COLUNA DO PITTER LUCENA — Ao poeta maior, Mauro Modesto

Era o ano de 1988, tive o privilégio de trabalhar na TV Acre ao lado de um poeta cujo talento transcendia o seu tempo. Mauro Modesto era mais do que um colega de trabalho, era um escritor moderno e um jornalista incansável na busca pela verdade. Juntos, compartilhávamos uma admiração mútua pela liberdade e pela expressão autêntica.

A redação da TV Acre era um ambiente fervilhante de ideias e histórias. Mauro sempre se destacava por sua paixão pelas palavras e seu compromisso em transmitir a realidade de forma clara e autêntica. Ele não se contentava com meias verdades ou com narrativas superficiais; sua busca pela verdade o impulsionava a investigar a fundo cada história que cruzava seu caminho.

Trabalhando juntos, compartilhamos momentos de desafios e de aprendizado. Cada dia era uma oportunidade para trocar conhecimentos, debater sobre ética jornalística e explorar novas abordagens na arte da escrita. Mauro era um mentor e um amigo dedicado, sempre disposto a compartilhar suas perspectivas únicas e a incentivar o crescimento intelectual da equipe.

Passaram-se os anos, e nossos caminhos se separaram. Mas o destino, com suas reviravoltas imprevisíveis, decidiu cruzar nossos caminhos novamente. No Rio de Janeiro, em um encontro casual, tive a alegria de reencontrar Mauro Modesto. A notícia do lançamento do livro da professora Edir Marques na casa da escritora Cecília Meireles foi o ponto de partida para a nossa conexão renovada.

Mauro, generoso como sempre, fez questão de me convidar para o evento. Eu senti o peso da gratidão em suas palavras, o desejo genuíno de compartilhar aquele momento especial comigo. Infelizmente, circunstâncias imprevistas me impediram de comparecer. Lamento profundamente não ter tido a oportunidade de prestigiar o lançamento e estar ao lado de meu amigo.

Embora não tenha estado presente fisicamente, meu coração estava com Mauro naquele momento. Eu sabia que sua presença seria cativante, sua voz ecoaria pela sala, envolvendo a todos com suas palavras poderosas. Sua poesia seria uma sinfonia de emoções, tocando as almas dos presentes. Mas, acima de tudo, ele seria uma presença marcante, irradiando inspiração e buscando a verdade com sua paixão inabalável.

Hoje, presto minha homenagem a Mauro Modesto, meu amigo querido, meu irmão de alma. Sua partida deixa um vazio em nossos corações, mas sua essência continuará viva em cada palavra que escreveu, em cada reportagem que investigou e em cada poesia que encantou.
Vá em paz, meu irmão Mauro. Que sua jornada além deste mundo seja iluminada e plena de poesia. Seu legado como poeta, escritor e jornalista será eterno. Agradeço por sua amizade, por seu exemplo de integridade e por ter compartilhado conosco sua arte e seu compromisso com a verdade.

Ainda que nossos caminhos tenham se separado, carregarei as lembranças dos dias vividos na TV Acre e do nosso reencontro no Rio de Janeiro. Você sempre será uma fonte de inspiração e um farol de sabedoria em minha vida.

Descanse em paz, meu amigo, e saiba que seu espírito livre e sua paixão pela verdade continuarão a brilhar em nossas vidas. Até nos encontrarmos novamente, nas estrofes eternas da poesia que transcende o tempo e o espaço.

Pitter Lucena – jornalista e escritor