EVANDRO CORDEIRO
COLUNA DO EVANDRO | Passado na casca do alho, Flaviano Melo salvou seu MDB e sua própria reeleição ao topar atrair irados algozes do governador Gladson
O deputado federal Flaviano Melo, a encarnação da sigla MDB no Acre, se é que partido encarna, muitas vezes é ignorado pelos adversários e até aliados, certamente pelo seu comportamento singular, indecifrável. É discreto além do entendimento e seus movimentos são imperceptíveis. Está em todo lugar sem ir a lugar nenhum. Não é por acaso que tem mandato no Acre desde 1982, quatro décadas, portanto. Como quem não quer nada, surpreende algozes e aliados com a sutileza de um felino.
Senão vejamos sua última movimentação: quando percebeu a reeleição para federal comprometida, aliás a última que disputará, segundo revelou a esta Coluna com exclusividade há um ano, e a desidratação de seu MDB decorrente de uma relação mal planejada com o Palácio Rio Branco por ele mesmo, apressou o passo para, outra vez, entrar no cenário competitivo e com tamanho suficiente para não ser ignorado.
Trabalhou naturalmente em silêncio e, dentre todas as saídas que vislumbrou, lhe restou a que certamente menos queria: chegar na eleição rompido com o governador Gladson Cameli, por quem tem muito carinho e respeito, segundo me confidenciou várias vezes. E pior: além do infortúnio desse rompimento, ter que se utilizar de tática pouco republicana para juntar gente ao seu redor. Abriu caminho dentro do partido para quem destila ódio pelo atual Governo. Tipo assim: quando não tem jeito, é o jeito que tem. Era o que tinha a disposição do velho lobo para evitar um fim melancólico e antecipado. De toda sorte está salva sua chapa e seu currículo de ótimo articulador.
Quem aprendeu com ele, aprendeu, quem não aprendeu não aprenderá mais, porque depois dessa vem a aposentadoria. Lembrando ainda que Flaviano tem mais algumas qualidades, dentre elas a de não ter ódio de adversário, uma espécie de diplomacia rara, super do bem. Se precisar, amanhã volta tudo atrás, sem medo e sem segredo, como diria o meu colega jornalista Antônio Muniz.
Sobre o Tadeu Hassem
Olha o que Reginaldo Guerra escreveu em sua página no Facebook sobre a candidatura a deputado estadual do ‘primeiro-irmão’ de Brasileia, Tadeu Hassem. É um panorama colorido da situação política no Alto Acre.
– O homem está solto
Parece que o pré-candidato a deputado estadual Tadeu Hassem vem surpreendendo muita gente com o seu carisma e sua popularidade, que muita gente jurava que ele não tinha. Muita gente manifestando apoio ao pré-candidato.
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Sem sombra de dúvidas não precisamos de fanfarrões engraçados e com sorrisos forçados no rosto, precisamos é de pessoas que tenham representatividade no nosso município. Ele parece estar pegando gosto pela política direita. Será que pode vir a surpreender?
Sem sentido
Vejo a manchete de um site informando que o ex-prefeito Zezinho Barbary, de Porto Walter, teve parte de suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas. É só a manchete mesmo.
Agronegócio embaralhou
Ao anunciar chapa para disputar o Governo, o pessoal do agronegócio embaralhou foi tudo. Primeiro não conseguiram sequer fazer uma chapa de federal e estadual; segundo, caso mantenham candidatura ao Senado, além de atrapalhar a candidata do presidente Jair Bolsonaro, Márcia Bittar, ainda ajudam a trazer de volta a arena política o ex-senador Jorge Viana (PT), único beneficiado caso enfrente várias candidaturas.
Elogio do 01
Flávio Bolsonaro (PL), senador pelo Rio de Janeiro, elogiou o governador Gladson Cameli (PP) em sua estada no Acre nesta terça-feira. Em conversa com a Coluna, lembrou da boa gestão de Cameli diante da pandemia. E por fim, tascou: “formará a chapa perfeita com Márcia Bittar para o Senado”.
Volta pra dentro
Governador Gladson Cameli teria sido aconselhado a tomar café na sede do PP pelo menos uma vez pra semana. Fosse ele, eu iria duas.
Foto comprometedora
ZAP que chegou de Tarauacá: “Evandro, pelo menos uns dois que estão nessa foto com o Petecão (aniversário do município) tem gente nomeada no Governo”. Eu nada posso fazer nada.
Bolsonaro tranquilo
Flávio Bolsonaro disse à Coluna, também, que os faniquitos da esquerda Brasil afora só revelam o quanto a reeleição de seu pai está tranquila. “Quem está na frente não comete a loucura que esse povo tem cometido”, opinou. Além do mais, o comando da campanha tem números bastante tranquilizadores.
Não representa
A direção do Patriotas não se vê representado pelo Julinho Santos na secretaria de Assuntos Governamentais. “Ele já foi do Patriotas. Não é mais”, disse o ex-vereador Vieira.
Fechado com ressalva
A aliança da deputada federal Vanda Milani com o Senador Sérgio Petecão (PSD) está fechada. Nos bastidores eles tentam resolver uma situação tensa, a filiação de Israel Milani no União Brasil, que apoiará a reeleição de Gladson Cameli. Não está sendo fácil.
Duas informações
“Esse rapaz é filho de um médico muito conceituado aqui, o ex-vereador Beirute, que deverá ser o primeiro suplente da Márcia”. Do senador Márcio Bittar apresentando um dos futuros candidatos a deputado federal pelo PL, o Rodrigo Beirute.
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