ACRE
Professora da rede estadual com doutorado por uma universidade da Flórida, EUA, e nova presidente do Rotary, Rosineia Frota fala sobre política, educação e sintetiza a própria trajetória
Evandro Cordeiro
Aos 44 anos de idade a professora doutora Maria Rosineia da Silva Frota conseguiu um currículo que pouca gente não alcançará nem aos 50. Nascida em Tarauacá, essa menina senhora deu os primeiros passos rumo a conquistas inimagináveis na escola João Ribeiro. Formou-se em História pela UFAC, pós graduou-se em gestão e planejamento pela Universidade de Várzea Grande, MT. Fez mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Autônoma de Assunção, no Paraguai, e doutorado em Ciências da Educação pela Absolute Christian University, Flórida, USA. Era de se esperar que ela tivesse conhecimento nas mãos diversificadas áreas, uma cosmovisão de mundo sem as amarras daqueles que fazem o inverso dela ao não buscar conhecimento, uma maioria, óbvio, por falta de oportunidade.
Em nosso ‘Papo de domingo’, essa professora, que deverá disponibilizar seu currículo a política, ao disputar uma cadeira no Congresso Nacional pelo PSB, fala sobre muita coisa, inclusive sobre a missão de presidir o Rotary.
Veja nosso papo rápido:
AcreNews – Como tudo começou no Rotary até chegar a presidência?
Rosineia Frota – Em 2015, quando voltei pro Acre, fui convidada pelo amigo Coracy Sabóia para fazer parte do Rotary e aceitei o convite. Nesses sete anos ocupei várias funções e agora assumo com muito orgulho o cargo de presidente do Rio Branco Rotary Club.
AcreNews – Como anda a economia local e a nacional na sua visão?
Rosineia Frota – Ao meu ver atravessamos um momento crítico tanto no Estado quanto no país. Nossa economia foi muito afetada pela pandemia e pela guerra da Ucrânia, mas o cenário político nos empurrou também para essa crise. Hoje temos mais de 15 milhões de desempregados. Vejo no governo Bolsonaro uma instabilidade de gestão que deixa vulnerável nossa economia.
AcreNews – Quem lhe convidou para a política e por qual razão a senhora aceitou?
Rosineia Frota – Militei na política dos meus 16 aos 23 anos no PCdoB em Tarauaca. Me afastei por quase duas décadas e agora fui convidada pelo meu compadre e amigo Jenilson Leite. A razão que me fez aceitar é exatamente a ausência da boa política. Percebo que hoje o Estado mínimo de direito não está chegando às pessoas que precisam.
AcreNews – A senhoria tem conceito sobre essa questão de cotas, inclusive para participação de mulheres na política?
Rosineia Frota – A mulher pode chegar onde ela quiser. Nós mulheres somos 54% do eleitorado e quando se olha nos espaços de tomada de decisão, a gente não ocupa esses lugares. Nós mulheres precisamos ocupar os espaços de tomada de decisão, para participamos ativamente da vida da nossa gente. Quando eu falo dessa participação das mulheres, lembro dos números da violência contra a mulher. O Acre é o Estado mais violento para a mulher morar. A gente precisa mudar essa realidade. Minha cidade por exemplo, Tarauacá, ocupa um dos primeiros lugares nesse ranking da violência. Por acreditar que a gente pode mudar esse cenário é que coloquei meu nome como pré-candidata a deputada federal pelo PSB.
AcreNews – Quando o eleitor vai enxergar melhor a necessidade da mulher está presente nas principais decisões políticas?
Rosineia Frota – Na minha visão essa responsabilidade é nossa. Nós temos essa missão de mostrar para a sociedade a importância da participação qualificada da mulher nas tomadas de decisão. Nós mulheres podemos e vamos praticar a boa política com ética e responsabilidade.