SAÚDE
Acreana faz relato emocionante sobre como lidou com o drama da Síndrome de Burnout
Por Wanglézio Braga / Foto: Arquivo Pessoal
A professora acreana Ana Paula Diniz fez um depoimento emocionante sobre como venceu a Síndrome de Burnout, um problema de saúde que ganhou visibilidade no Brasil após a demissão da jornalista de Izabella Camargo, da Rede Globo São Paulo, onde os sintomas afetaram seu desempenho no jornalismo da emissora ocasionando em quebra de contrato.
No Acre, Ana Paula Diniz recebeu o diagnóstico da doença em 2017. Ela procurou ajuda médica após sentir alguns sintomas. “Eu adquiri a síndrome por conta das cobranças no trabalho, não estava dormindo direito, tinha crises de choro no trabalho, meus pés ficam inchados, tinha náusea e um dia tive uma crise de pânico na sala de aula. Fiquei achando que um aluno que entrou com um capacete era um assaltante”, comentou ao AcreNews.
Ana avalia que é preciso dar visibilidade para os sintomas da síndrome e influenciar as pessoas a buscarem ajuda médica. Ela também avalia que no período de pandemia e pós-pandemia muitas outras pessoas possam receber o mesmo diagnóstico, no entanto, ela pede sensibilidade das empresas para com os colaboradores e que inclusive façam campanha de conscientização no ambiente de trabalho.
“No mundo pós-pandemia a preocupação com essa síndrome deverá ser constante, as crises que estamos vivendo, tanto econômica e sanitária, mudaram tudo e, com isso, os chefes e empreendedores precisam repensar sob o formato de liderança, e que no ambiente que oferece uma boa convivência os funcionários somam com eficiência no resultado final, cobranças em excesso e abuso de autoridade são elementos que adoecem a alma do trabalhador, e assim, só diminui a produção. Romantizando muitos empregos, algumas empresas matam a nossa alma. Eu vivi dias de muito sofrimento, e hoje com o conhecimento acerca da síndrome me imponho em muitas situações. Não aceito mais passar por certas situações, ainda bem que consegui um bom acomodamento com profissionais e com a ajuda da minha fé venci ”
Tratando a Burnout com medicamentos, terapias e atividades religiosas, Ana Paula recebeu uma boa notícia na última semana. Ela foi informada que poderia ser considerada vencedora após longa e exaustiva batalha contra a síndrome.
“Eu venci a síndrome de Burnout! Confesso que não foram dias fáceis e que eu não imaginava que isso poderia acontecer comigo, primeiramente porque amo trabalhar e sempre dizia ao longo da minha vida profissional que ‘eu era muito feliz em exercer minha profissão’ e segundamente que me considerava uma pessoa de fé, com isso achava que jamais poderia viver um momento tão difícil, mas aconteceu e até eu identificar que essa situação que estava vivendo era depressão levou algum tempo, e até eu começar a fazer a terapia ainda levou meses, e quando cheguei ao consultório da psicóloga que nem orientou sobre uma possível síndrome de Burnout, só assim comecei a fazer o tratamento, e a pesquisar sobre o tema, e valorizar a medicação e entender eu precisar criar condições para virar essa página”, relatou.
Nas redes sociais, a professora, que vive atualmente no município do Bujari, enfatizou que o processo do ‘alívio da síndrome’, que não tem cura segundo a medicina, ocorreu por um misto de combinações. “Minha salvação veio através da combinação da fé e da vontade de conviver com os meus alunos, já que ensinar é uma das minhas maiores paixões. E só hoje me sentia à vontade para falar abertamente sobre esse assunto, depressão é algo muito sério, e síndrome de Burnout é uma das piores sensações que alguém pode sentir na vida, o medo de ficar sem os valores financeiros te faz ficar no fundo do poço”, acrescenta e finaliza: “Por isso, é que sempre falo: incentive as pessoas, ninguém sabe as guerras internas que elas estão passando, ouçam seus amigos, deixe um bilhetinho na mesa do seu colega de trabalho com simples bom dia! Isso pode mudar a vida de alguém que esteja passando exatamente o que eu passei numa verdadeira guerra com um oponente invisível”.
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