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EVANDRO CORDEIRO

COLUNA DO EVANDRO | A eleição desse ano tende a ser a primeira em que esquerda e direita vão as urnas divididas por egos e ganancias

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A eleição de 2022 no Acre caminha para ser bastante diferente de tudo que se viu desde 1962, quando o Estado sai da condição de território para ter sua autonomia política. Naquele tempo as disputas eram marcadas pelo bipartidarismo. Nos anos 1980, com a abertura democrática, passamos a ter vários partidos, mas sempre com a briga pelo Governo polarizada entre duas forças, geralmente unidas em alianças. 2022 está de cair o queixo, com tanta gente querendo ser governador ao mesmo tempo. A pré-campanha é uma miscelânea de dá tontura em cachaça. Está certo que a nova regra eleitoral deu uma ajudada nisso, uma vez que as alianças foram extintas. Mesmo assim tem brecha para junções por meio de uma tal federação que o Congresso arranjou, como sempre, para beneficiar suas raposas. Não se junta quem não quer.

Para ver como essa eleição vai ser diferente, pouca gente está se juntando, pelo menos para disputar o Governo. Aí não é culpa da legislação, nem nada que o valha, é ego mesmo, ganância da braba. Senão vejamos: em 2018, depois de ficar 20 anos na peia, com o PT mandando até nos cabarés do Acre, a oposição se junta, tira a esquerda e, acredite, no dia seguinte racha como parede de barro batido. Não esperaram nem o governador Gladson Cameli montar a equipe. Rompem com ele do vice ao Senador. Todos querendo, como se fosse possível, antecipar a eleição para governador afim de tomar-lhe a cadeira, com uns olhos tão gordos como de mandi cozido.

No outro flanco tem fato inédito também. A velha esquerda, que sobreviveu anos sob o tacão dos irmãos Viana, numa harmonia inominável, também rachou para 2022. O PT de Jorge Viana não aceita ser coadjuvante de seu antigo satélite, a esquerda caviar PSB. Quebrou tudo na emenda, até com o PSOL saindo para outro lado e o Agir noutra direção, cada qual com seus candidatos e, raro, se acusando entre si. É a primeira vez que a esquerda não se entende, desde que o ex-senador Mario Maia criou a Frente Popular, no final dos anos 1980.

Com tanta ganância e ego, a eleição de 2022 tende a ser uma experiência nova até para lobos velhos, como Vagner Sales e Flaviano Melo, que puxam seu velho MDB para um lado, e Petecão seu PSD para outro. Na esquerda, ninguém poderá mais reclamar da ditadura dos Viana. Tem candidato a dar com pau. Enquanto isso, não tem analista que possa prevê no que vai terminar isso. Prognóstico tem muito, mas de torcida, onde se puxa brasa para a própria sardinha. Então vamos ver no que vai dar.

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