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Mora na Filosofia

Coluna do professor Aldo Tavares: Dialética marxista, um falso movimento”

Publicado

em

DIALÉTICA MARXISTA, UM FALSO MOVIMENTO
Aldo Tavares,
professor-mestre pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
I) https://www.facebook.com/aldotavares.nascimento.5/
II) https://ateliedehumanidades.com/2024/04/10/fios-do-tempo-a-fraqueza-da-dialetica-sob-o-olhar-de-bergson-e-deleuze-hegel-viu-mal-spinoza-por-aldo-tavares/
III) 27-110-127.pdf (ensaiosfilosoficos.com.br)
No dia 21 de maio, às 19h, na Faculdade de Filosofia Diocesana São José, em Rio Branco, Acre, estarei falando sobre o Platão que faculdades de filosofia desconhecem, pois fixaram ou petrificaram esse filósofo como sendo oposto a Heráclito de Éfeso. Platão o amplia, ou seja, torna ainda mais profundo o conceito de devir; porém, esse mais profundo, Marx não leu, posto que não leu Platão. Por causa dessa ausência filosófica, a dialética marxista é um engodo, um engano, um erro. A dialética marxista, porque desconhece a vastidão filosófica de Platão, não responde à natureza de “o-que-é” o poder.
  Ora, como sabemos, Marx apropriou-se da dialética hegeliana e inverteu-a, vale dizer, ele nunca a problematizou, apenas a reproduziu ou como engodo, ou como engano, ou como erro; e, em razão disso, o conceito de diferença só pode ser pensado enquanto externa ao ser e oposta ao ser; mas, como assevera Gilles Deleuze após ter lido Henri Bergson, o conceito de movimento em Hegel é falso e, por conseguinte, falsa é a dialética marxista, deixando isso evidente nas páginas de  Diferença e repetição, publicada na França em 1968 e, no Brasil, 20 anos depois, embora Deleuze já tivesse tecido tamanha crítica a essa dialética em 1956. Para a filosofia bergson-deleuziana, a diferença é não externa ao ser e não oposta ao ser. A diferença, portanto, porque é não oposição, tem o sinal da graduação, já que o ser difere de si mesmo, não havendo o outro, o não-ser, para o ser diferenciar-se de.
  Só podemos pensar o conceito de diferença, no entanto, caso pensarmos, primeiro, o de movimento, conceito-princípio ou conceito-arkhé da dialética. Marx não pensou o movimento, e Hegel o pensou segundo Heráclito, não conforme Platão. Relevo que movimento aqui, de acordo com a filosofia, é não o do objeto, e sim em seu estado puro, ou seja, sem objeto. Movimento, portanto, é phýsis, traduzido para nossa língua como “natureza”, sendo que movimento é não visível, é não percebido pelos sentidos, é o que está oculto, apenas podendo ser pensado pelo inteligível. Esse conceito, enfim, a essência da dialética, isto é, nada se põe antes dele, por isso arkhé.
  Então, a fim de que o conceito de movimento em Hegel seja problematizado – o que Marx não realizou –, impõe-se a leitura de Henri Bergson e, com efeito, a de Gilles Deleuze, filósofos que definem a dialética hegeliana como um pensamento que apresenta o falso movimento, cuja base é não Heráclito, e sim Platão, filósofo que “assinalou o objetivo supremo da dialética: estabelecer a diferença” (Deleuze, 1988, p. 122).
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