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ARTIGO

“Em três anos vamos reconstruir a BR-364”, garante novo diretor do Dnit que também liderou caravana com deputados

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Ricardo Araújo, do Dnit, mostra aos deputados detalhes da recuperação de um dos pontos da BR-364

Por Jorge Natal

Não tem algo que deixa o acreano mais indignado do que a situação da BR 364, sentido Rio Branco/Cruzeiro. O que aconteceu, ao longo das últimas décadas, é o que podemos chamar de escárnio. Se não bastassem as barbeiragens técnicas na sua construção, a rodovia foi usada para vender sonhos de um Acre desenvolvido e próspero, rendendo dividendos para os políticos de plantão. Resumo da ópera: quase R$ 2 bilhões enterrados ao longo de seus 635 quilômetros e o Acre continua pobre.

Solo argiloso e mole, falta de materiais resistentes (pedra, laterita), logística gigante para a chegada de insumos, longo período chuvoso e, para complicar ainda mais, todos os importantes rios do Acre cortam a estrada, deixando trechos completamente alagados durante as chuvas e, por isso, pontes precisaram ser construídas. Ao todo, a rodovia tem 55. Só na região entre Jurupari e Feijó, de 90km, são cinco.

Muitas são as indagações, porém uma afirmação é quase consensual. A obra foi mal executada. E também uma pergunta que não cala: dá para consertar e deixar bem feita?

Em caravana na última sexta-feira (30), políticos e dirigentes de órgãos viajaram pela BR -364 até o município de Cruzeiro do Sul para vistoriar as obras. Integram também o grupo profissionais da engenharia e dirigentes de órgãos como a CGU (Controladoria da União) e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).

O portal conversou com o novo superintendente da autarquia, Ricardo Augusto Melo de Araújo, 63 anos. Engenheiro civil e de segurança no trabalho, ele terá a oportunidade de dar uma solução definitiva para a BR- 364 e recuperar a 317, que são as principais “artérias” para a vida econômica e social do Estado. “A reconstrução da 364 é uma prioridade, já existe o aporte financeiro e temos tecnologias para fazermos uma obra de qualidade”, afirma Araújo, para quem a união de todos os agentes públicos é o principal fator do sucesso.

Vejam os principais trechos da entrevista:

Acre News – Apesar do pouquíssimo tempo no cargo (cerca de um mês), como é ser superintendente do Dnit?

Ricardo Araújo – É um grande desafio, mesmo contando com uma equipe técnica muito boa. O Dnit é uma autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes, consolidada em nível nacional, porém, aqui no estado, ainda faltam algumas estruturas funcionais, principalmente por sermos uma superintendência nova. Avançar neste aspecto é uma das minhas missões.

Acre News – O que está acontecendo na BR –364?

Ricardo Araújo – Ao longo de toda a BR-364, da Tucandeira até Cruzeiro do Sul, está toda coberta, ou seja, estamos com oito empresas contratadas e trabalhando. Ao todo são vinte frentes e, como a intensificação do verão, a tendência é aumentarmos esses serviços, que são a restauração de pavimentos, remendos profundos, limpeza de bueiros, roçagem, sinalização, entre outros.

Acre News – Como é construir e manter estradas nesta região?

Ricardo Araújo – Antes de Sena Madureira até chegar ao Rio Liberdade, temos um trecho de solo mole, também conhecido como tabatinga. É um verdadeiro desafio construir e manter estradas nessa parte da BR-364, que ficou sem recursos e praticamente sem manutenção durante os últimos quatro anos.

Acre News – Existem tecnologias para fazer uma obra em definitivo?

Ricardo Araújo – Além da natural fiscalização, essa visita é importante porque iremos apresentar uma tecnologia que vem dando resultados. Trata-se do macadame hidráulico, é a camada de base ou sub-base obtida por compactação de agregados graúdos, uniformemente distribuídos, cujos vazios são preenchidos com agregados miúdos, pó-de-pedra, uniformemente distribuídos, inicialmente a seco e depois adensados com ajuda de água. Com isso, a água que vem de baixo vai sendo drenada, ou seja, não sobe para o pavimento. Outro problema é que, a cada 200 a 300 metros, temos uma obra de arte corrente, seja ela um bueiro, uma galeria ou uma ponte. Essa é a técnica 40% mais cara, porém a sua resposta, ao longo dos anos, mostra que o custo-benefício é maior.

Acre News – E existem recursos suficientes para refazer esses trechos críticos?

Ricardo Araújo – Hoje temos quase R$ 300 milhões liberados. Temos a garantia do ministro de que mais recursos virão, mais precisamente cerca de R$ 1,5 bilhão para toda a reconstrução. Acreditamos que, nos próximos três anos, iremos fazer a restauração do todo o trecho Rio Branco/Cruzeiro do Sul. O presidente Lula colocou essa obra no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).

Acre News – E a BR-317?

Ricardo Araújo – Do seu trecho em território acreano, que fica na fronteira com o município amazonense de Boca do Acre até Assis Brasil, também está todo coberto. Estamos trabalhando nele. Essa estrada tem um solo melhor, mas precisa de manutenção. O trecho mais desgastado é aquele do cruzamento com a BR-364 até o município de Senador Guiomard. A malha de estradas federais no Acre totaliza 1.197 quilômetros.

Acre News – O senhor é favorável à construção da estrada ligando Cruzeiro do Sul à cidade peruana de Pucallpa?

Ricardo Araújo – Essa ligação existe pela 317 e já estamos exportando frango e suínos para os países andinos. Quanto àquele outro corredor no Vale do Juruá, que inclusive está situado numa região de planície, sou favorável sim, mas protegendo o meio ambiente, notadamente o Parque Nacional da Serra do Divisor.

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