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Avó de fugitivo de Mossoró teme por vida de neto e pede que ele se entregue
Josmar Jozino Colunista da UOL
Tereza Padilha Silva, 86, avó de Rogério Mendonça da Silva, 35, um dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, conversou com a reportagem do UOL perto das 14h40 deste domingo (18). Ela mora no Ramal de Cassirian, no Acre.
A avó de Rogério contou que não tem notícias dele, mas queria lhe transmitir um recado: pediu que se entregasse às autoridades para cumprir a pena e assim saberia que ele está vivo.
Tereza afirmou que não vê Rogério desde setembro, quando ele foi transferido para o presídio federal. Ela acrescentou que ninguém da família chegou a visitá-lo em Mossoró e que a falta de informações sobre o neto é um tormento.
Rogério e o comparsa Deibson Cabral Nascimento, 33, estavam há cinco meses em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) sem sair da cela individual e mesmo assim conseguiram escapar da unidade às 3h37 de quarta-feira (14). Os dois detentos haviam sido transferidos para Mossoró depois que foram apontados como responsáveis por desencadear uma rebelião com cinco mortes em julho de 2023, em uma unidade prisional no Acre.
A vó disse temer que o neto e o comparsa dele sejam mortos em uma ação policial. Na opinião de Tereza, quando acontece uma fuga como essa, o resultado geralmente acaba em morte e é por esse motivo que ela insiste para que Rogério se entregue sem reagir.
Tereza contou ainda que criou o neto desde quando ele tinha seis anos. Revelou que a mãe dele mora no Rio de Janeiro e lhe deu o bebê porque tratava de um outro filho doente. Para Tereza, o neto não é um monstro como estão afirmando.
Mais cedo, ela gravou um vídeo para uma emissora de TV, onde afirmou que o neto fugiu porque “a polícia deu mole e cochilou”. Na gravação, Tereza disse que o neto aproveitou que era carnaval. Segundo ela, a segurança máxima do presídio de Mossoró não vale nada e a polícia do Acre está de parabéns, pois ele ficou 12 anos naquele estado e nunca escapou.
Diretoria afastada
As buscas aos foragidos entraram hoje no quinto dia. Ao menos 300 agentes com o uso de cães farejadores, drones, e 11 helicópteros estão empenhados na missão de recapturar os dois criminosos. Ambos são integrantes do CV (Comando Vermelho), facção criada no Rio de Janeiro.Continua após a publicidade
A fuga em Mossoró foi a primeira registrada em presídios federais e causou desgastes ao Ministério da Justiça e ao governo federal. No Brasil há outras quatro unidades: Campo Grande (MS): Porto Velho (RO), Catanduvas (PR) e Brasília (Distrito Federal).
Toda a direção do presídio foi afastada por causa do episódio. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi na manhã de hoje a Mossoró para acompanhar de perto as investigações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse também hoje de manhã que as suspeitas são de que houve conivência na fuga de Deibson e Rogério. Até agora, as autoridades carcerárias não explicaram oficialmente como os dois faccionados do CV escaparam.
Reportagem
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