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ESPORTE

Vasco completa 73 anos com samba e feijoada neste sábado na Fazendinha

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MANOEL FAÇANHA

Dois anos após o Maracanazo da Copa do Mundo de 1950, nascia no dia 28 de junho de 1952, no então Território Federal do Acre, a Associação Desportiva Vasco da Gama. Consta em matéria publicada nas páginas do jornal O Rio Branco (1987), que um dos grandes idealizadores da fundação da agremiação do bairro do Aviário foi o paraense Eduardo Almada Brito. Numa pesquisa realizada pelo site Na Marca da Cal consta que a primeira reunião para a fundação do clube ocorreu num dos bancos da Praça Plácido de Castro, hoje chamada de Praça da Revolução, em 1952. Do encontro histórico participaram os seguintes nomes: Eduardo Almada Brito, Domingues Mendes, professor Arnoux, Antônio Chico, Miquilino, Zeca Torres e Natal Barbosa de Brito.

Não querendo que o aniversário de 73 anos de fundação da Associação Desportiva Vasco da Gama passe em branco, a diretoria do clube e o investidor/técnico Erick Rodrigues oferecem no início da tarde deste sábado (28), a partir das 13h, na Fazendinha, um feijoada regada a muito samba e cerveja gelada aos convidados e simpatizantes. Segundo o site PHD Esporte Clube, os shows estão programados para iniciar a partir das  17 horas. A primeira atração será o Samba Groove e na sequência os convidados vêm do Rio de Janeiro com MC Darlan e o Extrelato Pagode Clube.

Conheça Almada Brito, personagem que dedicou parte da vida ao Vasco da Gama

No clube da Cruz-de-Malta, o professor Eduardo Almada Brito fez tudo, desde roupeiro a presidente do clube por três mandatos (1963-1965; 1982-1983 e 1984-1985)

 Natural da cidade paraense de Óbidos, o professor Eduardo Almada Brito (28/09/1915) chegou ao Acre dia 27 de setembro de 1940. Porém, antes, o referido personagem residiu no Amazonas (1921-1940), onde foi marceneiro e soldado.

Consta que o pedido de transferência para a cidade de Rio Branco-AC foi a pedido do então militar que ficou ainda mais dois anos nas fileiras do Exército Brasileiro, inclusive, atuando como ponta esquerda pela equipe do Comercial, agremiação administrada por militares. No entanto, a vida dele nos gramados durou pouquíssimo, pois ele resolveu constituir família e focar na profissão de contador, exercendo a função na Legião Brasileira de Assistência (LBA) e no Governo do Estado.

No clube da Cruz-de-Malta, o professor Eduardo Almada Brito fez tudo, desde roupeiro a presidente do clube por três mandatos (1963-1965; 1982-1983 e 1984-1985). No primeiro título conquistado pelo Vasco da Gama, em 1965, Brito, além de presidente da agremiação, era o técnico da equipe.

Almada Brito durante o período em que presidiu o Vasco da Gama construiu com muito suor a sede social (já vendida) e o parque aquático do clube. Na agremiação ele ainda trabalhou em diversas oportunidades como técnico das categorias de base.

Na final da década de 1980, o professor Almada Brito escalou sua seleção ideal. Veja quem foram os atletas escolhidos: Nego; Boroco, Zé Gilberto, Louzada e Paulo Maravalha; Aderson, Ademir Sena e Gilson; Neto, Danilo Galo e Jersey.

Vasco da Gama – 1987. Em pé, da esquerda para a direita: Ademir Sena (vice-presidente), Juarez, Da Gata, Éricson, Neném, Boroco, Morais, Vianinha (técnico) e Paulo Maia (presidente). Agachados: Rônei, Valdé, Roberto, Geovani, Zé Gilberto e Papelim. Foto/Acervo Paulo Maia.

A respeito da profissionalização de nosso futebol, o professor Almada Brito fez o seguinte comentário: “Sou a favor, mas vejo que vai ter dirigente que não vai ter condições de ver o seu time terminar o campeonato pois são muitas promessas não cumpridas e a inflação não atinge somente o futebol, vem também em governos mal elaborados e não sei como isso vai ficar”, comentou à época o saudoso dirigente.

Vasco da Gama – 1987. Em pé, da esquerda para a direita: Roberto Araújo (técnico), Calhambeque, Zé Gilberto, Boroco, Carlinhos, Som, Neves e Paulo Maia (presidente). Agachados: Ericson, Valtinho, Raimundinho Bala, Sérgio, César e Boró (massagista). Foto/Acervo Paulo Maia.

Como educador, Almada Brito é lembrado até hoje, seja por ex-alunos da rede pública ou ex-atletas da agremiação. O referido desportista, antes de falecer, falou com orgulho da profissão de educador durante entrevista concedida à imprensa. Segundo ele, uma das coisas que mais o orgulhava era quando algum ex- aluno o reconhecia durante algum tipo de atendimento público ou privado.

O atacante Danilo Galo, autor do gol do título de 1965, ao ser indagado durante entrevista a respeito do melhor dirigente com o qual conviveu, ele nem chegou a pensar para responder. “O melhor dirigente com quem eu trabalhei foi o professor Eduardo Almada Brito. Um sujeito que cumpria todos os compromissos que assumia.

Almada Brito foi casado durante mais de quatro décadas com dona Cândida, onde do relacionamento, surgiram quatro filhos, dois homens e duas mulheres.

Veja resumidamente como foi a conquista do tricampeonato do Vasco (1965-1999-2001)

Depois de dois anos seguidos amargando o vice-campeonato, enfim, na temporada de 1965, a taça de campeão acreano foi para a Fazendinha, sede campestre do Vasco da Gama. A conquista da equipe cruzmaltina foi invicta e no jogo decisivo diante do Rio Branco o placar ficou no 1 a 1. Danilo Galo furou a meta do goleiro estrelado José Augusto a favor do Vasco da Gama, enquanto Pedro Feitosa deixou tudo igual. O Vasco da Gama foi campeão com a seguinte formação: Bruzugu; Luís Cunha, Alberto, Paulo e Babá; Dim, Aderson e Zé Maria; Danilo Galo, Souto e Damásio. Técnico: Almada Brito.

Vasco-AC – Campeão Acreano de 1965. Em pé, da esquerda para a direita: Edmir Gadelha (diretor), Almada Brito (presidente/técnico), Luis Cunha, Paulo, Aderson, Alberto, Nanico e Bruzugu. Agachados: Moacir Tranca Rua, Ribamar, Valtinho, Zé Maria, Danilo Galo e Damázio. Foto/Acervo Pessoal da Federação de Futebol do Acre.

O Campeonato Acreano de 1999 foi bastante animado. A competição registrou uma presença feminina na beira do gramado. A professora Cláudia Malheiro, então com 34 anos, era auxiliar técnica de Ulisses Torres.

O Torneio Início voltou a ser realizada nesta temporada, como o Rio Branco levando para a sua galeria o troféu “José Chalub Leite”, torcedor apaixonado do Estrelão e ícone de jornalismo acreano, mas falecido no ano anterior.

Naquela temporada, o Rio Branco abriu o Campeonato Acreano atropelando o Andirá por 8 a 1. O repertório de gols no início da competição motivou o time estrelado, mas no “Clássico Vovô”  contra o Independência, pela taça de campeão do primeiro turno, não resistiu ao Timão, perdendo por 1 a 0, gol do atacante Dênis, atleta que encheu os olhos do técnico Zagallo, tanto que o levou para um curto período de tempo na Portuguesa de Desportos, após a disputa da Copa do Brasil: Independência 1 x 3 Portuguesa, em jogo disputado no Stadium José de Melo.

Na disputa do returno, o Independência, mesmo fora da briga pelo título, venceu o Rio Branco por 1 a 0, gol do meia Dirceu, ex-jogador vascaíno. O resultado eliminou o Estrelão e credenciou o Vasco da Gama, campeão do returno, como o adversário do tricolor na grande final.

Na finalíssima, ocorrida dia 16/07, com arbitragem de Paulo César de Oliveira, o equilíbrio marcou presença durante a partida e o único gol do duelo saiu de uma bola aérea vascaína. As duas torres do miolo de zaga tricolor (Sales e Nego) e o goleiro Klowsbey não acharam a bola e o baixinho Neib escorou a deusa branca para a rede do Independência. Festa da torcida vascaína nas arquibancadas do Stadium José de Melo.

Com a vitória, o Vasco da Gama colocou fim a um jejum de 34 anos sem a conquista de um título estadual. O time vascaíno da final formou com: Faísca; Acreano, Juscelâneo, Benjonson e China; Mamude, Jean, Marquinhos Bombeiro (Odinei) e Biro-Biro (Rol); Evandro Coala e Rozier. Técnico: Ulisses Torres. Os artilheiros da temporada foram: Rozier (Vasco da Gama), Pitiú (Independência) e Edilsinho (Rio Branco), com 8 gols cada. 

Vasco da Gama – Campeão Acreano-1999. Em pé, da esquerda para a direita: Roberto Boca de Cantor (massagista), Barriga, Faísca, China, Railton, Odinei, Juscelâneo, Gildázio (médico) e Roberto (mordomo). Agachados: Evandro, Mamude, Acreano, Jean, Biro-Biro, Ricardinho e Marquinhus Amor. Foto/Acervo Manoel Façanha

Comissão técnica do Vasco da Gama de 1999: Ulisses Torres (técnico), Cláudia Malheiro (auxiliar-técnica), Edson Maria (preparador físico), Selsimar Maciel (auxiliar de preparação física) e Roberto Boca de Cantor (massagista). Foto/Manoel Façanha

Passados três mil anos, um novo confronto entre Davi e Golias foi registrado bem longe do local original segundo as escrituras bíblicas. Trata-se da decisão do Campeonato Acreano de 2001, quando o poderoso Rio Branco perdeu surpreendentemente para o Vasco da Gama.

A temporada começou com a disputa do Torneio Início, competição conquistada nas cobranças de pênaltis pelo Independência diante do Andirá. Com a conquista, o Tricolor do Marinho Monte levou para casa o troféu in-memória ao ex-craque do clube, o lendário Bico-Bico.

No primeiro turno, o Rio Branco, ao comando do técnico Artur Ribeiro (Artur Pai d’égua) e dos jogadores Maradona, Palmiro, Ricardinho e Marajó, sobrou em campo e levou o título, após vitória em jogo-extra contra a Adesg por 1 a 0.

No returno, o Vasco da Gama, após trocar duas vezes de treinador (saíram Raimundo Ferreira e Gilmar Sales), o time passou a ser comandado pelo técnico Marcelo Altino, esse demitido do Rio Branco no início da temporada. Na decisão do returno, o arrumado  Vasco da Gama superou o Independência por 3 a 1, resultado que colocou o clube da final da competição.

Torcida vascaína faz a festa do título de 2001 nas arquibancadas do José de Melo. Foto/Acervo Manoel Façanha

Com finais extras, Rio Branco e Vasco da Gama jogaram duas vezes. No primeiro jogo, vitória do Rio Branco por 2 a 0. No segundo e decisivo jogo, o Rio Branco fez um jogo ruim contra um Vasco da Gama bem aplicado. O resultado foi uma vitória no tempo normal de jogo por 1 a 0, gol do vascaíno Evilásio. Com esse resultado, a disputa da taça foi para uma prorrogação. Logo no início, o meia Ciro fez bela assistência para o atacante Índio desviar para a rede do goleiro estrelado Sampaio. Era o gol que garantiu o segundo título vascaíno no regime de profissionais para o time da Fazendinha. O artilheiro da competição foi o meia Maradona (Rio Branco), oito gols.

O Vasco da Gama foi campeão com a seguinte formação: Faísca; Paquito, Marco Antônio Tucho, Josué e Mamude; Marquinhos Calafate, Gean, Gato (Paulinho), Siqueira (Dário); Ciro e Evilásio (Índio). Técnico: Marcelo Altino.

Vasco da Gama – 2001. Em pé, da esquerda para a direita: Faísca, Ferreira, Índio, Ciro, Gato, Cleiton, Marco Antônio “Tucho”, Evilásio, Paulinho Bolívia e Josué. Agachados: Adélio, Airton, Marquinhos Calafate, Mamude, Dário, Marquinhos Paquito, Siqueira, Jean e Kaiquê. Foto/Acervo Manoel Façanha.

 

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