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EVANDRO CORDEIRO

COLUNA DO EVANDRO| O passado condena a esquerda acreana e a própria imprensa a ter prudência enquanto a PF executa a Operação Ptolomeu

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Quando o juiz federal Jair Araújo Facundes assinava, dia 23 de setembro de 2016, a sentença que absolvia oito cidadãos presos e vilipendiados publicamente por uma operação denominada G7, ele corrigia um equívoco. As verdades se sobrepunham, felizmente. Infelizmente, não havia mais possibilidade de repor àquele pessoal, quase todos ligados a esquerda acreana ou a seus governos, suas caríssimas reputações. Muitos deles, depois daquilo, definharam, ou vivem, no mínimo, esmilinguidos. A pena moral lhes impôs essa brutal e eterna condenação. Muitos abandonarem suas antigas rotinas em consequência da exposição patrocinada por nós da imprensa e pelos seus então adversários políticos, todos empolgados pelo barulho ensurdecedor das cirenes e pela adrenalina de viaturas cruzando a cidade em altas velocidades em cujos ‘camburões’ iam verdadeiros troféus para os vingadores.

Aquilo tudo, ocorrido há menos de dez anos, serviu de exemplo para todo mundo. Ou pelo menos deveria ter servido. Punição equivocada é deletéria e excruciante. Pior é que o sistema, vez por outra, cai nessa tentação e termina cometendo chacinas morais, um conflito e tanto com o estado de Direito.

Recentemente a Polícia Federal tem protagonizado a Operação Ptolomeu. Na última quinta-feira, 9, materializava sua terceira fase, com muitas perguntas não respondidas e quebrando um perigoso protocolo ao demorar a dar aos advogados o devido acesso aos autos. A OAB inclusive reagiu, pedindo socorro ao Conselho Nacional. É bom que se diga, ou que se escreva, que apesar de tudo, as pessoas não devam se posicionar contra as operações. Elas precisam acontecer porque esse braço do Judiciário trabalha com a suposição simplista segundo a qual onde há fumaça possivelmente poderá haver fogo.

Se crimes foram perpetrados, o tempo dirá. Agora é aconselhável ponderações. Não antecipar julgamentos, esse elemento sedutor, muito convidativo, é bom e conserva os dentes. Com exceção de certos exageros que atraem a mídia, a policia cumpre seu papel constitucional. É desta o papel de procurar fogo onde há fumaça, repito, mas prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Não julgueis para não ser julgados, crava a Bíblia Sagrada em Mateus 7.1.

A esquerda acreana, mandada pra oposição em 2018, tem assistido aos desdobramentos das operações introspecta. Um ou outro mais afoito não tem segurado suas línguas, nada, porém, com muita volúpia.

Talvez aprendeu com a G7 que não é razoável executar reputações depois de assistir, há recentes seis anos, um magistrado corrigir equívocos no julgamento final daquela operação, sem ter chance de devolver aos condenados pela opinião pública aquilo que custa mais caro para o ser humano, a reputação.

Vale ressaltar que o Juiz é o último a se pronunciar e sua canetada tem limites. Livra das grades, apenas. O meritíssimo não tem chance de evitar assassinatos morais que vão ocorrendo até o processo chegar em seu gabinete. Contudo, todavia, ainda bem que existe o Juiz. Do afogado, pelo menos o chapéu.

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