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“Foi bem impactante, pois aqui chuva é raro”, conta acreano Rodrigo Pinto sobre temporal que alagou os Emirados Árabes

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O acreano Rodrigo Pinto presenciou um raro fenômeno em Dubai que virou notícia mundial, o maior temporal da história do Golfo Árabe. O evento ocorreu de terça para quarta-feira e “imobilizou” uma das cidades mais ricas e bem fundadas do mundo.
Rodrigo Pinto é um acreano que mora há 10 anos em Dubai, para onde se mudou depois de deixar a política no Acre, pelo menos por uma temporada. Filho do governador Edmundo Pinto, morto em 1992 quando completava dois anos de governo, assassinado em circunstâncias discutíveis até hoje em un hotel de São Paulo, Rodrigo achou nos Emirados uma vida compatível com seu desejo de viver do esporte que pratica na qualidade de professor, as artes marciais.
Acostumado a vida em Dubai, Rodrigo disse ao Acrenews que testemunhou algo muito raro naquela região, onde chuvas acontecem três vezes ao ano. Segundo ele, o sistema de desastres do país estava monitorando essa formação desde a semana passada. Foram emitidos alertas mais como a natureza e imprevisível acabou pegando todos de surpresa.
Choveu em 20 horas em Dubai, segundo Rodrigo, o equivalente o ano inteiro, cerca de 142 mm de água. Pelo fato de ser deserto a areia satura, provocando o acúmulo de água. “Foi extremamente assustador. Essa célula atingiu todos os Emirados, que são sete, causando devastação e prejuízos matérias”, conta Rodrigo.

Temporal sem precedentes

Com o g1.globo.com

Em menos de 48 horas, a cidade registrou 142 milímetros de chuva – volume muito maior do que o esperado para um ano inteiro, de 94,7 milímetros.
Segundo a agência de notícias estatal WAM, Dubai viveu um “evento climático histórico” que ultrapassou “qualquer registro documentado desde o início da série histórica, em 1949”.

As chuvas também atingiram países vizinhos, como o Bahrein, Omã, Catar e Arábia Saudita. No entanto, os Emirados Árabes Unidos foram os mais afetados.

Fator humano

As causas do fenômeno ainda são desconhecidas, mas, de acordo com a agência de notícias Associated Press, uma das razões pode ser uma “semeadura de nuvens” mal calculada.

Para meteorologistas, ainda é cedo para determinar as causas do evento atípico, mas ele condiz com as mudanças climáticas em decorrência do aquecimento global — e é improvável que uma ação humana pontual tenha deflagrado o fenômeno

A “semeadura”, ou “cloud seeding”, em inglês, é uma intervenção humana que consiste em bombardear nuvens com produtos químicos específicos, como iodeto de prata ou gelo seco. O governo dos Emirados realiza voos para esse propósito regularmente.

O objetivo é provocar chuvas para aumentar a oferta de água na região desértica.

Os Emirados Árabes Unidos dependem em grande parte de usinas de dessalinização para obter água potável, num processo caro, que consome muita energia. Por isso, eventualmente o país utiliza a semeadura de nuvens para aumentar a presença de água no subsolo.

O governo dos Emirados Árabes Unidos negou que uma semeadura de nuvens tenha causado a tempestade.

 

 

 

 

Rodrigo, a mãe, Fátima, viúva do governador Edmundo Pinto, e os outros filhos Nuana e Pedro: eles estiveram em Dubai uma semana antes do temporal

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