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Entenda os projetos discutidos na Câmara sobre o fim da delação premiada
O projeto de Damous, que apresentava quatro modificações à lei das organizações criminosas, não avançou na Câmara. Suas propostas incluíam:
- Aceitar delações somente de acusados ou indiciados que estivessem respondendo aos processos em liberdade;
- Proibir denúncias fundamentadas exclusivamente em delações;
- Manter em sigilo as menções de um delator a pessoas que ainda não são investigadas;
- Criminalizar a divulgação do conteúdo de uma delação.
Diferenças entre os projetos
Apesar de o projeto de Damous ter sido rejeitado pela Comissão de Segurança Pública e nunca ter sido votado na Comissão de Constituição e Justiça, uma de suas sugestões foi incorporada ao pacote anticrime de 2019. Desde então, certas medidas judiciais não podem ser baseadas apenas em delações premiadas.
Como a proposta de Damous é a mais antiga sobre o tema, outros projetos semelhantes foram apensados (quando um projeto é anexado a outro, para que passem a tramitar juntos) a ela, incluindo o de Luciano Amaral. Apresentado em 2023, o projeto de Amaral sugere que:
- A recuperação total ou parcial dos proveitos obtidos pela organização criminosa deixe de ser um motivo para firmar um acordo de colaboração, tornando a delação um ato “voluntário”;
- Proíbe-se a delação de pessoas presas;
- Terceiros implicados por uma delação premiada possam impugnar o depoimento e as decisões nele baseadas.
O projeto de Amaral presume que não há vontade espontânea na delação de uma pessoa privada de liberdade, considerando que o detento está em uma situação de vulnerabilidade e desequilíbrio. O objetivo é evitar a instrumental