ESPORTE
Ricardo: Lateral/ zagueiro fez história com as camisas de Atlético, Rio Branco, Juventus e Independência
Francisco Dandão
De 1981 a 1997, foram 17 os anos em que os torcedores do Acre tiveram a ventura de ver em campo o jogador Ricardo Lopes de Andrade, a serviço de Atlético, Rio Branco, Juventus e Independência. Lateral-esquerdo de rara habilidade, que defendia e atacava com a mesma eficiência, ele conquistou três títulos estaduais: Atlético (1987 e 1991) e Juventus (1989).
Nascido em Rio Branco-AC, no dia 22 de maio de 1966, Ricardo não precisou que ninguém o levasse para fazer testes num clube. Por iniciativa própria, ele mesmo, num dia qualquer do ano de 1981, se dirigiu ao campo do Atlético e pediu uma chance para mostrar o seu futebol. Meia hora de treino depois, ele estava aprovado para vestir a camisa do time alviceleste.
Sua primeira posição, porém, não foi a de lateral. Sob o comando do treinador Zezinho Avelino, Ricardo foi jogar de ponta-esquerda entre os juvenis. Somente em 1983, chamado para o time principal pelo treinador Antônio Leó, é que ele foi recuado para a lateral. Três anos depois, com a chegada ao clube do treinador Júlio D’Anzicourt, o craque virou zagueiro.
Foi nessa nova posição, jogando ao lado de conhecidos nomes do futebol local, como, entre outros, Marcelo Aquino, Gilmar, Aníbal, Tidal, Tinda, Dim e Ley, que ele conquistou o seu primeiro título, em 1987. E foi por conta desse sucesso que ele chamou a atenção do Rio Branco, clube pelo qual disputou o último campeonato de futebol amador do Acre, em 1988.
Foi nessa nova posição, jogando ao lado de conhecidos nomes do futebol local, como, entre outros, Marcelo Aquino, Gilmar, Aníbal, Tidal, Tinda, Dim e Ley, que ele conquistou o seu primeiro título, em 1987. E foi por conta desse sucesso que ele chamou a atenção do Rio Branco, clube pelo qual disputou o último campeonato de futebol amador do Acre, em 1988
Volta às origens e aposentadoria
No primeiro campeonato da era do futebol profissional no Acre, em 1989, Ricardo foi contratado para defender o Juventus. O Clube da Águia montou um timaço, recheado de ótimos valores do esporte local, como Ilzomar, Paulo Henrique, Marquinhus, Paulão, Gilmar e Ivo. O resultado dessa reunião de craques não poderia ser outro que não o título estadual.
A passagem pelo Juventus, porém, durou apenas uma temporada mesmo. E em 1990 ele fez o caminho de volta para casa para vestir outra vez a camisa do Galo do Segundo Distrito de Rio Branco. Permaneceu no clube até pendurar as chuteiras, em 1997. Mas, durante esse período, em 1991, jogou um Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão pelo Independência.
A aposentadoria, entretanto, não o afastou definitivamente do contato com a bola. No ano seguinte após se afastar de dentro das quatro linhas, ele passou a ministrar aulas numa escolinha de futebol para crianças carentes no bairro Cidade Nova, todas as manhãs, de segunda a sexta-feira. E na parte da tarde, assumiu um cargo administrativo na Federação de Futebol do Acre.
“Eu parei cedo. Sempre me cuidei e poderia ter esticado a carreira por, pelo menos, mais uns seis anos. Tanto que, mal resolvi não disputar mais competições oficiais, tratei logo de me integrar ao time de masters do bairro Seis de Agosto. Só não fiquei mais tempo em campo porque senti que o nível técnico do nosso futebol estava caindo muito”, garantiu o ex-lateral.
Um novo compromisso e um time de craques
Apaixonado até a medula pelo Atlético Acreano e almejando melhores dias para o referido clube, Ricardo Lopes tentou algumas vezes sem sucesso assumir um cargo na diretoria do Galo Carijó. Finalmente, em 2023, ele teve sucesso nas urnas e se tornou vice-presidente da agremiação, na diretoria comandada pelo comentarista esportivo Macelo Avelino de Menezes.
Até agora, do ponto de vista esportivo, ainda não houve resposta positiva do trabalho dos novos dirigentes. Tanto que o time caiu de patamar e vai disputar a segunda divisão do Campeonato Acreano em 2025. Mas a resposta para esse revés está na ponta da língua do vice Ricardo Lopes: as dívidas que foram contraídas pelas más gestões do clube nos últimos anos.
Independente, porém, dos percalços, Ricardo não se furta de falar da exuberância de craques do futebol acreano do passado, escalando uma seleção tão logo é desafiado. Eis os nomes que ele escalaria: Ilzomar; Pintão, Paulão, Ricardo e Gerson; Gilmar, Tinda e Carlinhos Bonamigo; Manoelzinho, Valdir e Neivo. Treinador: o paraibano Abelardo “Coca-Cola”.
Se ele tem um gol inesquecível? Tem sim. “Meu gol mais bonito, inesquecível, aconteceu num Atlético contra o Juventus. O goleiro juventino era o Milton. Jogo noturno, disputado no Estádio José de Melo. Foi num escanteio, cobrado pelo lado direito do campo. Como eu sou canhoto, bati com curva, voltando. A bola viajou e entrou na gaveta”, explicou Ricardo.