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Coluna Agronews: Nene Junqueira

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O Acre é um estado tradicional de pecuária e se rendeu à cafeicultura, nos últimos 5 anos, quando o café se expandiu com mais força para mais de 70% dos municípios do estado. Estima-se que a área cultivada hoje gira em torno de 3.000 hectares. Os números oficiais do IBGE, de julho de 2023, mostram que a área plantada é de 1.155 hectares e a área colhida de 1.145 hectares. Em 2004, chegamos a ter 4.598 hectares de área plantada, mais de 90% deste total são ocupados por cafés robusta amazônico e as lavouras são de agricultores familiares, com plantios de até três hectares.

Dados do professor Leonardo Barreto, da Ufac de Cruzeiro do Sul, mostram que têm propriedades na principal cidade do Vale do Juruá de café sequeiro (sem irrigação) produzindo uma média de 80 sacos por hectares, chegando até 106 sacos. Já o café irrigado tem uma média de produção de 100 sacas por hectare. Em algumas propriedades, colhendo até 180 sacos, a média estadual é de 42,10 sacos por hectare.

Já o preço médio hoje varia de R$ 620 a 650 o saco de 60kg. Acrelândia continua sendo responsável por 60% da produção de café no estado. Em recente levantamento, o IBGE apontou que a safra de 2023 foi de 48.200 sacos. A previsão de produção para a safra de 2024 é de alta, com estimativa de mais de 60 mil sacas do grão.

Observando dados da Conab, a produção brasileira de café na safra 2023 deverá registrar crescimento de 7,5% em relação ao ano passado. Neste ano, a colheita está prevista em 54,74 milhões de sacas beneficiadas, número que foi de 50,92 milhões em 2022. Dos 22 municípios do estado, 17 estão cultivando café e, os principais produtores são os seguintes: Acrelândia, Brasileia, Manoel Urbano e Mâncio Lima.

De acordo com a Embrapa, o Acre tem um potencial enorme para a cultura do café, pois temos uma combinação perfeita de clima e solo favorável para o cultivo. “Há uma grande demanda de mercado, boa parte do café consumido aqui vem de outros estados. Com tecnologias para o cultivo, o café pode ser viável e principalmente rentável”, reforça a Embrapa.

Por demandar muita mão de obra, a cafeicultura representa uma alternativa para geração de empregos e renda, contribuindo para as famílias terem uma vida mais digna no campo.

Sempre quando eu falo da nossa cafeicultura, cito a história do amigo e engenheiro agrônomo Romualdo Marques, proprietário do café Vô Raimundo, o café mais ocidental do Brasil, localizado no município de Mâncio Lima, onde ele e sua família cultivam 4,3 mil pés de café em uma área de 1,2 hectares de sua chácara. Aos cuidados do Romualdo e seu filho Bruno, sua safra de 2023 foi de 110 sacos por hectare, gerando uma receita líquida de R$ 118.000, lembrando que ele industrializa toda sua produção com o café Vô Raimundo. Romualdo é um amigo que a vida me deu, homem de caráter, de família e de princípios. A história dele e de sua família é o maior exemplo de que o café pode mudar a vida das famílias de pequenos agricultores familiares.

  • Nene Junqueira é produtor rural e ex-secretário de Estado de Agricultura do Acre (2021/2022)
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