CULTURA & ENTRETENIMENTO
Semana de Arte Moderna: o centenário de uma nova era
Em 2022 comemora-se o centenário da Semana de Arte Moderna. O evento tem como tema principal o protagonismo da periferia, realizando uma troca cultural, onde haverá palcos espalhados pela cidade levando cultura oriunda do centro da cidade e vice-versa.
Realizada pela primeira vez entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de 22, como também era conhecida, foi organizada por artistas e intelectuais, uma elite paulista que buscava cortar as influências europeias e o conservadorismo vigentes. Esse evento marcou o início do movimento modernista no Brasil.
Dentre as áreas contempladas estavam a música, a literatura, a arquitetura e as artes plásticas como a pintura e a escultura. Grandes nomes que marcaram a Semana foram Di Cavalcanti, Candido Portinari, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Graça Aranha, Oswald de Andrade e Heitor Villa-Lobos.
O Modernismo foi um movimento artístico-cultural e social que tinha como objetivo a valorização da cultura local e o rompimento com a cultura e influência europeia. Era a guerra do “moderno x ultrapassado”. Em 1922, a Semana contou com 3 sessões lítero-musicais noturnas, e uma exposição com mais de 100 obras.
Em 2022, o evento busca valorizar e aproximar a cultura das periferias da capital São Paulo, levando-a ao Teatro Municipal. A cultura considerada “marginalizada” representa tudo o que o modernismo defende: afastamento do antiquado, valorização da cultura local e a rompedura com o conservadorismo e o status quo.
As influências do modernismo.
O Modernismo teve influências em diversas áreas da arte. Na arquitetura as principais características foram o fim da rigidez, com planos mais abertos para o externo, com planos livres, com menos paredes. Alguns dos edifícios característicos do modernismo são o MASP e a igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.
Na pintura, a presença de linhas curvas, a informalidade, a presença de cores saturadas, intensas, e o abandono de formas realistas. Na literatura, caracterizavam-se principalmente a informalidade, o humor e a irreverência.
O que acontecia no Brasil e no mundo na década de 1920?
O mundo estava recém-saído da gripe espanhola, que perdurou até 1920. O período ficou marcado pelo pós-Primeira Guerra Mundial; foi também quando o movimento sufragista ganhou ainda mais força, e, em 1920, os Estados Unidos ratificaram a 19ª Emenda, garantindo o voto a algumas mulheres (o direito ao voto de mulheres negras foi conquistado apenas em 1964).
Nas artes, os estúdios Warner Bros, MGM e RKO estavam prestes a ser inaugurados, dando ainda mais força à arte cinematográfica. Foi também o início do cinema falado. Nomes como Charles Chaplin despontavam nas grandes telas. Naquela década surgiria o famoso curta-metragem “Steamboat Willie”, do futuro grande nome: Walt Disney. Seria criada também a International Academy of Motion Picture Arts and Sciences, que, atualmente, realiza a premiação do Oscar.
O jazz tornou-se o queridinho da década, com seus acordes “rebeldes”, considerados “errados” pelos estudiosos da música clássica. Oriunda de comunidades negras que habitavam as regiões pantanosas de Nova Orleans, nos Estados Unidos, ela bebia da fonte do blues, com muita improvisação e ritmo contagiante.
A negação ao clássico e ao “correto” começava a se difundir.
No Brasil, tínhamos as influências da Revolução Industrial, período de desenvolvimento tecnológico que ocorreu na Europa, mas que resultou em consequências em todo o mundo. Por aqui, a década ficou conhecida como “Os Loucos Anos 20”. De acordo com o periódico Inovação e Tecnologia, em um artigo de Aurelice dos Santos Sales, a umbanda também surgiu no Rio de Janeiro na década de 1920.
[Assessoria de Imprensa – FEM]
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