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Política & Economia

Valterlucio Campelo faz uma breve provocação a bancada federal acreana em artigo deste domingo: “É anistia ou balsa!”

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Aos senhores e senhoras participantes deste encontro de elevadíssimo significado moral e político:

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que questões políticas, de qualquer dimensão e conteúdo, só admitem soluções políticas, logo, atos como este, que carregam o primado da manifestação livre da expressão do pensamento de indivíduos e grupos, devem ser efusivamente aplaudidos a despeito de serem ignorados pela mídia avassalada, porque traduzem a melhor natureza da política.

Em segundo, lembrar que, ao assumir cargo público de representação do povo, o político está, obrigatoriamente, vinculado à agenda, ideologia e vontade do seu eleitor médio. A democracia representativa se assenta no mandato parlamentar, que não é outra coisa, senão uma procuração dada pelo eleitor àquele que se ofereceu para representá-lo, ou seja, votar em seu nome, portanto, em defesa de seus interesses. Parlamentar que trai o eleitor deve ser mandado de volta para casa, com título de desonra.

Em terceiro, o momento que vivemos na sociedade brasileira, de permanente ataque à democracia por autoridades que exacerbaram de suas funções, exige coragem e determinação. Os democratas precisam se alinhar e defenderem-se do monstro criado pelo Sistema para nos oprimir.

Em quarto, saber que em todas as experiências históricas, para se impor, a tirania exigiu uma boa dose de aceitação, de consentimento, de letargia e de medo, aquilo que o jovem filósofo francês do século XVI, Etienne de La Boétie, chamou de servidão voluntária e, com mais detalhe e profundidade, a filósofa Hannah Arendt em 1963 chamou de banalidade do mal. De certo modo, as pessoas e seus líderes, por hábito, medo, busca por benefícios, alienação e idealização do poder não reagem em tempo à opressão que se anuncia a cada decisão emanada do Sistema.

Em vista disso é que muitas vezes se questionou: Os perseguidos não fizeram nada? Como deixaram acontecer? Essas perguntas já foram feitas de algum modo aos russos, aos judeus alemães, aos vietnamitas, aos chineses, aos cubanos aos venezuelanos e, agora, ainda em tempo, aos brasileiros. Não vamos fazer nada?

Senhoras e senhores, estamos fazendo a nossa parte. A maioria do povo brasileiro quer os manifestantes de 08 de janeiro livres, sem condenação além daquelas provadas por suas condutas objetivamente individualizadas, como determina o devido processo legal. Isto, porque todos são de fato inocentes dessa falaciosa acusação de tentativa de golpe de estado. É necessário que essa vontade do brasileiro repercuta nos nossos mandatários. Deputados e Senadores acreanos precisam ser chamados às falas e se posicionarem com clareza. De que lado estão? Do povo ou de seus algozes? Alguns poucos declararam seus votos, mas, e os outros? Vão ficar enrolando até quando?

Aqueles que se esconderem e os que se postarem contra o povo, ou seja, contra a anistia, devem ser publicamente nominados para que seus eleitores os julguem nas próximas eleições, porque todos levarão uma etiqueta no peito – covardes. Espero com todo o fervor que seu destino em 2026 seja a conhecida balsa de Manacapuru. Anistia ou balsa!

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no  DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

 

 

 

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