GLADSON SOBRE A CPI “Vamos passar o Acre a limpo, investigar os últimos 20 anos. Quem for podre se aguente”

O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), está nesse momento sentado em sua cadeira no escritório número dois com o pescoço cercado por punhais. Ele mesmo admite essa situação. É gente demais querendo muita coisa e se aproveitando do momento para apertar por mais.

Além de chateados por terem perdido fatias do governo, alguns de seus algozes estariam se aproveitando da ocasião para antecipar a disputa eleitoral de 2022. “Além da pressão, tem a antecipação da eleição que eles estão fazendo, uma covardia sem tamanho com quem está lutando contra uma pandemia”, diz o governador.

Pelo telefone, Cameli disse ao Acrenews que está de alma lavada com a criação da CPI. Ele explica a tranquilidade. Não tem rabo preso com ninguém e sua gestão é marcada por transferência e intolerância contra corrupção. O próprio Gladson criou uma delegacia para combater organizações que atuam dentro dos governos do Acre há muitos anos.

Uma vez criada a CPI, diz o governador, “vamos aproveitar para passar esse estado a limpo”. O próprio governador está pendindo a sua base na Aleac que estendam a CPI para apurar as últimas décadas. Há muita coisa podre que precisa ser revelada, segundo Gladson. “Essa questão das terceirizadas precisa ser revista. Vamos levantar tudo, assim como uma devassa no Depasa. Vamos passar tudo a limpo. Quem for podre que se aguente”, diz o chefe do Estado, que lamenta esse ponto fora da curva em um momento delicado com mortes por Covid.

Gladson informou que já oficializou a delegacia especializada da Polícia Civil em crimes de corrupção para que uma mega operação seja realizada em todas as secretarias. “Nada vai ficar debaixo do tapete”, diz ele. Gladson disse que, por um lado, a CPI vai inclusive lhe ajudar em algo que ele sempre pensou: passar o Acre a limpo de verdade. “Pode ser que assim a gente consiga trazer a tona aquilo que não sei quem colocou para detrás da porta”, finalizou.