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ESPORTE

Val Manaus – A história do goleiro que um dia foi se dedicar a balançar as redes

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Por Francisco Dandão / Na Marca da Cal

Desde as primeiras peladas, nos diversos campinhos periféricos de Sena Madureira (onde nasceu, no dia 29 de outubro de 1979) e Rio Branco (para onde se mudou ainda muito jovem), o cidadão Valquilme Guimarães da Silva, que depois se transformaria no Val Manaus, entendeu que a sua missão no futebol seria defender os chutes dos atacantes adversários.

“Em Rio Branco, os meus contatos iniciais com uma bola de futebol foram no campo da Comara, num terreno pertencente à Infraero, nas imediações da Via Chico Mendes. Isso no ano de 1992. Tinha muito menino bom de bola naquela pelada. Mas eu só me lembro de dois que depois viraram profissionais do esporte: eu e o Pelezinho”, contou Valquilme.

“Time mesmo, organizado, com chuteiras e tudo, o meu primeiro, na adolescência, foi o São Cristóvão, na categoria juvenil, ainda como goleiro. Mas nesse tempo, como eu tinha habilidade com a bola nos pés, inclusive utilizando com a mesma eficiência tanto a perna direita quanto a esquerda, eu comecei a jogar no ataque, num time chamado Solimões”, explicou Val.

Na sequência, no ano de 1997, Val foi defender as cores do juvenil do Vasco da Gama. Na temporada seguinte, 1998, aos 19 anos, ele foi convocado para o banco de reservas do time principal do Almirante da Fazendinha. “O goleiro titular era o Carlinhos, que depois foi ser árbitro de futebol. A minha estreia foi numa derrota para o Independência”, disse Val.

Troca de posição e experiência amazonense

Adesg – 2004. Da esquerda para a direita: Da Silva, Biroca, Vampeta, Júnior Nal, Rogério, Val Manaus, Badu, Babuíno e Elton. Agachados: Marcelo, Renato Capelão, Jackson, Polyana (musa), Vaval, Samuel, Ronaldinho e Mixaria e Márcio Sabiá. Foto/Manoel Façanha

Em 2004, quando foi contratado para disputar o campeonato acreano pela Adesg, de Senador Guiomard, Val deixou definitivamente as traves e foi exercitar a sua vocação de artilheiro. Daí pra frente, até 2012, quando voltou ao Vasco da Gama para jogar sua última temporada como profissional de futebol, ele só foi visto rondando as traves dos diversos adversários.

Cliper (AM) – 2005: o atacante Val Manaus é o quinto, em pé, da esquerda para a direita. Foto/Acervo Pessoal Val Manaus

O apelido “Manaus” surgiu quando ele se transferiu para o futebol amazonense para defender as cores do Atlético Clipper Clube. “Esse apelido foi coisa do Pelezinho. Todas as vezes, antes dos jogos, ele dizia: ‘Hoje tem gol do Val Manaus’. Aí os demais jogadores foram repetindo a frase do Pelezinho. E aí o apelido grudou. Virei o Val Manaus”, falou o ex-craque.

Val Manaus, ao lado de um companheiro de equipe, comemora mais um gol com a camisa do Princesa do Solimões. Foto/Acervo Pessoal Val Manaus

O primeiro time do Val Manaus no estado do Amazonas abriu-lhe a portas para vestir várias outras camisas no futebol manauara. Dessa forma, entre muitas idas e vindas, de 2005 a 2012, ele jogou também no Sul-América, no Princesa do Solimões e no Olímpico. Detalhe: em todos os clubes o acreano de Sena Madureira deixou a sua marca de artilheiro.

Paralelamente, no mesmo período, ele vestiu as camisas, no Acre, dos seguintes clubes: Rio Branco, Independência, Atlético Acreano e Vasco. “Eu tive a sorte de jogar em alto nível em dois estados. Como as datas dos campeonatos estaduais não coincidiam, normalmente eu jogava num mesmo ano num time amazonense e em outro acreano”, garantiu Val Manaus.

Val Manaus, ao lado de um companheiro de equipe, comemora mais um gol com

Convite para jogar no exterior e arrependimento

Val Manaus confessou que o seu maior arrependimento no futebol foi não ter aceitado um convite para se transferir para o futebol do Equador. Mas, em compensação, apesar de haver desperdiçado essa oportunidade, ele contou que o esporte lhe deu muitas alegrias. “Ganhei alguns títulos, marquei muito gols, adquiri algumas coisinhas e formei a minha família”, afirmou.

Rio Branco – 2005. Em pé, da esquerda para a direita: Donizete, Dudu, Bonieque, Marinho, Val Manaus, Acosta, Raiscifran, Amarilzon, Norge Romero (médico), Selcimar Maciel (treinador de goleiros) e João Carlos Cavalo (técnico). Agachados: Zedivan, Ley, Zé Marco, Bazinho, Ananias, Zezé, Juliano César, Dema, Neib, Marquinhos Calafate e Manoel (massagista). Foto/Manoel Façanha.

O ex-craque não quis escalar uma seleção acreana, citando apenas alguns nomes que ele considera acima da média. Casos de Tidal, Papelim, Chicão, Tinda, Joãozinho, Gilmar, Chicão, Merica, Bico-Bico e Palmiro. Não se furtou, porém, em nominar o melhor técnico (Aderbal Lana) e o melhor dirigente (Natal Xavier) com quem ele trabalhou durante a carreira.

Independência – 2005. Em pé, da esquerda para a direita: Dudu, Paulinho Pitbull, Val Manaus, Bonieck, Acosta, Tom e Dorielson Mendes (treinador de goleiros). Agachados: Léo, Ciro, Neib, João Paulo e Ricardinho. Foto/Manoel Façanha.

Sobre o seu lance inesquecível, Val Manaus contou que foi vestindo a camisa do Princesa do Solimões, contra o São Raimundo. Num jogo anterior, o técnico o criticou dizendo que ele sequer suara a camisa. Daí, contra o São Raimundo, o atacante fez um gol de placa, pegando uma bola no ar. Aí ele deu o troco, falando que para fazer gol bonito não precisava suar a camisa.

Independência – 2005. Em pé, da esquerda para a direita: Josué, Dudu, Jota Maria, Careca, Amarilzon, Bonieque, Tom, Ciro, Acosta, Val Manaus e Dorielson Mendes (treinador de goleiros). Agachados: Léo, Neib, Marquinhos Calafate, Babá, Pelezinho, João Paulo Andirá, João Paulo e Victor Romero. Foto/Acervo Manoel Façanha.
Os atacante Pelezinho e Val Manaus com a camisa do Atlético-AC na temporada 2006. Foto/Manoel Façanha.
O atacante Val Manaus em ação contra o Independência, do zagueiro Djailton, com a camisa do Atlético-AC na temporada 2010. Foto/Antônio Assis.

Exercendo hoje a profissão de vigilante, Val Manaus finalizou a conversa com uma reflexão e um desejo. A reflexão: o futebol regional só vai subir de degrau quando surgirem iniciativas sérias voltadas para formação de atletas nas divisões de base. O desejo: voltar a trabalhar no futebol, seja como técnico de um time ou como treinador de goleiros.

O atacante vascaíno Val Manaus durante a final do Campeonato Acreano da 2ª Divisão. Foto/Manoel Façanha
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