Política & Economia
Sobre o apelo de Lula pela eleição de senadores em 2026, Valterlucio Campelo escreve: “A luta agora é pelo Senado”
O lulopetismo, a velha imprensa e o STF, que dividem a mesma cama, soaram o apito. Precisamos de Senadores! Mil emendas, mil nomeações por um senador! Mil arquivamentos, mil prescrições, mil absolvições por um senador! Tem também mil perseguições aos opositores dos nossos senadores, mil inelegibilidades. Faremos o diabo para que a oposição não obtenha a maioria no senado, senão…
Senão, o Senado Federal pode reerguer-se e, quem sabe, cumprir as suas funções elementares de legislar sem ser contido ou invadido pela turma do outro lado da praça, pode fiscalizar, reprovar, abrir inquéritos e processos, pode fazer, enfim, aquilo para o qual existe, ao invés de endossar em troca de sinecuras, vantagens pessoais e políticas, as fuleiragens do executivo e as aloprações jurídicas.
O próprio Lula tocou o berrante. Antes dele, alguns ministros do STF já haviam dado o recado, inclusive estimulando algumas candidaturas de governadores que, segundo eles teriam mais chances do que os opositores se deixassem o governo no primeiro mandato. Ministros do STF cabalando candidaturas, só no Brasil da constituição massinha. Os presidentes do PT e associados também já anunciaram que estão dispostos a cederem espaços em chapas estaduais, desde que sejam viabilizadas as eleições de senadores encabrestados no lulopetismo.
Como as candidaturas ainda não estão fechadas, é arriscado fazer prognósticos, mas do lado da oposição há o intuito de realmente eleger uma quantidade de senadores que, somados aos que estão em meio de mandato, sejam suficientes para eleger o presidente da Casa e destravar o seu bom funcionamento, posto que hoje é manietado por interesses e conveniências.
E no Acre? Sem contar com o imponderável da silva, por aqui, a tendência é que realmente a direita eleja as duas vagas, ou seja, os dois estariam entre Gladson (dado como certo), Marcio Bittar e Mara Rocha. Neste caso, ficariam de fora o Petecão que se diz neutro, mas vota 100% com Lula, e o notório Lulopetista Jorge Viana. É, por enquanto, o que temos, já que outros nomes eventualmente citados aqui e ali nunca declararam suas pretensões.
Um parêntesis aqui. O Senador Petecão, que é um bom sujeito, quando aparece no fim da fila nas pesquisas deve ficar pensando que esse negócio de “não sou carne nem peixe” e votar com o governo só é bom para o jornalismo pré-pago que enche as burras. Eleitor gosta de quem tem lado, se muro desse voto o PSDB seria hegemônico e não estaria se desmilinguindo.
Voltemos. A minha aposta, dadas as condições atuais é esta, porque o Lula não conseguiu reverter em seu favor um único voto no Acre. Pelo contrário, o desastre de seu governo que tende à insolvência se não aumentar mais uma vez os impostos, as seguidas presepadas tipo o imposto do PIX, a roubalheira dos velhinhos do INSS, o esbanjamento da deslumbrada que responde como primeira-dama mas dá expediente como ministra transversal, a perseguição implacável e odiosa aos inocentes de 8 de janeiro, a CENSURA que quer impor ao cidadão com a regulamentação das redes, a ideia fixa de prender e afastar adversários da disputa e, ademais, o desprezo pelo Acre que amarga um quase colapso rodoviário sem receber uma única visita, fazem com que o seu partido tenha sido limado do processo eleitoral e a liderança do Jorge Viana tenha que disfarçar-se de moderada e centrista, se não quiser ver derreter seu capital político.
Sim, em todas as pesquisas o ex-Governador Jorge Viana é dado como em segundo lugar. Ocorre que a pesquisa é sempre no primeiro voto, e daqueles percentuais (em 2018 ele teve 14,74% dos votos válidos para o Senado) ele não sai, então, como ele praticamente não tem segundo voto em nenhuma das chapas à direita, seu percentual permanece fixo, é dizer que ele tem um piso alto e um teto baixo. Antagonizado que é com Gladson Cameli, Márcio Bittar e Mara Rocha, os poucos segundo votos que terá serão do Petecão que anda se arrastando justamente por causa de seu alinhamento com o Governo Federal. Some-se a isso, que a esquerda não terá um candidato minimamente competitivo ao governo para lhe dar palanque, e veremos que o Jorge está novamente em apuros. Nem a APEX nem a boa vontade da imprensa local foi capaz de limpar a área para seu ressurgimento em grande estilo.
Considerando, como todos os analistas, que o Gladson terá uma eleição tranquila, resta saber quem será o segundo senador. Mara Rocha ou Marcio Bittar? Como estarão em chapas diferentes, os dois bolsonaristas dependerão muito de sua própria performance, da performance do candidato a governador aliado e do segundo voto que consiga arrancar. Pelo menos por enquanto, ainda não dá para saber qual fator será mais efetivo. A campanha dirá.
De qualquer modo, obviamente sem ser impossível, será muito difícil para o Jorge Viana entregar ao lulopetismo um mandato de senador pelo Acre e ajudar a manter o status quo da política brasileira, hoje desgraçado pela tirania que o poder instalado exerce sobre a população, especialmente quanto às liberdades individuais e a classe média, que no final das contas é quem paga a esbórnia e a prodigalidade de um governo incompetente e corrupto. Que o conluio instalado no governo não conte com o Acre.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.