INTERIOR
Vereadora denuncia contratação milionária de cantor pela prefeitura de Rodrigues Alves
Matéria retirada diretamente do site ContilNet, creditada devidamente ao colunista Douglas Richer.
Com uma população de 19.767 mil pessoas, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o município de Rodrigues Alves, conhecido pelo Festival da Banana, aguarda um dos artistas mais populares do Brasil, o show do cantor famoso Amado Batista.
Porém, após a publicação da contratação do mais Amado do Brasil, no Diário Oficial do Acre, que deverá ser pago com recursos das secretarias municipais da Prefeitura de Rodrigues Alves, entre elas a Educação, não agradou a vereadora Therezinha Fernandes (PCdoB).
Therezinha Fernandes, de 34 anos, concedeu uma entrevista exclusiva à coluna Douglas Richer, do Portal ContilNet sobre a contratação do show do cantor Amado Batista para o 31º aniversário do município.
Ela acredita que o documento contém erros, e diz que irá investigar e tomar as medidas necessárias, entre elas uma denúncia ao Ministério Público do Acre (MPAC). No documento, publicado pela prefeitura, a entidade pagadora será a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte e Departamento de Esporte. Porém, a vereadora alega que a Secretária de Educação não tem vínculo com a Cultura e Esporte.
“O que me chamou atenção foi o envolvimento na publicação no Diário Oficial, como fonte pagadora a Secretária de Educação. Na esfera administrativa, a Educação é uma secretaria que não envolve a Cultura. A Cultura está dentro da Secretaria de Administração. E aí, a minha preocupação é que este recurso venha da Educação. Porque dá a entender isso, né? A Cultura não faz parte da Secretaria de Educação. E o por que a Secretaria de Educação foi envolvida nesta publicação e nessa contratação? Então eu estou fazendo as apurações necessárias, vou correr atrás, e de maneira nenhuma, eu acredito que o Ministério Público vá permitir uma situação dessas.
“Nada contra Amado Batista, entendeu. Mas que seja pago através de parcerias, através de contribuições de empresários, mas não dinheiro da Educação, sinceramente. Espero que seja um equívoco, porque a gente não pode permitir um negócio desse de forma nenhuma, esse recurso vai fazer muita falta nas escolas do nosso município”, ressaltou.
Indignada com a contratação, a vereadora denunciou falhas na Educação Municipal e relatou com exclusividade ao ContilNet, problemas que se estendem há anos na educação do município. Entre eles a reforma da Escola Municipal Rural José Cassimiro de Almeida (Luzeiro) que funciona no turno matutino, e fica localizada na Comunidade Luzia, uma das comunidades mais próximas da Zona Urbana. Na foto cedida ao ContilNet, o prazo da obra que seria de quatro meses se estende há mais de um ano.
Na escola citada pela vereadora, possui uma creche anexa também do município, que abriga crianças da zona rural. De acordo com a vereadora, durante esse período de reforma da creche que tem o mesmo nome da escola, as crianças foram expostas a condições desconfortáveis para continuarem seus estudos. A vereadora fez flagrante de alunos da creche estudando nos corredores da escola, pois o local não acomodava todos alunos pela manhã.
“A creche que essas crianças deveriam estar estudando, entrou em reforma há mais de ano. E aí, eu fui procurar as crianças que deveriam estar estudando naquela creche e encontrei elas no corredor de outra escola. Essa minha visita foi em junho do ano passado. E se tu me perguntar se essa creche voltou a funcionar, já que o ano letivo de 2023 já iniciou, vou te dizer que não. Falta reservatório, falta uma série de coisas para que a escola funcione. Então de maneira nenhuma, nós temos que permitir o desvio de R$ 1 real da Educação.“
Após a denúncia da vereadora, a escola criou mais um período pela tarde para acomodar os alunos da creche, porém a obra ainda continua e a creche está desativada. Para retornar às aulas, o espaço precisa de vasos sanitários, reservatório de água e outros acabamentos, segundo a vereadora.
“Eles não continuam estudando nos corredores, porque eu fiz o flagrante, e no outro dia na comunidade teve uma reunião com o secretário de Educação e eles foram direcionados para um outro turno, para estarem dentro das salas de aula. Porque a escola só estava funcionando pelo turno da manhã e como não tinha salas suficientes, eles foram colocados no corredor. Mas como eu fiz o flagrante, a denúncia, a escola voltou a funcionar o dia todo, e eles foram direcionados a sala de aula. Mas a creche que iniciou a reforma há mais de um ano, ainda está lá, não foi entregue à comunidade, pois falta uma série de coisas.”
“Essa escola fica na mesma comunidade, tem a Escola de Ensino Fundamental e a creche. E a creche está há mais de um ano e meio desativada. É uma creche bem pequena com apenas uma sala, e essa reforma é interminável” desabafou a vereadora.