ESPORTE
Xodó
De acordo com as minhas observações, por esses dias o Fluminense, nosso glorioso Tricolor das Laranjeiras, dada a sua condição de ultimo remanescente da América do Sul no atual Mundial de Clubes da Fifa, virou uma espécie de xodó dos brasileiros. Com algumas exceções, é claro.
Até um amigo meu de trabalho, o Marcelinho, baixinho e perigoso ponta-direita nas peladas da empresa, vascaíno desde antes de nascer, já aderiu às três cores “que traduzem tradição”. No dizer dele, no que lhe dou razão, o Fluzão é o Brasil no Mundial e isso está além das razões do coração.
No terreno das exceções, naturalmente, está boa parte dos torcedores do Flamengo, time que levou aquela pancada dos alemães do Bayern de Munique nas oitavas de final. Para estes, com um elenco recheado de grandes jogadores, é insuportável ver o seu time voltar pra casa (bem) mais cedo.
Depois de algumas semanas de disputa, o que a realidade plausível e inexorável apresenta é um seleto grupo de quatro clubes, cada um de um país diferente, ainda com a esperança de ver o seu capitão subir ao lugar mais alto do pódio e beijar a taça depois do último apito de Sua Senhoria, o árbitro.
Brasil, Espanha, França e Inglaterra é que formam esse grupo ao qual eu me referi no parágrafo anterior. Nominei os quatro nessa ordem para não demonstrar nenhum tipo de raciocínio tendencioso da minha parte. A ordem é a do alfabeto, mas bem que ela poderia se repetir na classificação final.
O aspecto interessante nessa história toda é a de que o Fluminense, dos quatro representantes brasileiros no torneio, era o time menos cotado para se dar bem. Num grupo onde constavam times da Europa, da Ásia e da África, poucos foram os apostadores que cravaram o Tricolor nas oitavas de final.
E aí, assim como quem não quer nada, mais ou menos como aquele mineirinho das anedotas que devorava o seu prato comendo pelas beiradas, o Fluzão foi chegando, subindo íngremes ladeiras, matando um leão selvagem a cada duelo e superando todas as adversidades até às semifinais.
Aliás, já que eu toquei no assunto, bem que esse novo sistema tático do Fluminense poderia ser chamado mesmo de “Mineirinho”. Nada de 4-4-2, 4-3-3 ou 4-5-1. Nada disso. Não existiram um dia a “Laranja Mecânica”, o “Tique Taque”, o “Futebol Total”? Pois então. O nosso é o “Mineirinho”.
É isso. Terça-feira, às 16:00 (hora de Brasília), tem mais. Fluminense e Chelsea. Brasil e Inglaterra. Como na canção popular, o Tricolor das Laranjeiras de Fábio, John Árias, Samuel Xavier, Thiago Silva, Manoel Façanha, Washington Aquino e do papai aqui está a dois passos do paraíso!