LARISSA CORDEIRO
Tu sai do Acre, mas o Acre não sai de ti, maninho!
Completamente em dívida com os 3 gatos pingados que acompanham a minha coluna (alô Padua Bruzugu, assa esse mandim pra nós), decidi bater a poeira do teclado em razão de um fenômeno pouco comentado, mas muitíssimo verdadeiro: o acreano está em todo lugar, (graças a Deus).
Lembro que nas minhas primeiras viagens ao Rio de Janeiro, me irritava ver tanto acreano perambulando pela zona sul. Isso porque eu era muito nova pra entender a delícia que é encontrar um conterrâneo e dizer: “rapaz, e tu tá é aqui???”
Porém, não só no Rio de Janeiro, mas em qualquer lugar que você vá (eu lanço aqui um desafio, sério) duvido não encontrar ao menos um, unzinho que seja, acreano do pé bem rachado. Estamos espalhados pelo mundão, ouvindo piadas sem graça de quem não é muito bom de geografia e acha que o Acre nem existe de verdade (porr* meu, cê é b********?).
Voltemos ao Rio de Janeiro. É sofrido o acreano que vai embora e não encontra certas coisas pra comer por aí. Nossa culinária é uma mistura muito particular da Nordestina, Paraense, Indígena e Árabe, uma confusão deliciosa, que só nós sabemos reproduzir com maestria. Digo isso com propriedade.
As vezes o único jeito de matar a saudade é se virando nos 200 e poucos reais que custa pra receber um isopor com algumas iguarias via empresas aéreas aproveitadoras da vontade de tomar um tucupi quentinho, embora esse não chegue tão fresco. Outras conseguem se virar com ingredientes que existem disponíveis em algumas regiões do Brasil, como o nosso amado cupuaçu, que não é devidamente aproveitado por aí, diga-se de passagem (é sério mesmo que por aí ninguém pensa em fazer um bombom de chocolate com essa delícia dentro?).
Uma grande amiga minha pensou. Não no bombom, mas em umas geleias deliciosas, que podem ajudar quem vive longe de casa a sentir o gostinho da terra, ou, quem não é daqui mas descobre as maravilhas que a floresta tem a proporcionar. A Yanna é chefe de cozinha em formação, e fundou uma empresa de geleias chamada “Acrioca”, e o nome não poderia ser mais adequado, visto que ela tem um pé aqui e outro lá. As possibilidades de combinação e sabores são tão interessantes, que quando eu estiver novamente de passagem pelo Rio de Janeiro, com certeza vou testemunhar o sucesso da marca.
A Yanna é muito especial, e eu jamais poderia deixar de desejar todo sucesso do mundo, pra mais uma Acreana que está levando nossa riqueza alimentar por aí.
E, se eu fosse carioca, acreana, ou o que quer que fosse e tivesse a oportunidade, experimentaria. Bom fim de semana pros acreanos no Brasil inteiro!