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POLÍTICA

Valterlucio Bessa Campelo escreve: “Alysson está na disputa? Que comecem os jogos”

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Valterlucio Bessa Campelo, um dos mais preparados articulistas políticos do Acre, subscreve ai na frente sobre os bastidores pré-convencionais.

Alysson está na disputa? Que comecem os jogos

Valterlucio Bessa Campelo

Com a reunião desta quarta-feira, dia 03/04, nas hostes do PP, partido do governador Gladson Cameli, parece que a partir de agora o Alysson Bestene vai à luta com todos os apoios que puder arregimentar e, assim, dá-se freio a especulações de toda ordem. Embora tudo possa acontecer na política, por enquanto a decisão tende a impulsionar os candidatos à vereança que andavam meio desanimados e, ao mesmo tempo, é um banho de água fria na candidatura petista-emedebista de Marcus Alexandre, que esperava juntar forças com um Alysson acabrunhado, mas montado na máquina estadual para, com isso, catapultar a própria candidatura, numa espécie de “todos contra Bocalom”. Conheço gente que já esfregava as mãos.
Como observador distanciado da cena, faltando 6 meses para as eleições, penso que o governador e seu pré-candidato fizeram o movimento certo ao escapar dessa cilada. Essa história de que o candidato petista-emedebista está indo célere pra galera é balela de cabo eleitoral que se utiliza do velho ardil da profecia autorrealizável, aquela em que você repete que já ganhou, as pessoas acreditam, votam e o resultado é que você GANHA. No meio tempo, muita “pesquisa” é feita para dar verossimilhança à fraude.
Pode crer. Embora seja, conforme dizem, um sujeito do bem e um prefeito de memória algo controversa, Marcus Alexandre precisa gastar muita sola de sapato até superar Jorge Viana que nas últimas eleições para governador, Lula e companhia no palco, teve apenas 25% dos votos em Rio Branco. Isso com o próprio Marcus Alexandre na chapa. Na última para prefeito, em 2020, o candidato petista teve a preferência de apenas 4% do eleitorado de Rio Branco.
Muitos leitores (se os tenho), devem estar pensando: “Mas no MDB a coisa muda”. Jura? Na última eleição para prefeito em 2020, o bom Roberto Duarte que em seguida foi eleito Deputado Federal, teve apenas 6% dos votos pela sigla. Quem garante que agora, ainda mais depauperado politicamente (nenhum senador, nenhum deputado federal, apenas dois deputados estaduais), o velho bastião da democracia brasileira terá forças para levar seu candidato gerado em parceria com o PT, a uma vitória no primeiro turno, como profetizam algumas pitonisas? Essa conta não fecha.
Talvez tenha sido com esse espírito que, sabendo-se em desvantagem momentânea nas pesquisas (pesquisas eleitorais são, por definição, momentâneas), os líderes do PP resolveram fazer ouvidos moucos ao canto da sereia vermelho-azulada e abrir o próprio estandarte. Em resumo, a expectativa é de que o PP tenha candidato, manha sua personalidade política, não faça concessões à esquerda antifamília, anticristã e antipatriótica, não abra o governo à fuzarca pré-eleitoral e não troque afagos com quem ainda ontem os chamava de ladrões – o eleitor não compreenderia. O partido historicamente mais à direita do Acre percorrerá o município com seu candidato, demonstrará suas qualidades e sua capacidade, e o resto é com o povo. Conforme o manual, se, em um eventual segundo turno, ele tiver que fazer uma escolha, estará à cavalheiro e decidirá da melhor forma.
Sim, haverá viúvas daquele que não foi, mas poderia ter sido. É o de menos. Se, por acaso, algumas expectativas foram criadas, que se rompam. Ainda há tempo para ter a espinha ereta, a mente sã e o coração tranquilo, como diria o poeta Waltel Franco lá pelo final dos anos 70. A espinha ereta para que a população reconheça o partido, sua identidade e tradição conservadora, a mente sã para não se deixar corromper por tentações e promessas perniciosas e falsas, o coração tranquilo para realizar uma campanha franca e honesta.
Doravante, a questão que se apresenta aos candidatos, ainda em pré-campanha (essa jaboticaba brasileira) é oferecer ao eleitor, no limite da Lei, a melhor informação possível a respeito de todos os candidatos. De preferência, civilizadamente, sem caneladas antidemocráticas, mas procurar esclarecer a população sobre o que importa na próxima eleição municipal, ainda mais se tratando da capital do estado. É importante que as eleições sejam pedagógicas, instrutivas, que durante o processo de campanha os mais variados elementos de cidadania sejam postos perante a população, de modo a capacitá-la sobre os seus direitos, sobre o que está em jogo na democracia brasileira e sobre o papel que exerce cada um em sua esfera de atuação. Vivemos uma quadra política das mais importantes de nossa história, percebamos, portanto, que a partir do município precisamos garantir a democracia e os valores que fizeram esta grande nação.
Do ponto de vista meramente de gestão, é certo que o PP tem bons quadros políticos, detém muitas informações e técnicos competentes, pode elaborar um bom programa para o município e projetar em praça pública a sua Rio Branco dos próximos anos, para que os eleitores se sintam atraídos e partícipes das transformações que terão que ser graves e numerosas. Jogo aberto, jogadores prontos, lutem com honra.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor Percival Puggina e outros sites. Quem desejar adquirir seu livro “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)” pode fazê-lo por este LINK.

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