ACRE
Alguns dos maiores empresários acreanos ouvidos pelo Acrenews estão ansiosos pela inauguração da ponte sobre o rio Madeira
Evandro Cordeiro
O Acre estará integrado ao Brasil a partir do dia 29 abril de 2021, daqui a dez dias, definitivamente. Nesta data o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), e de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), inauguram a ponte sobre o rio Madeira, na BR-364, segundo as agendas oficiais das três autoridades. Se materializará naquele dia pelo menos meio século de sonhos. Desde o presidente Juscelino Kubitschek, que governou o Brasil entre 1956 e 1961 prometendo 50 anos em cinco, se planeja essa ligação viária. Assim sendo, a viagem do Acre para qualquer lugar do país ficará menos demorada por pelo menos uma hora e meia, tudo isso resultando em economia.
Foto: RD Imagens Aéreas
São 3,8 mil metros de ponte construída a base de concreto e ferro. O engenheiro civil Eduardo de Souza Lira, supervisor da obra, nem tem os cálculos de quantos metros cúbicos de concreto foram usados até aqui, nem o quanto de ferro, mas isso é exatamente o que menos importa quando quem está com a palavra são os empresários, o pessoal que garante o PIB do Acre, entusiasmados com o novo momento que essa ligação por terra pode propiciar. “Além da economia, estaremos finalmente ligados ao resto do pais, o que psicologicamente eleva a autoestima do nosso empresariado”, diz o presidente da Acisa, a Associação Comercial do Acre, Marcelo Moura, presidente do grupo Recol.
Foto: RD Imagens Aéreas
A ponte em funcionamento reabrirá, por certo, a discussão sobre o Acre como passagem de parte do produto brasileiro para portos peruanos, para daí serem levados para o resto do mundo por meio do Oceano Pacífico. Além do mais, o Estado pode também servir como ponto de entrada de produtos internacionais, deixando de ser o fim do Brasil, para ser o início, como se diz prosaicamente nos convescotes.
O Acrenews ouviu alguns dos maiores empresários locais para tirar uma média na opinião. A palavra chave foi achada fácil: entusiasmo. Os homens que garantem o PIB do Estado estão ansiosos pela inauguração. Eles acham que isso mudará, sem dúvida, o curso da história.
VEJA O QUE DISSERAM ALGUNS DOS EMPRESÁRIOS ACREANOS
Adem Araújo, diretor do grupo Araújo de Supermercados: “A ponte sobre o rio Madeira, que dá acesso ao Acre, dará cinco vezes mais velocidade no crescimento econômico do nosso estado. Estou muito entusiasmado”.
Rayolando Costa de Oliveira, dono da Acreplast, postos de gasolina e cultivador de soja: “Um sonho que sonhamos a vida toda. Vai ser a liberdade do nosso Estado. Você cruzar o rio Madeira sem depender de uma balsa, é tudo. Antes a gente perdia o tempo todo. A gente que transporta combustível não pode andar a noite. Ali de dia a gente perde duas horas. O Acre só tem a ganhar. Nossas terras vão ter valor, nossa pecuária irá aumentar”.
Marcelo Moura, presidente da Acisa e do grupo Recol: “Do ponto de vista da economia não é muita coisa. Vai economizar pouco, mas o bom são as outras coisas agregadas. Além do mais essa ponte terá um valor moral imenso. Levantará a autoestima do nosso empresariado”.
Fernando Zamora, pecuarista: “Uma obra muito importante para o Acre. Agora sim estamos ligados com o pais pela malha viária, sem ter rio no meio. Aquelas crises que existiam quando o rio Madeira secava, acarretando prejuízo, vão acabar. E o importante é que a malha viária brasileira tá melhorando. O governo Bolsonaro tem dado manutenção. Então a malha boa e essa ponte inaugurada é só melhoria pro nosso Acre”.
Júnior Esperoto, diretor da Distribuidora Karina: “Acredito que cada pessoa envolvida na cadeia do abastecimento vai falar de forma diferente. Por exemplo: o carreteiro que muitas vezes passava horas parado, pagava caro pra poder atravessar, imagina a qualidade de vida desse cara, vai sofrer um grande impacto – para melhor, claro. Nos custos dos produtos vai impactar toda a cadeia. Apesar de muita gente só pensar no valor da balsa, também haverá outros impactos. O seguro da carga, por exemplo. O fato de existir uma balsa encarece os seguros e isso encarece os fretes. Então pra nós do ramo distribuidor a ponte representa mais velocidade”.
Jarbas Soster, presidente da Pedra Norte: “A ponte é um sonho acreano. Sua travessia por balsa representa um grande empecilho ao desenvolvimento econômico e social de toda a vasta área das divisas do Amazonas, Rondônia, Acre, bem como dos países vizinhos que dependem de melhores condições para que os produtos importados tenham menor tempo de viagem, atribuindo menores custos de transporte.
Em média, caminhões de gás e combustíveis perdem 6 horas para a travessia quando não há seca ou cheia. O Acre é muito prejudicado em razão das condições da estrada e do risco atribuído a travessia, sendo ambas as situações, calculadas nos custos dos transportadores. Quero deixar aqui nossos agradecimentos ao presidente Jair Bolsonaro, Ministro Tarcísio, DNIT e ao consórcio de empresas.
Parabéns ao governo Bolsonaro por manter os investimentos, mesmo nas adversidades e constantes ataques que tem sofrido”.
Tião Cameli, empresário dos ramos de supermercado e venda de combustível no Juruá: “Me emociono pra falar desse assunto, porque isso é algo muito esperado. A gente pensava que nunca ia ser realidade. Mas hoje a gente percebe que é uma realidade, que faltam pequenos detalhes. Pra nós, que somos empresários dependentes de transportes, que temos caminhões viajando, funcionários viajando e que tem essa questão de melhorar os valores para esse transporte, isso é um ganho muito importante – economia e agilidade. Pra nós, para toda a região do Acre, tem uma grande vantagem, não ter que esperar ali uma hora, hora e meia para poder fazer um passeio. Motivo de alegria. Um sonho realizado. É uma grande vantagem para a região em todos os aspectos, principalmente no financeiro. Agilização de logística, mais facilidade para os empresários e a população”.
Rubenir Guerra, dono da rede de lojas Barriga Verde: “Vai ser o maior feito para o nosso estado, as vantagens serão imensas a começar pelo tempo de viagem que em média para carro pequeno é de uma hora, para caminhões duas horas. Haverá diminuição de custo que, com certeza, vai diminuir o preço das mercadorias para o consumidor final”.
Everton Soares, herdeiro dos supermercados São Sebastião, em Epitaciolândia: “Será de suma importância para a vida empresarial acreana. Vai estreitar os laços entre Acre, Rondônia e demais. A logística vai ficar bem melhor. Vai gerar economia. Parabéns ao governo Bolsonaro, Ministro Tarcísio, porque isso já era pra ter acontecido em outros governos, mas não fizeram”.
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