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ARTIGO

Ere Hidson apresenta outra relíquia viva de Cruzeiro do Sul, o casal Alberto Brito e professora Randelia

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Professora Randélia e Alberto Brito

O casal Maria Randélia Braga de Moraes Brito, ou simplesmente professora Randélia e Alberto Rodrigues Brito, ou apenas Alberto Brito, é o que pode se chamar de relíquia viva do Vale do Juruá. Juntos, eles tem uma incalculável prestação de serviços à sociedade de Cruzeiro do Sul, principalmente.


Nascido no dia 15 de novembro de 1932, no Rio Cruzeiro do Vale, atualmente município de Porto Walter, no dia em que completava 43 anos da proclamação da República, pelo Marechal Deodoro da Fonseca, Alberto Brito é banco de dados ambulante. Bem lúcido, sabe historiar a região como nenhum computador. Ele começa nossa conversa lembrando que 15 de novembro é, além de seu níver, é dia de Santo Alberto Magno. Filho do seringueiro Francisco Rodrigues de Brito e da dona Maria Rodrigues de Brito, Alberto é trazido de Porto Walter para Cruzeiro do Sul pelo bispo Dom José Ascher. Alberto lembra com muita alegria de Dom José. “Foi um homem muito bom, não só pra ‘mim’, de maneira pessoal, mas para toda a nossa população do Juruá. Mancio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e sobretudo, Cruzeiro do Sul”, conta.

Irmão José da Cruz, milagreiro do Juruá que seu Alberto Brito conheceu


Ministro da eucaristia desde 1950, Alberto conta a reportagem que participou da festa de lançamento da pedra fundamental para a construção da nova catedral de Cruzeiro do Sul, evento ocorrido dia em 10 de maio 1957 e que seria inaugurada 08 anos depois, em 1965. Lembra que ajudou a construir, também, de maneira braçal, ofertando a igreja seus serviços como ajudante de pedreiro. Catedral construída sobre a batuta do irmão espiritano “Cheing”, como era conhecido. “Um homem superinteligente, um visionário à frente do seu tempo”, destaca.

A primeira catedral onde eles iniciram a vida de dedicação a fé


Tendo trabalhado com todos os bispos desde 1950, cita o Dom Henrique Ruth, que dá nome ao maior colégio público de ensino médio do Juruá e que fez o hospital para os acometidos com hanseníase, o Mohan. Também cita o Bispo Dom Luís, Falecido em 2017.


Alberto lembra também de Dom Moser e fala com muito carinho do atual Bispo, Dom Flávio Giovanalle, todos homens que ajudaram e continuam a obra da igreja na nossa região. Durante esses anos de sacerdócio, um dos fatos que mais impressiona seu Alberto foi ter conhecido pessoalmente o irmão José da Cruz, uma lenda que passou na região. Na antiga catedral de Cruzeiro do Sul, atualmente o Palácio do Bispo, onde pessoas, entre moradores e turistas buscam o mirante pra tirar foto da atual catedral, o irmão José era um homem de muita sabedoria e simplicidade.

Alberto em seu sacerdócio


Casado desde 1959 com a professora Randélia Brito, filha do cearense de Quixaromobim, seringueiro Manoel Domingos de Moraes e da lavadeira Maria Braga da Silva. A professora nasceu em 27 de janeiro de 1933. É mãe do primogênito e poeta cruzeirense Alberan Moraes, que escreveu retórica sentimental, e do também poeta Alberto Lôro, esse in memorian. Lôro escreveu sobre a BR-364. Faleceu há 3 anos. Nasceram ainda Maria Alberli, José Alberdan, José Alberson, Maria Albernizia, José Albercio e Maria Alberlane.


A professora Randélia Lecionou de 1952 a 1982. Foram 30 anos ensinando os alunos e os tratando como se fossem seus próprios filhos. A notável passagem dela pelo magistério foi nas históricas escolas Craveiro Costa, Barão do Rio Branco e São José. Ela lembra que a maior satisfação é poder ter contribuído para a formação de cidadãos, muitos deles figuras muito conhecidas na região. Inclusive, dois alunos dela, na escola São José, se tornaram diretores da referida escola, anos mais tarde. Destaca o professor Nilo Castro e a professora Sernizia. Lembra ainda de alguns médicos, como Marcos Lima, que inclusive é diretor do Hospital regional do Juruá irmã Nair.


Foram anos de civismo, patriotismo e religiosidade. “Uma época de muito respeito”, destaca. Cantar o Hino Acreano, Hino Nacional, e até fazer uma oração, foi habitual no dia a dia de seus alunos. Sempre trabalhou em 3 turnos, com turmas que iam de 30 até 53 alunos por sala.


“É uma satisfação pessoal, pessoas sempre me vem, me abordam: professora Randélia, lembra de ‘mim’? Alguns eu lembro, outros nem tanto. Mas o importante é esse carinho, não há dinheiro no mundo que pague, isso não tem preço. Amigos eu ganhei, saudades eu senti, partindo”, cita a professora Guidola, Mãe do Médico João Correia.


Professora Terezinha Saavedra, Mãe do também professor Júnior Saavedra, professora Cleide Medeiros, mãe do Cisnando, professora Mariquinha, mãe do deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB), professora Maria Lima de Souza, que dar nome a escola no Bairro da Cobal, além do saudosíssimo irmão Mariano, da ordem dos Maristas.


Professora Randelia foi aluna da Madre Adelgundes Becker, que dá nome ao Colégio Militar do Segundo Distrito de Cruzeiro do Sul.


Depois de se aposentar, professora Randélia dedicou-se as obras eclesiásticas, membro ativa que é do Cenáculo de Maria, Legião de Maria, ministra da Eucaristia Exército Branco, movimento pra evangelizar crianças de quatro a 12 anos.


Ela destaca ainda que foi uma pena não ter conhecido o Irmão José da Cruz, pessoalmente. “No dia que era pra acontecer o encontro ele ia saindo/sumindo em meio a multidão”, lamenta.
Devota de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, pediu ao Pai Eterno e ao Espírito Santo pra melhorar de vida e tirar sua mãe de lavadeira de roupas. A bênção foi concedida e o primeiro ato ao receber seu primeiro salário foi tirar sua mãe da vida de lavadeira. Atribuiu o milagre santíssima trindade.


Como legado, a professora Randélia é o exemplo de família, parafraseando o poeta Chico Buarque “Mirem-se no exemplo dessas mulheres”. Também deixa a ideia de honrar pai e mãe, união da família, como filhos, netos e bisnetos. “Todos, até hoje, quando saem tomam a bênção, quando entram da mesma forma. Oração orientação familiar, são marcas que ficam pra sempre”, diz, para finalizar nossa conversa, essa personagem do Vale do Juruá.

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