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Política & Economia

“Lula democrata? Não me faça rir!”, questiona o artículista Valterlucio Bessa Campelo, um ex-comunista de carteirinha

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Sempre que posso deixo as arengas ideológicas de lado por conta do respeito e admiração pessoal que tenho por muitos esquerdistas ou “centristas”. Como já fui um comunista de carteirinha com direito a detenção e interrogatório, compreender suas circunstâncias me sossega a alma, como se ouvisse baixinho ao pé do ouvido um conselho “deixa quieto, eles simplesmente não alcançam”.  Em outras ocasiões, porém, o silêncio é cúmplice, então me imponho o dever de ir ao debate.

Não, o Lula não é melhor para a democracia do que ninguém, menos ainda do que Bolsonaro. Pelo contrário, ele é por si mesmo e pelo que representa, um câncer político que tem feito muito mal ao Brasil desde que surgiu como líder metalúrgico e, em seguida, criador e chefe de um partido que nasceu com DNA autoritário e perverso.

“Sabemos que caminhamos para o socialismo, para o tipo de socialismo que nos convém. Sabemos que não nos convém, nem está em nosso horizonte, adotar a ideia do socialismo para buscar medidas paliativas aos males sociais causados pelo capitalismo ou para gerenciar a crise em que este sistema econômico se encontra.” Lula,1981

“Eu sou daqueles que acreditam piamente que não existe uma alternativa para o conjunto da classe trabalhadora brasileira a não ser o socialismo. Não existe.” Lula, 1987.

Juntamente com Fidel Castro, Daniel Ortega, Chávez e outros ditadores, Lula fundou o Foro de São Paulo. Na época (1990), embora negasse a existência da organização, cujos laços com as FARC’s (narcotráfico, sequestro e terrorismo) não recomendavam vivência à luz, Lula declarou: “Nosso objetivo é a luta pelo socialismo na América Latina e Caribe”.

Em 2023, na reunião do Foro de São Paulo que saiu das sombras, Lula não se fez de rogado “Nos chamam de comunista, de socialista. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E, muitas vezes, nós sabemos que merecemos isso”.

Em todo o decorrer de sua vida pública, Lula fez questão de se aproximar de ditaduras. Irã, Rússia, China, Cuba, Nicarágua, Venezuela… onde houver um ditador socialista, lá estará o Lula se ombreando. Sua política externa é de acumpliciamento e, muitas vezes, de financiamento de ditaduras (Cuba, Venezuela…).

Internamente, o aparelhamento das instituições públicas inclusive do sistema educacional, o mensalão, o petrolão, as vendas de medidas provisórias e outras tantas estrepolias deram a medida de como a ideia de socialismo do Lula dispensa a qualidade dos meios desde que consiga avanços. Hoje, associado ao STF, que em um cavalo de pau jurídico abonou sua ficha e possibilitou sua candidatura, Lula declara de cara lavada “Sem o STF eu não governo”, denotando aí a dispensa da independência entre os poderes. Lula aceita de bom grado o abraço autoritário que vem do outro lado da praça desde que o favoreça.

Veja-se a questão da liberdade de expressão. O que fez o Lula? Depois de perder no Congresso nas tentativas de impor seu garrote, correu para a ditadura chinesa para aprender como se faz para “regulamentar” as plataformas, o que significa ao fim e ao cabo, CENSURA, sem que o parlamento se pronuncie. Enquanto um lado alarga o campo de debate, amplia participação popular transformando cada cidadão em um ator político através da internet, Lula e seus vassalos e cúmplices querem conter pelo medo de punição a liberdade mais fundamental para a democracia.

Na verdade, alguns livros já foram escritos para informar sobre o caráter autoritário do Lula, portanto, não será em menos de três laudas que farei melhor. Os fatos citados servem apenas para lembrar o itinerário maldito que esse personagem político percorreu, e diluir qualquer ideia de que seja um democrata.

Dizer que ele foi eleito e por isso é um democrata é ridículo. Maduro também foi “eleito”, em Cuba há eleições e, nem por isso podem ser chamadas de democratas. Todos sabem o que foi feito pelo Sistema para Lula ser “eleito”. Revelações recentes dão conta até de interferência externa (né, Biden?).

Existe um certo primarismo no sentido de que, se Lula tem membros de partidos de direita em seu governo, isso o faz democrata. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Na circunstância brasileira isso apenas atesta o servilismo de líderes partidários invertebrados, que em troca de favores e cargos e dinheiro fazem qualquer coisa, inclusive rasgar programas e compromissos com o eleitorado. Dezenas de parlamentares são cooptados por esquemas de liberação de emendas PIX. Aqui mesmo, no Acre, temos alguns exemplos e a coisa não é pior porque elas (as emendas) são de liberação obrigatória, lembremos. Em minoria no Congresso, Lula reparte com o centrão fisiológico os cargos, mas não o governo.

Penso que nesta quadra da vida política brasileira, que acompanho há uns 50 anos, a sociedade presencia o avanço mais severo do autoritarismo e o risco de que, de fato, Lula alcance seus objetivos lançados na fundação do PT, ou seja, a implantação de um socialismo de viés autoritário e arcaico como demonstram seus documentos e resoluções (leiam).

Para isso, infelizmente, a esquerda conta com um “centro” malemolente, malandro, que despreza a luta ideológica porque não a alcança, que observa a superfície e sobre ela toma decisões e opta politicamente, que se deixa atrair por falsidades bem embaladas e criam ojeriza à verdade apenas por sua crueza. Eles contam com os “anti-polarização” que fazem por eles o serviço de descredibilizar seus oponentes, contam com sua necessidade de pertencimento ao lado politicamente correto.

Não, Lula não é um democrata, é um ditador cuja hora plena não chegou (tomara que não chegue). Com o mesmo DNA, Fidel prometeu democracia ao tomar Sierra Maestra e depois ficou no poder por 49 anos. Em 1999, Chávez também prometeu e por lá ficou até depois da morte. Maduro frauda eleições e se diz democrata. Nenhum ditador proclama uma ditadura, a história está cheia de exemplos de gente enganada por eles, não vê quem não quer.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no  DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

 

 

 

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