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ARTIGO

Valterlúcio Campelo: Marcus Alexandre prometeu o que não tinha para entregar

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Marcus prometeu o que não tinha para entregar – há consequências.

Valterlucio Bessa Campelo

O tempo está passando e tem gente agoniada com a demora na escolha do(a) companheiro(a) de chapa do petemedebista Marcus Alexandre para a disputa da prefeitura de Rio Branco. O candidato andou pisando na bola quando prometeu o que não tinha para entregar, pois, como sabem os mais experientes, esse negócio de que vice é escolha pessoal do candidato é conversa pra boi dormir. Dependente de alianças políticas, há que fazer concessões nem sempre do agrado íntimo.

O último lance foi o chega pra lá que o petista, digo, petemedebista, digo, emedebista, levou do bom Dr. Jenílson, do PSB. A causa revelada nos quatro cantos da cidade é que apesar dos falsos acenos pra todo lado, Marcus havia prometido ao Jenílson a companhia na chapa. Quando surgiu a quimera de que Alysson poderia ocupar a vaga, Jenílson levou o primeiro chute. Com a mudança de ventos e ida do Alysson para compor com o Bocalom, o PSD do Petecão apresentou-se com a moral de quem carrega no bornal uma grana considerável e exigiu a vaga para a esposa. Mais um chute no traseiro do Jenílson, que acusou o golpe e resolveu ser ele mesmo candidato à prefeito.

A vassalagem ficou tonta com a candidatura do Jenílson, um sujeito altamente preparado, que praticamente assegura o segundo turno. Na imprensa e nos corredores, só se fala nisso. Embora polarizada entre esquerda e direita, a entrada de um quarto candidato, este mais alinhado à esquerda, põe no jogo um novo nome capaz de provocar efeitos em 2026 que é para onde olham os caciques do PT-MDB. A esquerda não quer dar vez ao Jenílson que poderá atrapalhar o cenário montado para a disputa de governo e senado. Aliás, Jenílson não seria o primeiro a ser descartado como bagaço de cana pela engenhoca petista.

O Dr. Jenílson, com quem nunca conversei, mas acompanho com olhar atento, é um político que sabe o que quer e não parece disposto a se agachar para satisfazer as ordens de medalhões, menos ainda se estes estão em decadência. De fato, a renovação na política acreana está na ordem do dia. Alguns dos antigos estão se aposentando e outros vestirão o pijama em 2026, queiram ou não. Sabendo disso, novos nomes, entre eles, Jenílson, se oferecem cientes de que ator que não está no palco não recebe aplauso.

Tem chances de ganhar a eleição? Sinceramente, não creio, mas pode fazer uma boa campanha, leve, sem caneladas, baseada apenas em propostas e ocupar um lugar mais ao centro, já que a extrema-esquerda pertence ao Marcus. Jenílson tem um discurso leve, uma postura equilibrada e aparência de bom moço. Tem futuro na política e, se souber trilhar o caminho das pedras, 2026 é bem ali.

Quem deveria, afinal, apresentar o candidato a vice na chapa do Marcus Alexandre? Parece que sai no próximo final de semana, mas aqui do meu canto, sinceramente, acho que deveria ser o MDB. Já que o PT indicou o candidato a prefeito, seria justo que o velho MDB, atualmente na condição de locador do candidato, apresentasse um nome, certamente há nos quadros do partido muita gente honesta, preparada, idônea e com reconhecimento público suficiente para recuperar o prestígio do partido e ajudar a chapa.

Os caciques do PT, que não são bestas nem nada, continuam entocados, agindo nos bastidores e fazendo de conta que não é com ele. Só dão as caras para dizer bobagens convenientes como a última, segundo a qual o conservadorismo é a extrema direita (seja lá o que pensam disso) e que uma tal direita democrática (deve ser algum bolsonarista perdido) está misturada com a extrema esquerda em apoio ao Marcus Alexandre. Engraçado que mesmo mandando no país, o PT acreano não pleiteia nem a condição de vice na chapa da esquerda. Claro! Já tem o Marcus hospedado na barriga emedebista, né?

E o Senador Sergio Petecão, com seu PSD e o bornal abarrotado de grana? De fato, no caso de o MDB indicar o vice do Marcus, o Senador ficaria de fora, mas, cá entre nós, só ele não viu que nos planos da esquerda em torno do Marcus ele já está de fora para 2026 faz tempo. A rigor, ao invés de cair na cilada petista, Petecão deveria ser, ele mesmo, o candidato a prefeito. Infelizmente, poucos políticos no Acre tem a humildade e a sabedoria de Flaviano Melo que, oportunamente, soube ser candidato à Deputado Federal, segurar o partido na unha até onde deu e, ultimamente, abandonar a disputa por cargos eletivos.

Em tempo: O PSDB também mandou a torcida do petemedebista às favas e fechou com o PL/PP.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail valbcampelo@gmail.com. A imagem acima foi capturada na WEB.

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