POLÍTICA
União Brasil e PP discutem saída do governo Lula em meio ao julgamento de Bolsonaro
Os presidentes da federação União Brasil e PP se reuniram na manhã desta terça-feira (2), em Brasília, para discutir o provável desembarque do governo Lula (PT). O movimento ocorre em paralelo ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e em meio ao aumento da pressão de aliados por uma anistia ampla aos investigados da trama golpista. A apuração é do portal UOL.
O encontro reúne o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que desde o início defende a saída formal dos partidos da base. Lula, por sua vez, tem cobrado que ministros do Centrão assumam publicamente a defesa do governo, o que elevou a tensão interna.
Resistência de Fufuca e Sabino
Fufuca, único representante do PP no primeiro escalão, resiste à saída. O ministro mira uma das vagas do Senado pelo Maranhão em 2026 e contava com apoio de Lula, que mantém alta popularidade no estado. Para o presidente, a aliança seria estratégica em sua campanha de reeleição, mesmo sem o endosso da cúpula do PP.
Situação semelhante vive o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA). Aliados relatam que ele já admitiu a possibilidade de deixar o cargo, embora negue publicamente.
Sabino é considerado peça-chave para a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro, mas também enfrenta pressões de seu partido. Assim como Fufuca, ele avalia que o apoio de Lula seria um trunfo eleitoral em 2026. Até aqui, tanto Sabino quanto Fufuca defendiam a permanência das legendas no governo, ainda que sem compromisso formal para o pleito de 2026.
Estatais no centro da disputa
No Planalto, a avaliação é que, mesmo com o desembarque dos Ministérios, PP e União buscam preservar espaços estratégicos em estatais.
O PP hoje controla a Caixa Econômica Federal, cujo presidente, Carlos Vieira, assumiu em novembro de 2023 por indicação de Arthur Lira (PP-AL). A instituição é central no financiamento de programas sociais e obras de infraestrutura, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
Já o União Brasil mantém influência sobre estatais de grande capilaridade política, como os Correios e a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), que atua em mais da metade dos municípios brasileiros.
Via INFOMONEY