entre Manuel Urbano e o município. Valor da carga: R$ 1 real o quilo.
Com tantos problemas ocasionados por esse isolamento secular, o atual prefeito iniciou uma campanha para, junto com o governo do Acre, sensibilizar os órgãos ambientais a liberação de uma estrada, que precisará cruzar reservas indígenas. “A gente se adequa as leis ambientais, porque precisamos sair do isolamento”, diz o prefeito.
Nesse vídeo gravado para o AcreNews, o prefeito Tamir expõe parte do preço que os munícipes pagam pelo isolamento:
NOTÍCIA BOA
A campanha do prefeito Tamir Sá em prol do fim do isolamento de seu município coincide com uma informação passada com exclusividade pelo diretor presidente do Deracre, Petrônio Antunes. Ele disse ao Acrenews que estudos de solo, ambientais e arqueológicos já foram inclusive iniciados. Depois desses estudos é que os órgãos ambientais serão consultados para se chegue a decisão de incitar a abertura de uma estrada que tire o município do isolamento.
Por questões eleitorais, afim de não prejudicar o governador Gladson Cameli (PP), que está em campanha para a reeleição, Petrônio prefere deixar essa discussão e revelar mais detalhes a partir do mês que vem. Mas admite que vem notícia boa para os cerca de 7 mil moradores de Santa Rosa.
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