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Depois de amanhã, 20 de janeiro, completam 120 anos de uma das festas mais antigas do Acre, a de São Sebastião de Xapuri

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O município de Xapuri, distante 187 km de Rio Branco, a capital do Acre, deverá ser o “centro” do Estado, depois de amanhã, quinta-feira, 20 de janeiro. É a festa de São Sebastião, que estarão completando 120 anos de história de devoção ao padroeiro da cidade. Como no passado, ainda hoje muitas pessoas dos arredores e de longe se deslocam para a festa, sempre um oásis no deserto, sobretudo, para comerciantes. Nossa reportagem não obteve ainda a resposta da Igreja Católica se haverá restrições para a romaria desse ano, como nós dois últimos, em decorrência da pandemia, mas o certo é que mesmo assim a data nunca passa em branco.

COMO TUDO COMEÇOU

Consta que no dia 20 de janeiro de 1902, um grupo de cerca de 100 pessoas realizou a primeira procissão de São Sebastião, no povoado de Xapuri.

A época era de conflito armado entre tropas da Bolívia e seringueiros do Acre, o que levou aqueles fiéis a recorrerem às forças da fé, colocando seus receios e anseios nas mãos de São Sebastião.

No dia 06 de agosto de 1902, Xapuri é retomado por Plácido de Castro e seus homens, dominando o intendente Juan Dias Barriento e seus antecessores. E a Vila Mariscal Sucre volta a ser Xapuri das tradições brasileiras.

Daí por diante a festa foi acontecendo, crescendo e transformando-se no mais importante acontecimento de nossa cidade.

O “Vinte”, como passou a ser denominado, tornou-se, além do mais, um momento de orações e romarias.

E a imagem que é vista pelos devotos chegou na cidade entre 1910 e 1912, vinda da Itália, oferta do Dr. Epaminondas Jácome, cultuada por pessoas vindas dos mais diferentes lugares.

Esse é a 110ª Festa de São Sebastião, cultura viva do patrimônio imaterial – e religioso – da Princesinha do Acre.

Conheça a história de São Sebastião

São Sebastião foi um mártir dos primeiros séculos da igreja cristã, por professar e não renegar sua fé em Cristo.

São Sebastião nasceu em Narbona, na França, no ano de 256 da Era Cristã. Ainda jovem, mudou-se com a família para Milão, na Itália, cidade de sua mãe. Alistou-se no exército de Roma e tornou-se o soldado predileto do imperador Diocleciano. Conquistou o posto de comandante da Guarda Pretoriana.

Secretamente, Sebastião converter-se ao cristianismo e valendo-se do alto posto militar, fazia visitas frequentes aos cristãos presos que aguardavam para serem levados para o Coliseu, onde seriam devorados pelos leões, ou mortos em lutas com os gladiadores. Com palavras de ânimo e consolo, fazia os prisioneiros acreditarem que seriam salvos da vida após a morte, segundo os princípios do cristianismo.

Prisão e Martírio de São Sebastião

A fama de benfeitor dos cristãos se espalhou e Sebastião foi denunciado ao imperador. Este, que perseguia os cristãos do seu exército, tentou fazer com que Sebastião renunciasse ao cristianismo, mas diante do imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte.

Seu corpo foi amarrado a uma árvore e alvejado por flechas atiradas por seus antigos companheiros, que o deixaram aparentemente morto. Resgatado por algumas mulheres lideradas pela cristã chamada Irene, ele foi levado sob seus cuidados e conseguiu se restabelecer.

Depois de recuperado, São Sebastião continuou evangelizado e indiferente aos pedidos dos cristãos para não se expor, apresentou-se ao imperador insistindo para que acabasse com as perseguições e mortes aos cristãos. Ignorando os pedidos, desta vez, Diocleciano ordenou que o açoitassem até a morte e depois seu corpo fosse jogado no esgoto público de Roma, para que não fosse venerado como mártir pelos cristãos. Era o ano 287 da Era Cristã.

Culto a São Sebastião

Mais uma vez, seu corpo foi recolhido por uma mulher chamada Luciana, a quem pediu em sonho que o sepultasse próximo das catacumbas dos apóstolos. No século IV, o imperador Constantino, que se converteu ao cristianismo, mandou construir, em sua homenagem, a Basílica de São Sebastião, perto do local do sepultamento, junto à Via Appia, para abrigar o corpo de São Sebastião. Seu culto iniciou-se nesse período,

Conta-se que nessa época, Roma estava sendo assolada por uma terrível peste e que a partir do translado das relíquias de São Sebastião a epidemia desapareceu. A partir desta época, São Sebastião passou a ser venerado como santo padroeiro contra a peste, a fome e a guerra.

Durante a Idade Média, a igreja a ele dedicada tornou-se centro de peregrinação e até hoje recebe os devotos e peregrinos de todas as partes do mundo. Sua festa é celebrada no dia 20 de janeiro.

Um dos temas preferidos dos pintores do Renascimento, o martírio de São Sebastião foi retratado por vários artistas, entre eles, Bernini, Perugino, Mantegna e Botticelli. Em geral, o corpo é mostrado atravessado por flechas.

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