POLÍTICA
Dono de instituto de pesquisa faz prognósticos para as eleições 2022: “Gladson tem que escolher seu vice”
Evandro Cordeiro, especial para o Acrenews
O sociólogo Francimar Façanha de Almeida, dono de um dos institutos de pesquisas de boa reputação no Acre, o Delta, disse que não gosta de fazer prognósticos. “Faço diagnóstico”, avisou ao Acrenews, quando foi sondado para uma entrevista daquelas de final de semana, na verdade um descontraído bate papo. No final acabou seduzido pela verve política que todo acreano tem e terminou fazendo prognósticos para dedéu. Ele tem bagagem. Faz pesquisa eleitoral no Acre há 15 anos, com resultados satisfatórios. A nossa reportagem falou sobre a disputa pelo Senado, que se desenha uma peleja sem precedentes, sobre as regras que devem balizar a disputa e sobre o governador Gladson Cameli (Progressistas). Para Francimar, o próprio Gladson deve escolher seu vice. “É pessoal”, salienta. Por telefone, nosso “mago” respondeu rapidinho nossas perguntas.
Veja as respostas:
Acrenews – Como o senhor enxerga a disputa para o Governo em 2022?
Francimar – Estando há mais de um ano das eleições, acho que a campanha já começou. Com a determinação do Senador Petecão (PSD) de disputar o Governo e também do deputado Jenilson Leite (PSB), fica estabelecida uma nova correlação de forças. O senador Petecão não estará no palanque do governador Gladson Cameli (Progressistas) e não podemos ignorar a candidatura do PT, que ainda tem uma boa fatia do eleitorado no Acre.
Acrenews – As pessoas já discutem, no Acre, as eleições de 2022 ou esse interesse tem diminuído?
Francimar – Não, não. O acreano respira política. As eleições de 2022 já são discutidas em todas as esferas da sociedade rio-branquense e acreana.
Acrenews – Como sociólogo e experiente pesquisador, o que o senhor prevê para as eleições. Já tem favoritos a essa altura?
Francimar – Eu faço diagnóstico, não faço prognóstico, irmão, mas arrisco dizer que podemos ter surpresas, principalmente, na eleição para o Senado. São muitos candidatos para uma vaga.
Acrenews – Que surpresa?
Francimar – Em 2002, salvo engano, tinham sete candidatos, entre os quais dois da então Frente Popular. Se elegeram Marina Silva, do PT, e Geraldo Mesquita, do PSB. Os cinco da oposição, que se dividiram, só assistiram o pleito. Entendeu o que eu quis dizer?
Acrenews – O governador Gladson Cameli deve disputar a reeleição pelo Progressistas ou ele muda de partido?
Francimar – Eu acredito que o governador vai continuar no PP e disputar a reeleição lá.
Acrenews – O senhor tem ideia de quem será o vice do governador Gladson na próxima eleição?
Francimar – Vice é uma escolha pessoal do candidato a Governo. Na maioria das vezes que foi imposto por acordos políticos deu errado. Ele deve ter aprendido.
Acrenews – O grande gargalo da próxima eleição parece ser a montagem de chapas, uma vez que não tem mais coligações nas proporcionais. Quem sobreviverá a isso?
Francimar – Se mantendo a regra atual, sem coligações, no Acre formarão chapas fortes o PP, PLS, MDB e PSD, podendo entrar neste time o PDT.
Acrenews – Nessa questão da formação de chapas, o voto distritão salvaria a lavoura de muita gente. E vai ser votado no Congresso nos próximos dias. Vai passar o distritão, cuja regra é se elegerem os mais votados?
Francimar – Acredito que não passa. O Distritão diminui a representatividade partidária. É bom para os caciques. Perpetuará no poder os que já tem mandato, negando oportunidade para quem quer disputar um cargo eletivo.
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