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Tribunal de Justiça do Acre realiza o casamento de 140 casais em Tarauacá por meio do Projeto Cidadão; evento parou a cidade
A quadra da Escola Professor Augusto de Araújo, em Tarauacá, se transformou em cenário de emoção na tarde deste domingo, 1º, com a realização do Casamento Coletivo realizado pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), por meio do Projeto Cidadão. Enfeitado com flores, o espaço escolar deu lugar à celebração da união de 140 casais que disseram “sim” para um novo capítulo na vida.
Para Maria Graciane Araújo, 33 anos, e Jercildo Alves, 43 anos, a cerimônia teve um significado maior, pois a filha do casal, Sulamita da Silva, 18 anos, também estava oficializando a união de um ano com o parceiro Diones de Andrade, de 20 anos. Sentadas lado a lado, Maria Graciane e Sulamita destacaram a importância do momento para a família. “É algo diferente e marcante, casar no mesmo dia que a filha”, comentou Maria. Já a estudante, que estava com seu bebê de três meses no colo, diz ter sido uma emoção viver o momento. “Não é comum a filha e os pais casarem no mesmo dia. Estamos muito felizes”, ressaltou.
Os pais da jovem, que possuem vinte anos de relacionamento, falaram ainda que a cerimônia representou a realização de um antigo sonho. “A gente sempre quis casar no papel, mas nunca teve como. Hoje é um dia de bênção”, disseram.
Assim como eles, o casamento coletivo reuniu pessoas de todas as idades e histórias. Jovens apaixonados, casais com décadas de convivência, mães e pais com filhos no colo — todos unidos por um mesmo desejo: oficializar o sentimento que já os acompanhava no coração. Com 40 anos de relacionamento, Francisca de Oliveira e Raimundo Chagas representaram os casais mais experientes. Ela, com quase 70 anos, diz que o segredo para uma relação duradoura é amor e paciência. O que também foi concordado por seu Raimundo.
Na cerimônia, a juíza de Direito Stéphanie Winck fez questão de lembrar que o casamento vai muito além da assinatura de papéis e que o amor é uma escolha diária. Ela frisou sobre o respeito, paciência, generosidade e companheirismo. “Espero que ninguém esteja aqui casando obrigado. Estamos aqui porque vocês se escolheram para serem ajuda mútua. Tanto quanto a Constituição quanto o Código Civil fala que o casamento é baseado na solidariedade, no afeto e no respeito mútuo e isso não pode acabar entre vocês jamais”, disse.
Após o ‘sim’ coletivo, os recém casados obtiveram as certidões de casamento.
Processo
Para participar do casamento coletivo sem custos financeiros oferecido pelo TJAC, o casal precisa se inscrever no período de inscrições estabelecido pelo Projeto Cidadão. O processo é destinado a casais que comprovem hipossuficiência financeira, ou seja, que não possuem condições de custear um casamento civil tradicional. Durante a inscrição, o casal deve apresentar a documentação exigida pela equipe do TJAC que pode incluir certidão de nascimento original atualizada, comprovante de endereço e documentos de identificação (RG e CPF). Para divorciados, a certidão de casamento com averbação do divórcio e os documentos que comprovem a partilha de bens, para menores de 18 anos, a presença dos pais ou responsáveis com seus documentos de identificação, declaração de duas testemunhas maiores de idade que conheçam o casal e possam atestar que não há impedimentos para a união. O processo acontece em parceria com a Serventia Extrajudicial da cidade.