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POLÍTICA

Colegiado do PSDB dá aval para união com o Podemos e federação terá chapa muito forte no Acre para federal e estadual

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Tucanos aprovaram proposta para absorver Podemos; dirigentes esperam que tratativas sejam concluídas na próxima semana. PSDB avalia que movimento fortalecerá e retomará bases históricas da sigla.

Por g1

A convenção nacional do PSDB aprovou nesta quinta-feira (5) a união da sigla com o Podemos.

Em reunião com dirigentes e parlamentares tucanos de todos os níveis, o partido deu aval, por 201 votos a 2, à incorporação do Podemos à estrutura partidária do tucanato.

O órgão máximo do PSDB também decidiu dar poderes à direção nacional do partido para concluir as negociações junto a dirigentes do Podemos.

Ao g1, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse esperar que o arranjo seja concluído e enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana.

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Nas últimas semanas, no entanto, predominou o entendimento de que o movimento a ser feito junto ao Podemos será o de uma incorporação — quando um partido é absorvido por outro.

Aliança quebrada

🔎O instrumento foi escolhido para evitar uma disputa jurídica com o Cidadania, ao qual o PSDB está federado. Federações são uma espécie de casamento por, no mínimo, quatro anos.

Embora o Cidadania já tenha anunciado que vai se separar dos tucanos, pelas regras, a aliança entre as legendas só poderá ser quebrada em 2026. O rompimento antes do prazo levaria a penalidades aos partidos, segundo a legislação.

Com a incorporação, no entanto, o entendimento de dirigentes tucanos é que o PSDB seguirá existindo e a regra seria, portanto, driblada.

O presidente do Instituto Teotônio Vilela — entidade mantida pelo PSDB —, deputado Aécio Neves (MG), projeta que a incorporação será aprovada pelo TSE até outubro. A princípio, segundo Aécio, o novo partido será chamado de “PSDB+Podemos”.

Alguns detalhes do formato da união com o Podemos ainda não estão completamente fechados, segundo dirigentes. Há divergências, por exemplo, em relação à governança e ao número de urna (45 do PSDB ou 20 do Podemos).

O desgaste, que se acelerou a partir das eleições de 2018, tem levado a uma debandada em série de tucanos.

Neste ano, o PSDB perdeu dois dos três governadores eleitos pela sigla em 2022: Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco), que migraram para o PSD.

O único governador tucano, Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), tem sido disputado por outras legendas. Em conversas com dirigentes do PSDB, Riedel disse que só tomaria a decisão após a conclusão das tratativas com o Podemos

Ao discursar na convenção desta quinta, Eduardo Riedel disse apoiar “integralmente” a união com o Podemos “E que a gente continue fortalecendo o nosso partido”, disse.

Juntos, PSDB e Podemos podem chegar a ter a sétima maior bancada da Câmara, em números atuais, com 28 deputados.

  • A hipótese, neste caso, ocorre porque a Justiça Eleitoral permite que deputados migrem para outras siglas sem punição em cenários como esse, de incorporação de partidos.

No Senado, a nova sigla poderá se tornar a quarta maior bancada da Casa, com 7 senadores. Aécio Neves acredita que a decisão de reunir as siglas trará mais “musculatura” ao PSDB e poderá impulsionar a filiação de novos quadros.

Um ‘novo’ PSDB

Dirigentes do PSDB tratam a incorporação do Podemos como um marco para um processo de renovação e reavivamento da sigla.

O partido, que presidiu o Brasil por duas vezes, quer restaurar as bases históricas da legenda. Segundo Aécio Neves, tucanos históricos têm sido convidados a retornar à sigla para contribuir na construção de um novo programa partidário.

Aécio afirma que a sigla quer se “radicalizar” no centro e reunir votos de fatias da população que não se identificam com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado federal avalia que as mudanças devem encorpar os quadros do PSDB. Aécio Neves também diz que a união com o Podemos é um passo para que o ninho tucano volte a disputar o comando do país.

Segundo ele, com a nova estrutura partidária, o PSDB terá musculatura para disputar — eventualmente — a presidência em 2026 e eleger bancadas mais imponentes no Congresso. Aécio estima que o novo partido pode conquistar até 50 deputados federais.

O presidente nacional do partido, Marconi Perillo, afirma que o novo programa partidário do PSDB será baseado em quatro pilares:

  • combate veemente à desigualdade social;
  • equilíbrio fiscal;
  • gestão das políticas públicas;
  • e reformas estruturais.

“É hora de atualizar o nosso jeito de fazer política, de usar nossa experiência para construir soluções para o presente e o futuro. O Brasil está mudando e mudou muito. E o PSDB está mudando também”, disse.

Além da união com o Podemos, a convenção nacional desta quinta também decidiu abrir margem para ampliar alianças do PSDB com outras legendas.

Novo partido em números

O “PSDB+Podemos” deverá ter direito, em 2026, à 6ª maior fatia de recursos públicos para financiamento de campanha.

A distribuição dos recursos levará em conta a soma do resultado eleitoral obtido pelas siglas em 2022 e não será influenciado pela saída de deputados federais com o processo de fusão (entenda mais abaixo).

Em números atuais, a nova sigla terá:

  • 28 deputados federais — sétima maior bancada da Câmara
  • sete senadores — quarta maior força dentro do Senado
  • sétimo maior número de prefeitos em todo o país, com 405 prefeituras
  • um governador
  • R$ 384,6 milhões em fundo eleitoral (números de 2024) — 6ª maior fatia do Fundão
  • R$ 77 milhões em fundo partidário (números de 2024) — 8º maior volume de dinheiro

 

Da presidência do Brasil ao risco de sumir

O PSDB, que já chegou a presidir o país e ocupar o topo do ranking de parlamentares eleitos, tem enfrentado debandada em todos os estados.

O declínio, segundo tucanos, é resultado direto das eleições de 2022, quando o PSDB registrou o pior desempenho eleitoral.

À época, mergulhado em divergências, a sigla se federou ao Cidadania, que recentemente rompeu com a aliança, em uma tentativa de melhorar os seus resultados.

  • eleger a menor bancada da história dos tucanos na Câmara;
  • ficar sem bancada no Senado;
  • não indicar candidato ao Planalto pela primeira vez desde 1989;
  • perder o governo do estado de São Paulo, que estava nas mãos do partido há quase três décadas.

O temor do ninho tucano é que o processo de desidratação leve a um asfixiamento financeiro e a uma aceleração do desaparecimento do partido.

O motivo principal é o endurecimento da cláusula de barreira — regra que determina, com base em número de votos válidos e deputados eleitos, quais partidos terão direito a recursos públicos mensais para o funcionamento das siglas (fundo partidário) e ao tempo de propaganda em TV e rádio.

Em 2026, a distribuição destes recursos se dará com base nos resultados de 2022 — para esse fim, será utilizado a soma dos deputados eleitos pelos dois partidos: 25, e não os 28 parlamentares atuais.

Na prática, isso quer dizer que a fusão, ao ser oficializada, terá direito a um fundo partidário maior e a maiores fatias do fundo público de financiamento de campanha — o Fundo Eleitoral — e do tempo de rádio e TV.

A expectativa, dos dois lados, é que isso possibilite maior investimento em campanhas e favoreça a eleição de correligionários no próximo ano, o que driblaria a cláusula de barreira.

  • obter, nas eleições de 2026, ao menos 2,5% dos votos válidos para a Câmara — distribuídos entre 9 estados com, no mínimo, 1,5% dos votos válidos em cada estado;
  • ou eleger, em 2026, no mínimo, 13 deputados distribuídos em pelo menos 9 estados.
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