Connect with us

POLÍTICA

Bocalom fala ao AcreNews sobre sua gestão e explica que não deu dinheiro a empresas de ônibus

Publicado

em

Por Evandro Cordeiro

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (Progressistas), é um viúvo que precisa dar uma arrumada no apartamento onde mora, pelo menos no domingo de manhã. E é exatamente esse o raro horário em que é possível pegar ele em casa. E foi nesse clima bem domingueiro, com muito bom humor, que ele falou ao AcreNews, ainda que pelo telefone. Disse estar muito feliz pela oportunidade dada por Deus e pelo povo de ser prefeito, sobretudo por estar conseguindo engrenar sua gestão.

Num papo sucinto falou sobre quase tudo, inclusive da diminuição no valor da passagem de ônibus. Disse que o próximo passo é tornar esse serviço como modelo regional. Também reafirmou o grande desejo de transformar Rio Branco em uma cidade bem limpinha e com ruas sem buracos. Como é um domingão de sol azul, quente, mas ventilado, só não falamos de eleições. No mais ele abriu o coração.

Veja nosso papo na integra:

AcreNews – Prefeito Bocalom, bom dia. Como vai o domingo? Está feliz porque conseguiu baixar o preço da passagem de ônibus?

Bocalom – Bom dia. O domingo tá ótimo! Com relação a passagem de ônibus, claro, né! Não tenha dúvida. Com essa baixada de preço na passagem do ônibus de apenas 50 centavos, que já é muita coisa, porque ontem mesmo o vereador Rutênio (Sá, Progressistas) me falava: Bocalom eu já disse lá na Câmara que você não baixou apenas 50 centavos, você baixou um real, porque se tivesse na mão dos outros, que já vinha há tanto tempo, com preço do combustível subindo, preço de peça subindo, preço de ônibus subindo já tinha subido mais 50 centavos. Então, na realidade, você baixou foi 1 real. Mas tudo bem. Eu considero que essa baixada de 50 centavo, pra muita gente pode não ser muita coisa, mas para os mais pobres, mais humildes, que precisam de ônibus e que andam de ônibus em Rio Branco, normalmente pessoas que não tem dinheiro para comprar um carro, para comprar uma moto, porque o sistema nosso é péssimo, é precário, né? Os ônibus são velhos. Era para estar numa média de cinco anos aí de uso dos ônibus, mas está na média de 10. É péssimo, isso. Também não tem horário correto. É um problema sério. Mas isso aí não aconteceu na minha gestão, vem de gestões passadas, que não tomaram cuidado para poder cobrar das empresas que colocassem ônibus novos e na hora certa. Então, quando eles estavam ganhando dinheiro não cobraram, imagina agora quando todas as empresas de ônibus no Brasil inteiro estão tendo problemas de receita. Então eu tô feliz porque eu sei que a gente ajuda muita gente. Se uma pessoa tem quatro familiares que trabalham fora, todo dia eles economizam 4 reais ao final do dia. Em um mês no mínimo uns 80 reais. Parece que não, mas para quem ganha pouco, 80, 100 reais é muito dinheiro. Então você pergunta se eu estou feliz? Estou felicíssimo porquê não deixei subir e ainda baixamos o valor.

AcreNews – O senhor já começou a cobrar as empresas mais qualidade no atendimento ao usuário?

Bocalom – Não, não! Nós começamos a cobrar melhoria desde o início, desde o primeiro dia que assumimos. A nossa equipe da RBTrans já aplicou multas nessas empresas por elas não cumprirem horário, entendeu, porquê o ônibus quebra no meio do caminho. Tudo isso dá multa. Então só de multa esse ano foram aplicados mais de dois milhões e meio, só para você ter uma noção. Então claro que a gente tá correndo atrás da melhoria. Agora também a gente entende que nesse momento nenhuma empresa no Brasil está ganhando dinheiro. Todas elas estão fechando no vermelho. Em alguns estados e municípios as prefeituras deram socorro grande. Por exemplo: Porto Velho deu um socorro de 6 milhões de reais para as empresas. Então veja só: nós aqui não estamos dando socorro para ninguém, nós estamos apenas baixando o preço da passagem e como é que a gente baixou? Porque nós vamos bancar, nós vamos pagar o valor equivalente as famosas gratuidades. O Governo Federal definiu gratuidade para idosos, aí as câmaras municipais foram aumentando essa gratuidade para quem tem doença, para quem tem problema físico e, enfim, foi aumentando a gratuidade. Chegou a um ponto em que essas gratuidades hoje dão alguma coisa próximo de 300 mil por mês aqui em Rio Branco quando tá tudo normal. Então por isso que eu digo: nós baixamos porque, nós dissemos pra eles: a gente vai pagar a gratuidade, então a gente adianta o dinheiro da gratuidade para vocês pagar os motoristas que estão sem receber. Foi isso o acordado com Ministério Público do Trabalho, pra todo lado. Então ninguém está subsidiando empresa, nós estamos comprando de forma antecipada para eles pagarem a dívida que tem com os nossos motoristas, tá certo? Então não tem subsídio, não tem negócio de dar dinheiro para empresa. Você vê que tá baixando o preço para 3,50. Então agora a melhoria, claro que eu tô cobrando todo dia, meu irmão velho. Todo dia é multa, é multa, mas esse pessoal não tem… essas empresas estão aí há muito tempo, desde a época da vaca gorda ganhando muito dinheiro. Então agora como a vaca tá magra eles estão empurrando com a barriga. Mas nós estamos correndo atrás. Vamos buscar alternativas para melhorar muito isso desse ano para o ano que vem, se Deus quiser. Inclusive está no nosso radar a constituição de uma empresa pública como tem em São Paulo a CMT da Prefeitura. Em muitos municípios brasileiros a prefeitura tem um pedaço do transporte. Não é que ela fica com todo o transporte, ela fica com um pedaço do transporte. Então nós estamos pensando seriamente, vamos reunir os vereadores, vamos reunir a sociedade pra gente discutir uma empresa pública. Aí sim a prefeitura pode comprar os ônibus novos. Até no nosso projeto tem ônibus elétrico como te passei aí. Então nós queremos melhorar, nós temos que melhorar, porque se o transporte público tiver com ar-condicionado – nós não temos um ônibus com ar-condicionado hoje aqui na cidade, o que é uma vergonha. Uma cidade como Curitiba todos eles é com ar-condicionado e aqui não tem um. Agora é culpa do Bocalom? Claro que não! Eu falo isso desde 2008. Eu é que bato duro nessa tecla desses ônibus desse jeito, mas pegamos numa época de pandemia, não tem nem como cobrar muito, mas a gente mete multa no pessoal. Então ônibus elétrico no futuro, a gente tá correndo atrás e se Deus quiser vamos ter uma frota de ônibus elétricos e é a prefeitura que tem que fazer. Mesmo que seja ônibus a combustão que seja ônibus mais novos e não do jeito que tá aí, um monte de pau velho. Quando o transporte público tiver com ônibus com ar-condicionado arrumadinho, cadeiras boas, andando no horário certo, que esse é o grande problema aqui, elas não cumprem os horários, e a gente multa por causa disso, mas elas não cumprem do meu jeito. Então não cumpre os horários e os ônibus com ar condicionados, não andando superlotados, muitos empresários vão andar dentro de ônibus, muita gente que anda de moto hoje, com preço da passagem mais barata ele vai andar de ônibus também. Então é nesse caminho que a gente vai seguir. Tenho fé em Deus que até final do ano que vem a gente tá com esse sistema já melhorado muito. Agora até o final dos quatro anos eu tenho fé em Deus que vai estar do jeito que a gente quer, com qualidade mesmo. O transporte coletivo com qualidade porque daí qualquer um pode andar de ônibus. Mesmo que o cabra tenha um carro, mas se o ônibus passa na porta da casa dele, ele sabe que sai dali 8 horas e que 8:15 ele tá no serviço dele, ele não vai enfrentar um trânsito doido desse. Vai andar de ônibus. Em Curitiba é assim, nas grandes cidades, onde você tem o transporte coletivo de qualidade, é assim e nós vamos ter qualidade aqui se Deus quiser. É um grande desafio, mas vamos ter qualidade, se Deus quiser.

AcreNews – As críticas tem sido muito duras, muito severas contra sua gestão?

Bocalom – Isso é natural, eu acho que as críticas são naturais. Pode ver que eu não dou resposta nenhuma a ninguém. Eu tenho tratado as críticas como sendo construtivas. Eu sei, claro, que a tendência, muitas vezes, é ser destrutiva, mas não vão nos destruir não, porque nós vamos responder as críticas com trabalho, que é o que a gente tá fazendo. Oh: nunca uma Zeladoria cobriu a cidade inteira de limpeza como cobriu até aqui e como vamos cobrir esse ano. Vai ser cem por cento de cidade limpa. Nunca a zeladoria fez isso, porque nunca passou de dez turmas na rua e nós hoje estamos com 21 turmas na rua, limpando a cidade. Acabou com a história de operação verão. Operação tem que ser o ano inteiro. E outra coisa: a Emurb. Olha o trabalho que a Emurb está fazendo de tapa-buraco nas ruas e mais ruas aonde já fazia dez, quinze, vinte e até de trinta anos – eu vi um morador falando lá no conjunto Universitário: Bocalom vai fazer 30 anos que tem um buraco na frente da minha casa que eu jogava pedaço de tijolo todo ano e nunca a prefeitura veio consertar. Você veio e consertou. Então é isso agora. Graças a Deus a Emurb tá trabalhando e onde tá fazendo faz bem feito. E é isso que a gente propôs logo de começo. Claro que não vai chegar toda a cidade nesse ano porque meu amigo essa cidade é uma tábua de pirulito. Era buraco para todo o lado e ainda continua em muitos locais, mas a gente vai, se Deus quiser, atingir setenta, oitenta por cento da cidade até dezembro. Lembrando que nas ruas, que foram às ruas que foram feitas pelo Depasa, as Ruas do Povo, essas a gente não pode mexer. Nós temos um documento lá no Depasa que mostra as ruas que estão na Justiça. Então as ruas que estão na Justiça a gente não pode entrar lá e consertar o asfalto. Não pode chegar lá e consertar o esgoto, porque tudo isso foi pago para fazer, não foi feito e a Justiça está tomando conta. Então nós só vamos poder entrar lá quando a Justiça liberar. Então tem que separar as coisas. Uma coisa é rua que não é Ruas do Povo outra coisa que é rua onde passou o Ruas do Povo. É bom que fique bem claro isso. Como sei que esse site (acrenews.com.br) é bem acessado, você escrevendo aí nessa linha com certeza a população vai entender bem e sempre vai passar a informação para população.

AcreNews – Como tem sido sua rotina nos finais de semana?

Bocalom – Graças a Deus eu emendo de segunda a domingo. É sempre assim. Eu gosto disso. Ontem eu cheguei aqui em casa já era 8:30 da noite. No meio de semana eu fico na prefeitura até 9, 10, e até 11 horas da noite, dependendo da demanda tô lá tocando, fazendo as coisas andar e graças a Deus eu tô muito feliz, muito feliz com a nossa gestão. Eu sei que a gente dá umas pisadas na bola de vez em quando, alguém erra daqui, erra dali, mas ninguém está mal intencionado para fazer coisas erradas, para se beneficiar a si ou a um grupo.  Ao contrário, tá todo mundo tentando economizar. Só para você ter uma noção, agora há uns 30 dias atrás fechou uma licitação de medicamento. A previsão inicial feita pela equipe antiga que estava lá, que entrou no nosso mandato ainda um tempo (na transição de governo), tinham feito umas cotações de compra de medicamentos que dava mais de 40 milhões as contas do mês que precisava colocar aqui na saúde de Rio Branco. Ai o que aconteceu? Eu vi que aquele negócio tava meio direcionado, porque só tinha cotação aqui em Rio Branco, não tinha cotação fora, aí mandei suspender tudo, fizeram uma nova licitação aí que fizeram cotação fora daqui também, aqui fora do Acre. O que aconteceu?  Aquele valor que era mais de 40 milhões baixou para 33 milhões e uns quebrados. Aí o que aconteceu? Fizemos o pregão eletrônico. Quando fez o pregão eletrônico sabe por quanto nós compramos? Por 13 milhões. Foi uma economia de 20 milhões de reais só para ter uma noção. Olha só como são as coisas. E nesse Pregão Eletrônico até laboratório como o Cimed, que é um grande laboratório brasileiro e tem muito medicamento vendeu direto para prefeitura, um outro laboratório, o Teuto Brasileiro, que também é outro que tem muito medicamento, também vendeu diretamente para prefeitura. Então mostra o zelo com nosso dinheiro, com o dinheiro público, meu irmão. Nós temos que economizar o máximo que puder. Daí eu tenho certeza que depois dessa compra grande de medicamentos que a gente fez agora e de insumos para dentistas, para tudo que tava faltando, graças a Deus a gente vai botar a casa em ordem nessa questão de medicamentos e insumos para dentista. É só uma questão de estar chegando medicamento que eu vou comprar o medicamento do Rio Grande do Sul, Santa Catarina. O Brasil inteiro entrou na venda de medicamentos para Rio Branco e graças a Deus uma economia muito grande. Não adianta essa história de eu vou comprar só aqui em Rio Branco. Do que adianta comprar só em Rio Branco e queimar 20 milhões de reais. Eu não vou fazer isso não. Não vou, não vou. Comprar móveis, essas coisas concordo comprar aqui em Rio Branco, porque a madeira é nossa, tudo é nosso. Então nós temos que priorizar as empresas pequenas aqui para gente fazer. Agora medicamentos a gente não produz nada aqui, então se a gente tem condições de comprar fora e economizar bastante – se fosse uma economia pequena, tudo bem, mas e economia é muito grande. Então é nessa linha que a gente vai continuar trabalhando.

Continue lendo
Clique para comentar

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

EXPEDIENTE

O Portal Acrenews é uma publicação de Acrenews Comunicação e Publicidade

CNPJ: 40.304.331/0001-30

Gerente-administrativo: Larissa Cristiane

Contato: siteacrenews@gmail.com

Endereço: Avenida Epaminondas Jácome, 523, sala 07, centro, Rio Branco, Acre

Os artigos publicados não traduzem, necessariamente, a opinião deste jornal



Copyright © 2021 Acre News. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por STECON Soluções Tecnológicas