Valterlucio Campelo
Valterlucio Campelo, nosso colunista, analisa o Supremo Tribunal Federal: Acabou a democracia
Acabou a democracia.
Valterlucio Bessa Campelo
Somente um ignorante ou mau-caráter, ou os dois, dirá hoje que o Brasil é uma democracia. A relativização anunciada no início do governo Lula antecipava isso, ou seja, “denomino de democracia, aquilo que eu quiser”. De lá para cá, rapidamente, de braços dado com o STF e amparada pela mídia avassalada, formou-se o consórcio que governa a nação. O parlamento foi sendo subjugado ao ponto de não servir mais para nada, seus votos e projetos não resistem ao humor de um único ministro do STF que, em uma canetada, joga no lixo a vontade da nação representada no parlamento. A decisão suprema sobre o IOF é a prova cabal de que o Congresso foi fechado, em definitivo, acabou a democracia.
O modelo implantado no Brasil é o mesmíssimo vigente na Venezuela. Lá, como cá, o parlamento foi emasculado, deputados e senadores foram transformados em bonecos incapazes de qualquer reação, presos que estão em armadilhas judiciais ou acadelados por benesses distribuídas nos escaninhos do poder. O consórcio faz o que quer, contra quem quer, quando quer e na medida que quer sem respeitar minimamente a Constituição Federal que virou letra morta.
Afastando-se do mundo democrático, Lula nos leva para o eixo do mal, onde ditaduras diversas exercem o comando a partir, principalmente, da China e da Rússia. O consórcio Lula-STF pretende firmar o Brasil como grande aliado dessas ditaduras, realizando com atraso de décadas o socialismo carcomido que, infelizmente, alimenta velhas mentes podres e jovens mentes alienadas.
Nos últimos dias, após a reunião dos BRICS onde Lula insistiu na desdolarização da economia global, o governo americano voltar os olhos para o Brasil, como já vinha fazendo com dezenas de países, promovendo um realinhamento tarifário em defesa de seu comércio. Lula soltou a língua podre e desatou a provocar o presidente Donald Trump nos mesmos moldes e com a mesma verborragia de Fidel, Chávez, Ortega, Maduro e outros ditadores conhecidos no continente. Lula é um ator em uma reedição de um filme antigo. Em cada discurso que faz para seus adeptos ele reencarna o Fidel Castro dos anos 60.
O consórcio julga ter encontrado o momento perfeito. Transforma Trump em inimigo da nação, seus opositores (Jair Bolsonaro e outros) em traidores e senta a pua, sob aplauso da mídia militante. Tudo igualzinho à Venezuela, Cuba, Nicarágua… Um ditador não se afirma sem um grande inimigo externo a quem culpar pela catástrofe ou sem inimigos internos a quem caçar.
Enquanto isso, a população brasileira se divide. Isso também é imprescindível. Não á toa, Lula recomendou uma campanha partidária neste sentido. Para ele, é necessário enxergar claramente o inimigo, ou seja, aqueles que não concordam com sua ideologia.
Paralelamente, o STF bate os últimos pregos no caixão da lavajato e arquiva os processos, perdoa, livra, todos aqueles que por anos seguidos roubaram a nação acobertados pelo PT. A “Justiça” limpa o passado dos cúmplices assim como limpou o do próprio Lula. A roubalheira, ao invés de recuar, ressurge com força. Todos os dias há uma notícia nova de assaltos ao erário. Aposentadorias, BPC, descontos, Ministério da Educação, emendas parlamentares… até o Banco Central vem sendo saqueado.
Nesta quinta-feira, em pronunciamento em cadeia nacional, Lula ratificou: Há um inimigo externo -Trump, e um inimigo interno – políticos de oposição (Bolsonaro). Um quer invadir a soberania brasileira, o outro é traidor da pátria. Com isso ele joga o milho publicitário que seus adeptos comem de bom grado para em seguida o defecarem sem sequer digerir. Pesquisas eleitorais fora de época e de qualidade duvidosa soma-se ao contexto, estabelecendo uma fantasia de normalidade e aceitação do ditadorzinho.
Este é o Brasil do consórcio Lula-STF que nos governa em exata cópia do regime venezuelano. Para eles não importa que tenham fracassado todas as experiências do modelo. As ditaduras socialistas que lhes servem de espelho empobreceram o povo, geraram milhões de prisões e mortes de inocentes, atrasaram em décadas as nações, enfim, deveriam ter sido abandonadas. Nenhum país prosperou sob regime o socialista que Lula defende e do qual tem orgulho como declarou inúmeras vezes.
O que fazer? Resistir. O Brasil é muito grande e relevante para não ser notado. Aliás, é isso que o governo americano está fazendo neste momento, está notando o itinerário brasileiro e agindo para que seja obstruído. Os berros apopléticos de Lula são como arreganhos de um pinscher e isso será demonstrado.
Não precisaríamos de ajuda externa se o sistema democrático não tivesse sido destruído, se pudéssemos confiar nas instituições, se a Constituição Federal ainda fosse a Carta Magna e não um fiapo enlameado. O recurso demagógico que Lula da Silva vem fazendo em defesa de uma soberania palanqueira não resistirá à desgraça que se abaterá no país por causa de sua insanidade.
Nós, os brasileiros decentes, pagadores de impostos, estudantes que estudam e trabalhadores que trabalham somos maioria. Apesar do governo manter e engrossar o canal por onde faz correr a esmola oficial em troca do aplauso dos miseráveis, a realidade se imporá de forma avassaladora. Eles verão que não se trata de personagens, de ismos de qualquer espécie, mas de liberdade e de homens e mulheres livres.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.