EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO Novo líder do Governo sem papas na língua: “Falta me alinhar com a Segov e a esquerda não deixou nada em 20 anos”
O novo líder do Governo na Assembléia Legislativa é um veterano na casa, Manoel Moraes (PP), no quarto mandato consecutivo. Substitui a indecisa Michelle Melo (PDT). Embora antigão, Moraes revelou à coluna não ter ainda se familiarizado totalmente com a nova função, que pesa, por ser o parabrisas do Estado exatamente na casa onde desaguam primeiro os quiprocos. O problema não é o microfone, nem sua disposição de subir na tribuna, apesar de não ser o melhor orador da legislatura. A questão é que ainda não se afinou totalmente com a Segov, a secretaria que precisa ter resposta para tudo. Ele garante, no entanto, que é questão de tempo. “Quero me afinar com a Segov pra dar as respostas rápidas e corretas”, acredita.
Moraes também falou sobre as famílias que dormem no hall da Assembléia Legislativa, expulsas pela Justiça de uma terra no Irineu Serra. Garante que uma solução definitiva está sendo preparada e que, ao final, sairão todos abençoados, inclusive o próprio Estado. Mas manda uma lembrança dura à oposição, que tenta lacrar sobre o caso. “Eles ficaram 20 anos no poder e não fizeram nada nesse sentido. Pelo contrário. O legado do PT foi deixar toda uma geração nascida na época deles virar soldados do crime”, diz.
Sobre as eleições para prefeito na capital, não mete o bedelho. Prefere falar da sua cidade, onde mora até hoje, a internacional Xapuri. Garante que o PP será protagonista em 2024 e que tem quatro nomes para escolher um que será o candidato. Moraes acredita que o xapuriense, finalmente, vai dar uma oportunidade ao partido do governador que vai entrar para a história ao fazer a ligação de Xapuri com o bairro Sibéria e os seringais da região por meio de uma ponte que está sendo construída sobre o rio Acre.
Fica no PP
Tião Bocalom reiterou a coluna hoje: não sairá do PP, por onde, garante, disputará a reeleição. Ele diz que não tem motivos pra deixar a sigla, pela qual foi prefeito de Acrelândia três vezes e agora da capital.
Relação boa
O prefeito de Rio Branco informa, também, que nunca esteve tão bem relacionado com o governador Gladson Cameli (PP) quanto agora. Outro motivo para não deixar o PP, segundo ele.
Ameaça a ex-líder
Perguntei a ex-lider do Governo na Aleac, deputada Michelle Melo (PDT), se a polícia já sabe quem lhe ameaçou pelo telefone, se ela passou o número para o serviço de inteligência? Ela deu o silêncio como reposta.
O cravo ou a ferradura
Tem um partido que vai convidar a deputada Michelle Melo para seus quadros com a garantia de que ela será a vice na chapa do MDB, onde o candidato a prefeito é Marcos Alexandre. O problema é que ela sabe: se sair do PDT, terá seu mandato pedido na Justiça.
De fora
Diretor presidente do Imac, André Hassem (PSDB) informou à coluna que não estará na disputa pela prefeitura de Epitaciolândia, município que administrou entre 2012 e 2016. Seu partido deverá compor com o empresário Everton Soares, que disputará a prefeitura pelo PP.
Aliança do Podemos
Por onde anda, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (Podemos), reforça sua aliança com Gladson Cameli (PP), a quem dá o título de melhor governador para sua região.
É capaz de o partido de Mazinho estar na chapa do PP que disputará a prefeitura de Rio Branco.
Ninguém crítica
Percebeu que ninguém dos pretendentes a prefeitura de Rio Branco está criticando outros interessados? Pois é. O motivo é que todo mundo ainda sonha com aliança com todo mundo. Só tem uma chapa inflexível em relação a partido de esquerda em seu palanque, a do União Brasil, PL e Republicano.
Mato sem cachorro
O deputado Clodoaldo Rodrigues (Republicano), uma boa notícia nessa legislatura (ele parece um parlamentar veterano), está no mato sem cachorro no Juruá, sua base. O partido quer ele candidato a prefeito, mas ele tem boa relação com o atual, Zequinha Lima (PP). Precisa pensar bem antes de tomar decisões, pela exclusiva razão de estar iniciando seus voos altos na política.
Disputa de conselheiro
São tantos nomes bons entre os dezenas de candidatos a conselheiro tutelar em Rio Branco, disputando agora 20 cadeiras, e com campanhas parecidas com a de vereador, que o eleitor está com a cabeça embaralhada. Sobre estrutura, por trás de algumas candidaturas tem gabinete de vereador, deputado estadual e até federal.
Fora, mas dentro
Senador Márcio Bittar (UB) não está mais participando do Governo Gladson, mas também não será oposição, nem ficará no meio termo, como político novato. Diz que isso é totalmente possível e que alguma crítica que faz são as mesmas que fazia quando estava com cargos.