ESPORTE
King do Rio
O Brasil é um país, entre outras coisas, profundamente ligado às questões da monarquia. Passamos a ser república em 1889, desde que um (in)certo Deodoro da Fonseca, denominado marechal pelos seus pares, tomou o poder das mãos do último representante da família real portuguesa.
Foi ali, por assim dizer, que se deu o primeiro golpe de estado promovido por militares na antigamente denominada Terra dos Papagaios. Depois, os folhetins garantem, vieram muitos outros movimentos de tomadas do poder na marra. Mas isso é tema para momentos (in)distintos etc. e tal.
Voltando, porém, ao fio da meada dessas mal traçadas de hoje, o que eu quero dizer mesmo é que por conta da origem aqui do “patropi”, quando a realeza portuguesa dominava as quatro províncias, nós adotamos a tradição de nomear rei pra tudo. Temos reis para todos os gostos, maneiras e feitios.
Temos o rei do brega (cargo, aliás, vago desde que Reginaldo Rossi partiu para o espaço sideral), temos o rei da juventude (no caso o ancião Roberto Carlos, graças a Deus ainda fazendo o seu especial de fim de ano), e temos (ou tivemos) o rei do gado (falo da novela, por favor não confundir).
A lista poderia se estender por muitas e muitas linhas. Para resumir, entretanto, que o espaço para exercitar os meus devaneios semanais é limitado (como deve mesmo ser), passo a falar de literatura, porque veio a público, agora, o King (rei) do Rio. Ninguém menos do que Joel Santana.
Sim, “Joel Santana: o verdadeiro King do Rio” é o título de um livro recém lançado, de autoria do jornalista Wilson Rossato, contando a história de como o veterano treinador (ao que consta, com a prancheta devidamente aposentada) conseguir ganhar títulos com todos os times do Rio de Janeiro.
“Papai Joel”, que um dia desses eu encontrei flanando pela rua Siqueira Campos, em Copacabana, simplesmente foi campeão carioca oito vezes: 1987, 1992 e 1993, pelo Vasco da Gama; 1995, pelo Fluminense; 1996 e 2008, pelo Flamengo; 1997 e 2010, pelo Botafogo. Um fenômeno!
Fora isso, como se não bastasse, esse “indivíduo competente” foi também sete vezes campeão da Taça Rio: 1992, 1993 e 2001, pelo Vasco da Gama; 1996, pelo Flamengo; 1997, 2010 e 2012, pelo Botafogo. Já da Taça Guanabara ele levantou o troféu em seis oportunidades. Coisa pra caramba!
É isso por hoje. No mais só pra dizer que as pessoas que gostam de biografias e futebol certamente ficarão felizes em ler “Joel Santana: o verdadeiro King do Rio”. Afinal, como diria o próprio personagem, no seu inglês peculiar, “laikar nóis laika, mas mony que é gud nóis num rave!”