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ESPORTE

Último mês do ano

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Chegamos ao último mês do ano. E embora eu não saiba bem o que isso signifique, posto que a vida só ocorre no instante, o certo é que se convencionou entender que depois de decorridos doze meses desde que se foi o anterior janeiro é tempo de fazer balanços e renovar esperanças.

Penso que seria legal que, como num passe de mágica, quando virasse o novo ano tudo de ruim se resolvesse. Que os países em conflito bélico pudessem depor as armas, que as ideologias encontrassem um ponto comum, e que as torcidas não se vissem umas às outras como inimigas inconciliáveis.

O ódio e a incompreensão, aliás, no meu modo de entender as coisas, são os piores inimigos da humanidade. Um pequeno passo fora de casa e a gente sente o quanto as pessoas cada vez mais detestam o seu próximo, conforme este não faz ou não se comporta como elas assim o desejam.

Hoje mesmo (sábado, dia 13), quando saí do prédio onde eu moro para tomar café no bar da esquina, fui abordado por um sujeito vestido como um vampiro produzido por uma tela de Hollywood. Sujeito esse que queria um dinheiro qualquer. Como não atendi, ele xingou todas as minhas gerações.

Não me dei o direito de responder. Que tive vontade, tive sim. Mas antes de sair qualquer palavrão da minha boca, lembrei que era dia de Santa Luzia, padroeira dos cegos. Certamente o vampiro estava cego de ódio da humanidade, sabe-se lá os motivos. O entreguei nas mãos de Santa Luzia.

Como uma coisa puxa a outra e tudo se encadeia, como se não houvesse princípio nem fim, lembrei que a minha mãe Luzia Moura, se viva fosse estaria completando 112 anos. Ela, que saltou para a metafísica em 2006, adorava festejar o seu aniversário com muitos bolos e orações.

Tudo isso, o encontro com o vampiro e as lembranças, aconteceu numa fração de tempo que me tirou do espaço físico por alguns segundos. Tempo suficiente para que um motorista, talvez voltando de uma noitada regada a álcool e drogas, passasse buzinando furioso ante o meu pé fora da calçada.

Voltei inteiro o corpo para a calçada, assustado com tanta energia negativa num sábado de manhã, justo o dia do descanso, de acordo com a narrativa do gênesis. Enquanto esperava o sinal abrir olhei para o céu. Nem um pedacinho de azul à vista. Nuvens carregadas, ameaçando um dilúvio.

Acabei desistindo de ir tomar café no boteco da esquina. Resolvi voltar pra casa e fazer meu desjejum com um pedaço de pão do dia anterior e um suco de laranja artificial. É preciso ler os sinais. E os sinais me mandavam pra casa. É o último mês do ano. Oxalá daqui a pouco tudo esteja melhor!

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