ESPORTE
Time de baixinhos do futebol acreano
Esportes de contato, onde os adversários frequentemente esbarram, exigem, via de regra, jogadores fortes e, de preferência, de boa estatura. Atletas de voleibol ou de basquetebol de menos de dois metros de altura são cada vez mais raros. Praticamente não se vê jogador menor do que isso.
No futebol, embora a altura dos jogadores não seja um requisito tão necessário, é certo que os treinadores preferem os caras mais, digamos, encorpados. E isso não é de hoje não. Isso já vem dos primórdios. E existe uma lógica nessa preferência, principalmente para os bons cabeceadores.
Nesse sentido, quando a gente chega num jogo (ou treino) de um time e vê um jogador baixinho no meio do grupo, tipo de 1,60 para menos, pode começar a prestar a atenção nele. Com certeza aquele sujeitinho (com todo o respeito) é um dos mais habilidosos da turma. É “o cara”, por assim dizer.
Essa conversa surgiu no espaço entre as minhas orelhas porque um dia desses eu me peguei lembrando de grandes jogadores de baixa estatura que escreveram belas páginas na história do futebol acreano. Foram muitos. Tantos que eu até pensei num time formado só por baixinhos. Vejamos.
Goleiro: Tinoco. Lateral-direito: Carlos Mendes. Zagueiros: Pedro Louro e Caxi. Lateral-esquerdo: Erivaldo. Tripé de meia cancha: Borges, Pingo e Bolinha. Trio de atacantes: Nilson, Paulinho Rosas e Bico-Bico. E ainda haveria espaço nesse time para o treinador: Tinoco ou Coca-Cola.
Acrescente-se o principal time em que cada um deles jogou. Tinoco: Juventus. Carlos Mendes: Juventus. Pedro Louro: Rio Branco. Caxi: Andirá. Erivaldo: Atlético. Borges: Floresta. Pingo: Amapá. Bolinha: Juventus. Nilson: Juventus. Paulinho Rosas: Juventus. Bico-Bico: Independência.
Alguns desses caras merecem até comentários à parte. Casos do Tinoco, que compensava a baixa estatura com um senso de posicionamento absurdo; do Pedro Louro, que saltava para cabecear acima de atacantes bem mais altos; e do Bico-Bico, que era dono de uma velocidade quase irreal.
E casos também do Bolinha, do Nilson e do Paulinho Rosas, craques dos quais só se podia roubar-lhes a bola mirando no meio do corpo deles. E ainda assim, muitas vezes nem o sarrafo os parava. É que os caras eram, de verdade, além de habilidosos, “bem mais lisos do que sabonete molhado”.
Mas, para ser justo, os baixinhos notáveis do futebol acreano não foram somente esses citados. Enquanto escrevia eu lembrei de outros. Lembrei de Santarém (Vasco), Jone (Rio Branco), Pituba (Andirá), Abacate (Floresta) e Evandro (Rio Branco). Baixinhos mágicos com a bola nos pés!