EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO Gladson Cameli vai medir 2026 antes de se pronunciar sobre quem vai apoiar em Rio Branco
É impossível saber o que se passa na cabeça do governador Gladson Cameli (PP). É característica dele essa abstração. Suas decisões são sempre surpreendentes e no final sempre deram muito certo. Ninguém é mais vencedor nas duas últimas décadas, além dele. Contudo, ninguém se engane ao ponto de acreditar ser Cameli um atirador no escuro. Além da própria popularidade, um fenômeno, ele usa números, aritmética, diagrama de vêm, equações de segundo graua, e mais alguma coisa possível de ajudar em decisões com reflexos para o futuro. Por exemplo: Não vai se manifestar sobre o destino do PP em Rio Branco no escuro, apenas para agradar a turma do Bocalom ou aos emedebistas e petistas do derredor de Marcus Alexandre. Cameli certamente fará contas sobre 2026, quando disputará o Senado. Vai empoderar alguém perigoso? Quem soma mais? Vale a pena reerguer político apagado? Creio estar ele fazendo a si mesmo essas perguntas e calculando dados, muitos deles levantados semanalmente pelo Denis Santos, coordenador de pesquisas do Data Control, um instituto de boa reputação do Acre. Quanto ao que chamam de atrito dentro do PP, com a saída da deputada Socorro Neri da presidência, entre outras questões internas, isso ele tira de letra e termina abraçado com todo mundo. Sabe se colocar como o líder maior na hora certa e suas decisões sempre apresentam finais felizes. Não é proxenetismo, são números e resultados práticos dos últimos anos, fatos da ciência política.
Será estranho
Cruzeiro do Sul é um canteiro de obras, além de ações sociais em todos os campos, imprimidas pelo prefeito Zequinha Lima (PP). Portanto, derrotá-lo, será um sinal de muito prestígio para o vencedor e estranho para o grupo do prefeito, sobretudo porque ele contará com apoios como os dos deputados Clodoaldo Rodrigues (Republicano), Luiz Gonzaga (PSDB), Nicolau Júnior (PP), do senador Alan Rick (UB) e, principalmente, foi governador Gladson Cameli (PP).
Sonham sim
Tanto o candidato do MDB, Marcus Alexandre, quanto Tião Bocalom (PL), sonham com um vice indicado pelo governador Gladson Cameli (PP).
Tempo perdido
Pretensos candidatos a vereador em Rio Branco continuam postando card nas redes sociais, mostrando boas ações pelas ruas, mas isso passa longe de vitória nas urnas. Voto agora é igual a salvação, não vem pelas obras.
Adversário duro
A oposição pode se juntar toda e ainda assim dificilmente derrotará o prefeito Camilo da Silva (PP), em Plácido de Castro. Ele tem muita obra na cidade e melhorou a malha viária da zona rural como nenhum outro prefeito.
Sonho
A prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem (PP), se consolidou tanto como liderança do Alto Acre que o nome dela foi sonhado até para Rio Branco.
2026 na mira
Além do grupo da vice-governadora Mailza Assis (PP), pelo menos outros três começam a se formar com vistas ao Governo em 2026. Isso sem contar com a oposição liderada pelo PT, sobretudo se Marcus Alexandre ganhar a prefeitura da capital. No centro desses núcleos, Alan Rick (UB), Márcio Bittar (UB), Mazinho Serafim (Podemos). Ainda pode pintar o nome do prefeito Tião Bocalom (PL), caso se reeleja.
Polarização
Se a eleição em Rio Branco acontecer sob a égide da atual polarização entre Bocalom (PL) e Marcus Alexandre (MDB-PT), seria improvável a atração para a polarização nacional. Será o candidato do Bolsonaro contra o do Lula.
Vergonhoso
Estou aqui acompanhando a imprensa nacional fazendo malabarismos para passar pano nas decisões ditatorias do ministro Alexandre de Moraes sobre as redes sociais, agora denunciadas pelo Congresso Americano. Curioso é registrar a desfaçatez, como se o telespectador fosse um “zé ruela”.
Esquece a política
Dois empresários que querem distância da política, ao menos para disputar eleições: Jarbas Soster, que chegou a disputar a prefeitura de Rio Branco, está ligado nas muitas obras que sua empresa, a Pedra Norte, realiza, e Marcello Moura, CEO do grupo Recol. Nos bastidores vai ser possível achar eles. Só nos bastidores.