ACRE
Aeroportos do Acre não representam perigo para pousos e decolagens, com uma exceção, o de Porto Walter; acidente com cantora Marília Mendonça levantou esse debate
Por Evandro Cordeiro
O Acre tem 11 aeroportos. Dois são internacionais, os de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, e dos nove restantes um é particular e oito sob a responsabilidade do Governo do Estado, para operações de pequenas aeronaves. De todos, apenas um apresenta certo risco para pouso e decolagem, o do município de Porto Walter, em razão da existência de um morro em uma de suas cabeceiras. De modo geral, autoridades aeroportuárias e pilotos asseguram não haver riscos de acidentes por aqui como o que tirou a vida da cantora Marília Mendonça, no município de Caratinga, interior de Minas Gerais.
O assunto sobre a situação dos aeroportos do Acre passou a ser rebatido essa semana nas redes sociais em decorrência do trágico acidente que tirou a vida da emergente cantora Marília Mendonça, provisoriamente atribuído a colisão com a rede de alta tensão da Cemig, a companhia de energia mineira. Além de estar próxima do aeroporto, a fiação não tinha a advertência com uma bola laranja, procedimento usado no mundo todo. A reportagem do AcreNews ouviu Governo, prefeitos e pilotos, que descartam a possibilidade de um evento de igual natureza, a menos que haja junção de erros humanos cujo desfecho seja fatal.
Tarauacá Feijó Xapuri
No Acre, o aeroporto internacional de Rio Branco tem próximo de uma de suas cabeceiras a rede do linhão, que margeia a BR-364. Além de certa distância, nos fios tem a famosa bola laranja. Nenhum funcionário da empresa que cuida do aeroporto quis falar oficialmente. Um deles passou a bola para a Infraero, com a superintendência da qual não conseguimos nos comunicar neste sábado, 13. O colaborador da empresa comentou, no entanto, que todos os riscos foram avaliados e que a possibilidade de acidentes existe, mas muito remotamente. “Os pilotos tem uma rampa de descida que fica bem distante da fiação quando as aeronaves fazem a aproximação com a cabeceira”, explicou mais ou menos. Em Cruzeiro do Sul não há obstáculos.
No interior do Acre, onde existem oito aeroportos em atividade, uma maioria é de absoluta tranquilidade para pousos e decolagens. O diretor presidente do Deracre, Petrônio Antunes, engenheiro responsável por suas manutenções, afirma não haver riscos para pilotos e passageiros, dadas as condições geográficas, pelo menos de maioria deles. Antunes só faz uma ressalva em relação a dois deles, o de Porto Walter, devido ao morro em uma de suas cabeceiras, e o de Marechal Thaumaturgo, cuja localização é dentro de uma ilha. “Com essas exceções, os demais todos são tranquilos, nada parecido com o aeroporto de Caratinga, onde uma fatalidade colocou fim a vida da nossa cantora Marília Mendonça”, declarou Petrônio.
AEROPORTOS REVITALIZADOS
Além da situação geográfica, os aeroportos do Acre cuja responsabilidade é do Governo, foram todos revitalizados pela gestão Gladson Cameli. Foram investidos até agora mais de R$ 19 milhões com melhoramento das pistas e dos terminais de embarques e desembarques. “Além do conforto, o governador Gladson Cameli também tem se preocupado com a questão da segurança dos passageiros”, disse o prefeito de Feijó, Kiefer Cavalcante, em sua fala de agradecimento pela recuperação do aeroporto de seu município.
EXPERIÊNCIA NO AR
O piloto Alisson Peres, que conduz aviões mono (MNTE), multi (MLTE) motores e por regras de voo por instrumento (IFR) tem cinco anos de experiência voando pelo interior do Acre. Ele afirma ao AcreNews que o perigo de pousar e descolar nas pistas dessas regiões mais distantes da capital ficaram para trás. “Essas pistas passaram muito tempo sem a devida manutenção, o que ocasionou deterioração excessiva da pavimentação trazendo risco a segurança de voo nas operações”, disse. Com a revitalização promovida pelo Governo, nunca foi tão seguro operar nesses aeroportos, segundo Peres. Como todos, o profissional lembra que a pista de Porto Walter é uma das poucas que exige atenção dobrada dos pilotos devido ao morro em uma das cabeceiras.
Fora isso, “Porto Walter, como sabe, recebeu uma excelente manutenção e está em ótima condição. As pistas do nosso estado estando bem conservadas, realizando as devidas manutenções de pavimento, sinalização e cercamento de seus perímetros para não haver incursões de pista por pessoas e animais, são seguras sim”, diz.
Por fim em faz um lembrete: “Em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter existem antenas na aproximação pela cidade que deve ter atenção, mas em dias com restrições de visibilidade, mau tempo”, respondeu.
AEROPORTOS DO EXÉRCITO
A reportagem não citou o aeroporto do município de Assis Brasil, na fronteira com Bolívia e Peru, que seria o décimo segundo do Estado, em razão de ele ser de responsabilidade do Exército e o AcreNews não ter conseguido contato com o comando do Batalhão de Fronteira. Além do mais, o diretor presidente do Deracre, Petrônio Antunes, disse que o Governo do Estado não tem nenhuma responsabilidade, inclusive de manutenção. Ele informou ainda que o aeroporto de Santa Rosa também está passando para a tutela do Exército, mas a transição ainda não terminou, razão pela qual ainda responde por ele.
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