Política & Economia
A culpa é do Lula da Silva, escreve em sua coluna desta sexta-feira, 11, nosso artículista Valterlucio Campelo
Dois dias depois da Tarifa Moraes, imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos da América, o governo está em campo com uma campanha pilantra de “defesa da soberania”. Acionou um sistema criminoso com influenciadores para operar uma campanha em defesa do Lula da Silva. Tudo, claro, pago com a grana dos brasileiros. O sistema paralelo soma-se ao usual movido pelos jornalistas e velha mídia. A ideia é dar a volta por cima, aproveitar o momento para exaltar um falso nacionalismo e jogar nas costas do ex-presidente Bolsonaro a culpa pela tarifa.
Sei, é da política. Tem otário pra tudo, inclusive para acreditar nessa versão, como se Bolsonaro pudesse dizer ao Trump “cumpanheiro, taca uma tarifa de 50%”. Se o sujeito não for um imbecil de papel passado ou um militante em serviço, haverá de saber e medir que Lula fez opção contra Donald Trump desde antes das eleições americanas. Vejamos:
– Lula se meteu nas eleições americanas ostensivamente tomando partido pela candidata democrata.
– Lula chamou Trump de fascista durante a campanha para a Casa Branca.
– Lula apoiou Biden na perseguição ao Trump que por pouco não foi impedido de concorrer (tal como Bolsonaro).
– Lula estendeu tapete para Nicolas Maduro, que o Governo Americano declarou como narcotraficante.
– Lula permitiu que o Irã atracasse no Rio de Janeiro com seu porta-aviões para sabe-se lá o quê.
– Lula apoiou a Palestina contra Israel
– Lula apoiou o Irã contra Israel e os EUA
– Lula chamou Trump de genocida (associado ao “genocida” Netanyahu)
– Lula propôs ao BRICS criar uma moeda própria e abandonar o dólar.
– Janja mandou SIFU Elon Musk, então secretário do Trump.
– Empresas de mídia americanas foram perseguidas no Brasil
– Nacionais e residentes americanos foram perseguidos
Pois bem, além de tudo isso, Trump observa Bolsonaro ser tratado tal como ele foi, ou seja, perseguido ferozmente pelo sistema que pretende liquidar o conservadorismo e implantar uma nova ordem baseada em um socialismo obscuro, por cima de valores e tradições ocidentais. Por conhecer a situação, Trump tem sobradas razões para ombrear-se ao Bolsonaro.
O alinhamento aos adversários geopolíticos dos EUA, a tentativa de detonar o dólar, e as restrições à liberdade de expressão somadas à perseguição ao Bolsonaro, tudo somado, fez Trump incluir o Brasil em uma longa lista de países hostis e, por isso, merecedores de sanções. Sim, não se trata efetivamente apenas de tarifas de ajuste comercial. O que estamos assistindo é os EUA sancionando o Brasil por desalinho com a histórica relação política e ideológica entre os dois, relação esta baseada na liberdade e cooperação. A opção de Lula pelo eixo do mal tem custos.
Lembremos que 11 dias depois de sua posse, portanto há seis meses, Trump já avisara que faria um realinhamento tarifário observando esses fatores. Já são mais de 30 os países tarifados. Fortões como a China tiveram que sentar e negociar. Enquanto isso, o Brasil que poderia ficar quieto, faz uma reunião para dizer que não precisa ter o dólar como moeda padrão. Isso é praticamente uma declaração de guerra comercial além de uma tolice monumental. Trump declarou que equivaleria a perder uma terceira guerra mundial.
Lula foi à TV dar uma entrevista meia boca e repetir bobagens como essa do dólar. Além disso, cometeu a pérola de que se fosse no Brasil, Trump estaria preso. Espera socorro de quem? Acha que os BRICS vêm resolver a parada? Eles estão cuidando do seu, tentando se ajustar, não tem margem para solucionar o que deles não depende.
Lula vai bancar a reciprocidade, como garantiu? Bem, Trump já avisou que qualquer ação neste sentido será absorvida com mais tarifa. Quem vencerá essa corrida com os EUA? Até aqui, nenhum país conseguiu. Vão radicalizar e prender Bolsonaro? Vão declarar guerra aos EUA com aquela canoa e aquele teco-teco?
É preciso um certo distanciamento para perceber o que o mundo está vendo. Como diz em editorial hoje um dos mais influentes jornais do mundo, o Wall Street Journal, “Lula não é uma ameaça apenas para o Brasil, mas uma ameaça global, pois sua influência corrosiva se espalha como doença pela América Latina”. No campo interno o editorial afirma “a perseguição a opositores, o controle da mídia e a tentativa de enfraquecer instituições democráticas são apontadas como práticas comuns no petismo”. É isso aí. A desgraça toda tem um emblema, o petismo, e um líder, Lula da Silva, ambos amparados pelo Judiciário acumpliciado.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.