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ESPORTE

Fla, Bangu e Vasco jogaram no Acre em 1982, mas não pelo Cariocão

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em

MANOEL FAÇANHA

O fato de o Flamengo, o Vasco da Gama, o Fluminense e o Botafogo terem realizado algumas partidas do Campeonato Carioca 2024 fora do Rio de Janeiro, precisamente no Norte e Nordeste do país, me fez lembrar a política que alguns clubes brasileiros adotavam em determinadas temporadas para buscar receita com jogos amistosos além dos limites territoriais de seus estados.

Na Copa do Mundo/1982, Passarela e Sócrates trocam flâmula momento antes da partida Brasil 3 x 1 Argentina.

Um desses fatos ocorreu às vésperas da Copa do Mundo da Espanha, em 1982, quando a cidade de Rio Branco-AC recebeu três clubes do estado fluminense: Flamengo, Bangu e Vasco da Gama. A presença desses clubes, com seus astros consagrados na região sul da Amazônia para amistosos, era uma ferramenta que fortalecia a identidade da agremiação com o torcedor local e ainda contribuía com o caixa do clube para o restante da temporada. 

Foi, também, naquele ano de Copa do Mundo, que o Conselho Nacional de Desportos (CND) autorizou os clubes profissionais a utilizarem publicidade em seus uniformes, com exceção de fumo, bebidas alcoólicas e jogos de azar.

Com gols no 2º tempo, Fla supera o Rio Branco: 3 a 0

Com a possiblidade de acerto com a montadora de automóveis Toyota para estampar a marca na camisa do rubro negro carioca, a equipe comandada pelo auxiliar técnico Modesto Bria, em substituição ao titular Paulo César Carpeggiani, entrou no gramado do Stadium José de Melo, com a seguinte formação: Raul; Djalma, Marinho, Figueiredo e Antunes; Vitor, Andrade, Tita, Popéia (Edson), Nunes (Reinaldo) e Lico. Lembrando que o lateral esquerdo Júnior e o meia Zico não estiveram presentes no amistoso pelo fato de estarem servindo à seleção brasileira. Outra baixa foi o meia Adílio.

Flamengo – 1982. Em pé, da esquerda para a direta: Leandro, Raul, Figueiredo, Marinho, Andrade e Júnior. Agachados: , Lico, Adílio, Nunes, Zico e Tita. Foto/Revista Placar

A partida transcorreu com o gramado pesado e escorregadio. O Rio Branco buscando o equilíbrio da partida diante de um adversário tecnicamente bem superior e com mais poder de “fogo”. No entanto, apesar de algumas oportunidades de gols criadas pelo dois lados, o confronto foi para o intervalo sem abertura de contagem.

Na etapa complementar, o rubro negro carioca, com as entradas de Reinaldo e Edson, ganhou mais mobilidade na linha de frente e marcou três gols. O primeiro deles anotado pelo atacante Tita, num lance bastante questionado pelo time estrelado, que pedia impedimento, aos 19 minutos.

Nos dez minutos finais o Flamengo liquidou a fatura. Reinaldo escorando cruzamento de Edson, aos 35 minutos, marcou o segundo gol. O terceiro, o mais bonito do amistoso, saiu dos pés do atacante Lico, aos 41 minutos. O jogador rubro negro fez festa na defesa estrelada, inclusive, driblando o goleiro Klowsbey.

Naquela noite histórica, o Rio Branco foi a campo com a seguinte formação: Klowsbey; Tonho, Eco, Nivaldo e Zuza; Mário Sales, Genilson e Dionísio; Roberto, Gil e Edmilson. O árbitro da partida foi o senhor Antônio Soares, enquanto Rivaldo Soares e Eliérsio Gomes foram os assistentes. O número de pagantes não foi divulgado e a renda ficou em torno de Cr$ 8 milhões, sendo que 6 milhões foram para o Flamengo, que em abril daquele havia conquistado o Campeonato Brasileiro, após vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, gol de Nunes.

Bangu perde jogo e invencibilidade de 19 partidas no AC

Com os badalados Moisés, Marco Antônio, Mococa, Rubens Feijão e Mirandinha, o Bangu chegou ao Acre com uma invencibilidade de 19 partidas sem derrotas na temporada de 1982. O primeiro adversário da equipe carioca foi o Juventus, então campeão acreano, que venceu por 2 a 1.

Melhor na partida, o Juventus abriu o caminho da vitória com o lateral/zagueiro Mauro, após assistência de Antônio da Loteca.

Na etapa complementar, o Bangu deixou tudo igual no placar, numa conclusão no jogo aéreo de Antônio Lira, após cruzamento de Toninho.

O Juventus  mostrou personalidade e chegou ao gol da vitória, aos 18 minutos. Carlinhos Bonamigo cruzou, o zagueiro Lauro tentou tirar e o goleiro Tião fez a defesa, mas, o meia Carlinhos Bonamigo dividiu com o goleiro e a bola acabou no gol dos visitantes.

O Juventus venceu o Bangu com a seguinte formação: Carlos Alberto Xepa; Mauro, Neórico, Paulão e Paulo Roberto; Mariceudo, Tom e Carlinhos Bonamigo; Paulinho, (Vidal), Batalha (Pingonça) e Antônio da Loteca. 

O time de Moça Bonita perdeu com a seguinte formação: Tião; Toninho, Lauro, Júlio César e Marco Antônio; Mococa, Ailton Lira (Índio) e Rubens Feijão; Mirandinha (Renato), Wagner e Marcelino (Vilmar).

Bangu carimba as faixas do Independência

No segundo amistoso do time de Moça Bonita no Acre, a equipe, mesmo com ausência do zagueiro Moises, do goleador Wagner e Renato, tratou de carimbar as faixas do Independência-AC. Toninho e Mirandinha marcaram os gols do time do Moça Bonita.

Antes de a bola rolar, o então presidente da Federação Acreana de Desportos (FAD), Adel Derze, entregou a taça de campeão do Torneio do Povo ao goleiro José Augusto, capitão do Independência.

A renda da partida somou mais de Cr$ 2,5 milhões. O Bangu venceu com a seguinte formação: Tião; Júlio César, Rener (Índio), Lauro e Marco Antônio; Rubens Feijão, Mococa e Lira; Toninho, Mirandinha e Vilmar. O Independência foi a campo com: Milton; Pintão, Lécio, Roberto e Marroco; Tadeu, Nei (Isac) e Dadão; Rose, Salvador e Neivo.

Claudio Adão marca e Vasco supera o Rio Branco

O terceiro clube carioca a pisar em solo acreano naquele ano de Copa do Mundo, foi o Vasco da Gama. O Gigante da Colina trouxe seus principais jogadores para a partida no Acre, inclusive, o atacante Roberto Dinamite, principal jogador do elenco do time de São Januário. O duelo interestadual fez parte dos festejos do 20º aniversário de emancipação política do estado e, também, das festividades do 63º aniversário de fundação do Rio Branco.

A partida terminou com vitória minúscula do Vasco da Gama por 1 a 0, gol de Cláudio Adão, aos 24 minutos do segundo tempo. O Gigante da Colina foi a campo com a seguinte formação: Mazzaroppi; Serginho, Nei (Rondinelle), Ivan e Gilberto; Dudu, Ernani e Cláudio Adão; Catinha (João Carlos), Roberto Dinamite e Marquinhos. Técnico: Antônio Lopes. Por outro lado, o Rio Branco, do técnico paraense Osvaldo Dahas, formou com: Klowsbey, Marquinhos, Dionísio, Livaldo e Zuza; Mário Sales (Maurício), Amauri (Tonho) e Genilson; Roberto, Gil Edmilson.

O jornal Diário do Acre divulgou na edição do dia seguinte ao jogo, a lista dos melhores da partida e a renda do amistoso. Confira: Mazzaroppi, Dudu, Ernani, Cláudio Adão e Marquinhos (Vasco); Klowsbey, Marquinhos, Livaldo, Mário Sales, Genilson; Roberto e Edmilson. Já a renda do confronto ficou na cifra de R$ 4,2 milhões de cruzeiros.

Conforme o Diário do Acre, um cartola estrelado teria influenciado na escalação do Rio Branco naquele do mês de junho de 1982. O time estrelado iniciaria a partida com Mauricinho no lugar de Mário Sales, mas a escalação divulgada pelo treinador teria sido modificada no chamado apagar das luzes e, no dia seguinte, o técnico, insatisfeito, pediu demissão do cargo, algo prontamente atendido pelo presidente Sebastião de Melo Alencar. O certo da história é que o volante Mário Sales esteve entre os melhores atletas daquela partida.

Pra fechar a história desse amistoso, o atacante Roberto Dinamite acabou convocado para substituir o atacante Careca na Seleção Brasileira. O fato, segundo o jornal Diário do Acre, teria ocorrido momentos antes do amistoso contra o Estrelão.

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