ACRE
Governo do Acre investe na produção de frutas e farinha na aldeia do povo Puyanawa
Por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA), a Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa) entregou, neste final de semana, 55 roçadeiras e três pulverizadores aos produtores indígenas da Aldeia Puyanawa, em Mâncio Lima. Os equipamentos serão utilizados na fruticultura para a limpeza dos terrenos e controle de pragas. A Sepa também está viabilizando a liberação de mais de quatro mil litros de óleo diesel para a mecanização das lavouras de mandioca dos indígenas.
O secretário da Casa Civil, Flávio Silva, representando o governador Gladson Cameli, participou da entrega dos equipamentos. E também de uma reunião com as principais lideranças Puyanawas sobre produção agrícola, controle alimentar e preservação ambiental na área indígena demarcada.
“A produção agrícola com ênfase na preservação ambiental até algum tempo era algo inconcebível para algumas pessoas. Mas o trabalho que os Puyanawa estão desenvolvendo é a prova de que é possível produzir preservando a floresta. Isso abre uma perspectiva enorme para que esse projeto de fruticultura sustentável sirva de modelo para outras comunidades indígenas e até mesmo para o mundo. O governo do Acre está à disposição para continuar as parcerias com o povo Puyanawa, e também com outras etnias, para incentivar a agricultura que melhora a alimentação dos indígenas e fomenta a prosperidade econômica desses povos”, afirmou Flávio Silva.
Marcos Pereira, chefe do escritório regional da Sepa, representou o secretário da pasta Nenê Junqueira, durante o encontro.
“Temos que reconhecer o crescimento que a comunidade Puyanawa teve com a implantação do PDSA. Eles incorporaram o espírito de preservação e melhoraram a sua alimentação. Aqui temos um exemplo notável do programa de fruticultura, preservação da mata nativa e recuperação de áreas degradadas. Algumas frutíferas já estão produzindo o que vai gerar renda para os produtores indígenas. Com os equipamentos que foram entregues haverá uma otimização de tempo e mão de obra que refletirá no aumento da produção”, salientou Marcos Pereira.
O cacique Joel Puyanawa, que também é vereador de Mâncio Lima no seu quinto mandato, ressaltou que o apoio do governo do Acre é um reconhecimento do trabalho que seu povo desenvolve na agricultura.
“Eu fico agradecido de receber o secretário da Casa Civil para uma conversa sobre o agronegócio Puyanawa. Porque cada povo tem o seu agronegócio de acordo com os seus valores. Esse projeto de fruticultura vai fluir em direção à prosperidade, que vai alavancar a economia da nossa comunidade. Isso traz segurança alimentar ao nosso povo e a preservação da nossa floresta. Assim garantimos um futuro luminoso para a nossa gente. Como cacique posso afirmar que a confiança do governo Gladson Cameli é o resultado do respeito que nós construímos. Aqui o que prevalece é a nossa visão de futuro em direção a evolução”, ressaltou o cacique.
O coordenador do programa na aldeia, Luiz Puwe, comemorou mais um investimento do governo do Acre no programa de fruticultura.
“Estamos vendo a nossa comunidade num trabalho evolutivo que nos traz autonomia e prosperidade. Ao mesmo tempo em que estamos incrementando a preservação das nossas matas, dos nossos rios e nascentes. O resultado é que temos um ar mais puro e mais opções alimentares nas nossas mesas todos os dias. Isso dentro dos valores dos saberes do povo Puyanawa com um incentivo muito grande do governo através dos seus secretários. Isso nos incentiva a fazer mais mostrando para toda a sociedade que nós índios somos muito trabalhadores”, ponderou Puwe.
Produzindo farinha sem desmatar
Após um pedido direto do Cacique Joel ao governador Gladson Cameli, a Sepa também está viabilizando combustível para a mecanização das plantações de mandioca. Numa parceria com a Prefeitura de Mâncio Lima que irá ceder as máquinas, a perspectiva é que os Puyanawa possam ter uma produção excepcional de farinha em 2021.
“Estamos investindo desde os anos 90 na mecanização das nossas lavouras. Com isso não precisamos desmatar para cultivarmos as nossas roças. O que nós temos trazido de recompensa para o planeta é preservar a floresta. Temos a responsabilidade de trabalhar essa política de produção sem destruir a natureza seguindo a nossa cultura e a nossa tradição. Assim queremos ampliar a nossa parceria com o governo porque não queremos degradar a floresta, sujar as águas e o ar, queremos é valorizar a vida que está no meio-ambiente. Com 200 horas de aradagem que teremos não haverá queimadas e nem desmatamento na terra Puyanawa”, finalizou Joel.
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