EVANDRO CORDEIRO
Gladson e Bittar celebram orçamento da União: R$ 18,5 bi
Por Evandro Cordeiro/Foto: Júnior Aguiar/Secom
O governador Gladson Cameli (Progressistas) dormiu de ontem para hoje no Juruá se remexendo na cama toda hora. Aliás, quase nem dormiu. Preocupado com CPI? Com deputados que era para ser da base, mas não estão? Não! É porque foi informado que nesta sexta, 23, o orçamento da União, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro seria publicado no Diário Oficial com uma notícia alvissareira: R$ 18,5 bilhões de emendas do relator, ninguém menos que seu maior aliado para a reeleição, o senador Márcio Bittar (MDB). Os dois quase não param de falar pelo telefone pela madrugada.
Dinheiro e MDB
Além dos R$ 18,5 bi de emendas do relator, no orçamento da União, que garantirá a Gladson Cameli a execução de todas as obras que tem planejadas, Márcio Bittar tem outra garantia pra ele: a de que o MDB estará em seu palanque. A rigor, isso agora é questão de honra.
Lepido
Com a aprovação popular nas nuvens, com obras para realizar, com dinheiro garantido, Cameli nem vai calcular valor de quem pede abaixo do que vale. Vai continuar percorrendo o Acre com seu “cartão do bem”, que chama de enche bucho, rindo 24h e se comunicando com as pessoas, como adora.
Gladson não é bobo
Márcio Bittar não quer falar sobre o orçamento e os R$ 18,5 bilhões que passam por ele nos próximos dois anos. Disse que vai anunciar oficialmente em coletiva. Mas deixou uma frase emblemática: “Quem acha que o Gladson é bobo é que é o grande idiota”.
MDB no palanque
Sobre o MDB, fica uma certeza: o partido estará no palanque de Gladson Cameli, pelo menos com a ala de Márcio Bittar e Flaviano Melo.
Indeciso
Nelsinho Santiago, o papai da vereadora Michele Melo (PDT), de Rio Branco, ligou para falar sobre notinha de ontem por meio da qual foi lembrado que um ex-deputado e um atual deputado ajudaram a filha dele a se eleger vereadora sob a promessa de ter a ajuda dela e do pai em 2022. Nelsinho não negou, mas também não confirmou e ainda reafirmou o desejo de colocar a moça na disputa para estadual em 2022.
Atuante
Nelsinho Santiago disse estar admirado com o trabalho que a filha vem fazendo na Câmara. “Ela é muito atuante”, diz o pai coruja.
De fato, a vereadora tem se destacado.
Uma pergunta
Porque em governos passados deputados “roleiros” se davam bem? Quando menos se esperava eles já estavam fotografando na Casa Rosada na maior felicidade.
Que tentação
Fui tentado a replicar uma notinha do meu colega Luís Carlos Moreira Jorge que lembra o seguinte: na Itália, a operação “Mãos Limpas” foi detonada pelo legislativo; a “Lava Jato”, no Brasil, pelo Judiciário. Mas registro uma diferença: aqui não mataram o Juiz que condenou os bandidos. Pelo menos ainda não.
Surreal
Pior de tudo é ficar vendo militante político aos berros pelas redes sociais louvaminhando seus líderes presos, como se não tivesse ocorrido nenhum tipo de corrupção no Brasil.
Esse é nosso Brasil.
Muchada
Nas últimas 24h a CPI da Educação deu uma muchada. Quando se ameaça mexer em coisa podre, principalmente envolvendo terceirizadas, pouca gente continua firme.
Difícil formar chapa
Até as convenções ano que vem, muito cenário político será modificado no Acre. É que não será fácil formar chapas. A rigor, formar chapas será tão ou mais difícil que se eleger.
Situação difícil
Um exemplo: caso decidam sair do MDB, os três deputados do partido que não acompanham Márcio Bittar e Flaviano Melo vão pra onde?
No PSD
Tem uma informação segundo a qual o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), se for mesmo disputar para federal, deverá ir para o PSD, do senador Sérgio Petecão, assim como sua esposa, a deputada Meire.
Sem mandato
Tem partido que já estampou na porta de sua sede o aviso: não aceita ninguém com mandato. Um exemplo: o PSL.
Mesmo tamanho
Pelo andar da carruagem, do mesmo jeito que Márcio Bittar tem o MDB na mão, Gladson Cameli tem seu Progressista.
Mão fechada
Alguém questionava ontem que, se quiser ganhar a eleição para senador ou federal, Jorge Viana (PT) terá que fazer algo que odeia: meter a mão no bolso. Como não está no poder, também não poderá esperar doação. Terá que se virar com a grana do partido, certamente pouca pra quem era acostumado com vultosas cifras. É a realidade da política.
Todo mundo calou
O prefeito de Plácido de Castro, Camilo da Silva, do PSD, chegou botando pra moer, tomando algumas decisões que assombraram vereadores. Passados três meses, nem o famoso “Charquiro”, o cri cri da Vila Campinas, que iniciou janeiro detonando o Camilo, falou mais.
Será o Boulos?
Esquisito esse ataque à fazenda do Ricardo Leite, dono da Uninorte. Porventura o Boulos, aquele radical do PSOL teria infiltrado alguém por aqui? Pareceu coisa dele.