ACRE
“O Acre é uma terra fértil, que vai bombar com o agro”, diz um dos maiores produtores de soja e milho do Estado ao falar sobre a Expoacre 2022
O empresário Raiolando Costa de Oliveira, 66 anos, pioneiro da soja no Acre e atualmente o maior produtor de milho, faz um dos prognósticos mais otimistas em relação a um futuro muito próximo: “Nosso Estado é uma das terras mais férteis do Brasil e logo estaremos na agenda nacional do agronegócio”. A fala dele é parte de um bate papo rápido, pelo telefone, com a reportagem do AcreNews sobre a Expoacre 2022, evento marcado para iniciar no próximo dia 31, domingo, com o famoso desfile de pessoa sobre animais e suas comitivas.
Raiolando Costa é um dos empresários mais bem-sucedidos do Acre e um dos primeiros a enfrentar a tudo e a todos para colocar em prática seu ideal, o de produzir alimentos no campo em alta escala. Quando deu o pontapé inicial teve que enfrentar a política ambientalista ortodoxa da esquerda, que mandou no Acre por 20 anos, e cujas leis impediam a realização de projetos dessa envergadura, envolvendo a terra. “Eles (governos do PT) foram contra”, denuncia Raiolando, que elogia o atual Governo por, pelo menos, segundo ele, não causar impedimentos, desburocratizando.
A terra do Acre, segundo o empresário, é um eldorado, tão fértil ao ponto de chamar a atenção dos altos produtores de soja do país. Enquanto na planície do centro-oeste um hectare produz 50 sacas de soja, a mesma medida de terra no Acre resulta em 65 sacas. Com o milho não é diferente, diz ele. Tudo isso tem gerado uma circulação de alguma coisa em torno de R$ 400 milhões por ano no Acre, uma cifra nada modesta para uma terra onde os ‘grandes produtores’ em governos passados eram engarrafadores de copaíba, óleo colhido pelo processo do pré-histórico extrativismo, incentivo da esquerda para manter o homem no campo, ou na mata. “Isso tudo é porque a gente produz em 20 mil hectares apenas na atualidade. Imagine quando a gente expandir?”, relativiza o empresário.
Raiolando é crítico por natureza. É assim desde menino, segundo ele, quando crescia nos seringais de Sena Madureira. Ele disse em outras oportunidades que não se conformava com aquela vida e que, aos 12 anos, quando veio para cidade, chegou com o espírito empreendedor no corpo. Hoje, alto empresário, com investimentos que vai dá indústria de plásticos, passando pela revenda de combustíveis e o agronegócio, Raiolando espia sua fazenda Mariana, propriedade utilizada como piloto do programa de incentivo e abertura ao agronegócio no Acre promovido pelo governo do Estado e com o apoio do governo federal, como o futuro de filhos, netos e do povo do Acre como um todo. “Esse Acre vai explodir, meu amigo. Vai ser rico, muito rico”, prevê, baseado nas experiências atuais.
Sobre a Expoacre, que inicia no próximo domingo, Raiolando minimiza sua realização, crítico que é de tudo, ao menos em relação aos negócios que se avizinham para o agro do Acre independente desses eventos. “Não deixa, no entanto, de ser um evento de oportunidades, onde os empresários têm a chance de mostrar o potencial do Acre, e de trocar experiência com as pessoas que vem de fora”, conclui.