CULTURA & ENTRETENIMENTO
Jornalista acreano lança novo livro “Akyryanas” sobre o universo do pensamento livre
Isaac Melo
Neste Akiryanas, Pitter Lucena nos conduz aos múltiplos varadouros e meandros que, pouco a pouco, aos se desnudar, do tempo e das amarras sociais, nos revela o seu ser, em sua plenitude e beleza.
Akiryanas, fragmentos de um tempo vazio é um livro que dialoga com o passado, o presente e o futuro. Com o passado, ao evocar akiryanas, palavra que, segundo os estudiosos, advém da língua indígena Apurinã, qual seja, Uwa’kürü, Uákiry, Aquiry/Akiry e, finalmente, Acre. O autor, portanto, retorna à ancestralidade, ao passado mais profundo, ao paraíso violentado e perdido. Por sua vez, “fragmentos de um tempo vazio” aplica-se, perfeitamente, aos nossos dias, de crise, econômica e moral, de pandemia, de obscurantismo… O futuro, aqui, é o que se apresenta como esperança, como sonho, que é o que permite, de certa forma, o ser humano a se reinventar e a seguir em sua caminhada.
A poesia de Pitter Lucena, a meu ver, é marcadamente voltada para as questões existenciais, ontológicas, até. Que dizer, voltada para o âmago das coisas, a evocar constantemente terminologias, tais como tempo, ser, sentido, nada, nudez, vazio. Sobretudo, ser e tempo, que, imediatamente, mutatis mutandis, nos faz vir à mente o ser e o tempo heideggeriano e o ser e o nada sartriano. Mas, deixando de lado o diletantismo, senão vejamos.
A poesia é um ato de “inventar palavras”, de criar sentidos, de fundar realidades, “onde o mínimo, / É o máximo do que precisamos.” Por isso o poeta, paradoxalmente, escreve: “Com roupas / Minha nudez / saiu por aí”. A nos dizer que, mesmo vestidos, continuamos nus. Com que podemos vestir nossa alma, com que podemos disfarçar nossas misérias? A nudez, aqui, se apresenta como uma metáfora da condição humana.
O livro está disponível na Amazon:
You must be logged in to post a comment Login