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Andirá monta timaço fora de campo, investe na base e começa a colher os louros; hoje disputa final e em janeiro representa o Acre na Copinha

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Equipe sub-17, que disputa neste domingo a Copa Bangú

O Andirá Esporte Clube vive, provavelmente, um de seus melhores momentos desde que foi fundado, em 1964, pela então família mais rica do Acre, os Dantas. É o atual campeão sub-20 da Federação de Futebol, razão pela qual representará o Estado na Copa São Paulo em janeiro, e será, nessa mesma categoria, representante do Acre na Copa do Brasil 2022. É uma equipe perto de imbatível em categorias como a sub-13 e sub-17, e promete montar um plantel de respeito para a próxima temporada. A receita do sucesso? Um timaço fora de campo, com profissionais gabaritados, cada qual em sua função.

Éden Barros, Estevão Batista, kinho Brito, Civaldo Nery, Bruno Melo e Maicon Lima se uniram e estão construindo um Andirá pro futuro

O Andirá disputa na tarde deste domingo, 17, uma final contra o Rio Branco, um dos clubes que mais investiu na base nos anos 1980 e 1990. A competição é promovida pela iniciativa privada e se chama Copa Amigos do Bangu, na categoria sub-17. Não entra em campo como favorito, mas seu esquadrão agora tem o respeito dos grandes, bem diferente de décadas recém passadas, quando o Andirá era o patinho feio do futebol acreano e servia, apenas, como saco de pancadas até de equipes modestas.

Time sub-13, outra grande promessa do Andirá para o futuro

Para alcançar o atual patamar, o Andirá fez uma lição básica: reuniu os profissionais certos e todos com a proposta de ir longe. O presidente Afonso Alves, que ficou conhecido no Acre e no Brasil nos anos 1990 pelos bons resultados que obteve como corredor de ruas, está no cargo há 16 anos, lutando sozinho, sem resultados, até conseguir um grupo de bravos amantes do esporte, entre eles o Policial Federal Éden Barros e o ex-volante do futebol acreano Kinho Brito. “Meu amigo, nós não contamos com nenhuma empresa da iniciativa privada. Quem dera se contasse. Estamos contando com esses amigos, guerreiros, que estão elevando o Andirá a esse patamar”, afirmou Afonso ao AcreNews.

Dayan Barros e Antônio Carlos, duas promessas da base do Andirá

Esse time de profissionais que está mudando o destino do Andirá é formado, além do Kinho Brito, pelo Éden Barros, o ex-jogador Estevão, do Adesg de Senador Guiomard, o Civaldo, comandante da burocracia, para organizar o setor de documentos, mais os treinadores Léo Raches, do sub-13, Bruno Melo, do sub-11, e o Erismeu, comandante do sub-15. O preparador físico é o professor Maicon Lima, além do presidente Afonso Alves, que é também professor de educação física.

Peneira realizada pelo Andirá no município de Tarauacá, sempre um celeiro de craques

Com tanto investimento na base, o Andirá precisou ir buscar promessas do futebol por todo o Acre. Nos times da base do clube tem atletas da Vila Caquetá, em Porto Acre, de Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá, Capixaba e Xapuri, todos prospectados através de peneiras. Os amantes do clube estão se virando com recursos próprios para ir até esses celeiros de talentos. “A gente se vira pra ir atrás de bons jogadores da base, mas já começamos a ver resultados”, diz Kinho Brito, que espera mais um láureo neste domingo na final da Copa Bangu, às 15h, no estádio José de Melo.

Afonso Alves, presidente do Clube há 16 anos, finalmente vive um momento ímpar

Conheça a história do Andirá, que nasceu rico, mas viveu pobre até hoje

Time do Andirá de 1981. Em pé, da esquerda para a direita: Mário Mota, Studio, Josué, Carlão, Uchoa e Zé Bellavista. Agachados: Dias, Zé Maria, Jorge, Carlinhos Chita e Sérgio. Foto: Acervo Francisco Dandão

O Andirá foi fundado no dia 1 de novembro de 1964 por uma das famílias mais tradicionais do Estado do Acre, os Dantas. A origem do nome vem da palavra indígena “andyrá”, que em tupi significa “morcego”. Suas cores inicialmente eram o preto e o branco, mas em 2006, adotou o verde em seu uniforme que, segundo o então presidente Gilberto Braga, é uma homenagem à Amazônia e à borracha, produzida com destaque no Estado.

O mascote (morcego) é um símbolo que imita os muitos mamíferos que existiam na antiga loja “A Granfina”, uma das mais completas lojas de suprimentos das décadas de 1940 a 1970 da cidade.

O clube foi a primeiro do Estado do Acre a ser incluída num dos jogos de apostas da Caixa Econômica Federal, quando em 1974, figurou no volante da Loteria Esportiva no jogo, em casa, contra o Paysandu Sport Club. Nesta partida, o Andirá perdeu por 4 a 0.

A primeira mulher a assumir o comando técnico de um time de futebol no Brasil foi Cláudia Malheiros, quando foi contratada pelo Andirá em 24 de abril de 2000 e permaneceu a frente da equipe profissional até 2001. Neste ano, Cláudia afastou-se dos gramados para dedicar-se à sua família. Em 2006, recebeu o convite para retornar ao Andirá, no ano que também marcava a volta do Morcego, o qual esteve afastado por um ano dos gramados.

Em 2001 e 2002, o clube conseguiu chegar à final do Torneio Início do Campeonato Acreano, tornando-se vice-campeão, porém, a melhor colocação numa temporada do da primeira divisão do futebol profissional do estado, foi o vice-campeonato em 2007.

Em 2005, o Andirá optou por se retirar de competições, retomando as atividades em 2006. Em 2010, o clube amargou a lanterna do campeonato estadual, com apenas um ponto conquistado, e acabou sendo rebaixado para a Segunda Divisão.

Em 2011, conseguiu o seu primeiro título na história, conquistando a Segunda Divisão do Campeonato Acreano e retornando para a elite em 2012, onde fez uma campanha modesta, terminando em 6º lugar. O destaque da equipe foi o atacante Eduardo, que foi o artilheiro da competição com 13 gols.

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