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POLÍTICA

Francisca Arara, a indígena que virou secretária no Governo Gladson, é outro personagem do Juruá

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Por Ere Hidson

Filha de Aidê Varela Lima e Francisco Albanir Lima de Souza, Francisca Oliveira de Lima Costa, a Francisca Arara, nasceu em 21 de novembro de 1977 em Porto Walter, na época Vila Humaitá.

Casada com Altemiro Pereira da Costa, empreendedor informal, ela é mãe de cinco filhos, sendo eles Márcio Lima da Silva, professor; Yuri Lima da Silva, autônomo; Jardel Lima da Silva, soldado do Exército; Anari Lima da Silva, estudante; e Yan Lima da Silva, estudante.

Francisca Arara foi Professora indígena, na terra indígena Arara do igarapé Humaitá, município de Porto Walter.

Foi coordenadora da Organização dos Professores Indígenas do Acre, a OPIAC.

Assessora política da Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre – AMAAIAC (nas duas organizações fez uma grande gestão política, administrativa e financeira), tem trabalhado na articulação política e junto a lideranças e comunidades indígenas e instituições multilaterais e governamentais em encontros e fóruns de discussão sobre mudanças climáticas desde 2012.

Continua participando de grandes eventos, nacionais e internacionais, dentre esses a Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COPs) de 2012 a 2022; das reuniões do Mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU) da organização das Nações Unidas desde 2016; como membro do Comitê Global Indígena e Presidente do Comitê Regional do Brasil da Força Tarefa de governadores para Floresta e Clima.

Tem participado das negociações para a captação de recursos com instituições de fomento internacionais (nas negociações entre governos nacionais estaduais e subnacionais, exemplo do REM-KFW por exemplo).

Tem dado palestras sobre a relação entre povos indígenas e governos para a elaboração de políticas públicas em diversos estados brasileiros.

No Acre, tem colaborado com a articulação regional de 23 organizações indígenas de abrangência local e regional, que representam 15 povos indígenas em todas as regiões do estado.

É graduada em licenciatura indígena pela Universidade Federal do Acre, Campos Floresta em Cruzeiro do Sul, 2014.

Provavelmente por causa dessa trajetória de muito sucesso é que o governador Gladson Cameli (PP) teria lhe convidado pra ajudar a gestão de seu governo, mas, não só isso, também é uma demonstração pessoal dele de que tem um olhar diferenciado para a questão da pauta indígena no Acre.

Em 2019 Francisca Arara fez parte do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) pra cuidar da parte de governança, da salvaguarda, dos princípios, das normas, de orientar as políticas para os povos Indígenas.

Em janeiro de 2023 foi convidada pelo governador Gladson Cameli, pra ser assessora especial ligada ao gabinete do governador.
Essa assessoria tinha um papel de articular, mas não executar.
Nessa função, Francisca realizou um Fórum que contou com a participação do Governo Federal, outros unidades da Federação, secretarias do Estado do Acre, financiadores, lideranças indígenas, os parceiros e a sociedade civil.
Destaca-se por não ser uma pessoa vaidosa, não centralizar a gestão, mas por trabalhar em equipe para os resultados chegar na ponta de quem mais precisa que são exatamente os povos indígenas e cuidar do meio ambiente.

Nesse fórum, o governador, com seu jeito de Gladson Lima Cameli de ser, anuncia a criação da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (SEPI). Foi uma surpresa positiva esse gesto do governador.

Em suas palavras, Gladson foi claro: “Não estou criando essa secretaria por pressão, não estou criando a secretaria por criar, eu peço ajuda das demais secretarias pra ajudar esta guerreira, a Francisca Arara, porque eu conheço ela e aprendi a confiar nela e conheço o potencial dela”.

Da mesma forma, Francisca retribui a fala do governador: “Eu também aprendi a gostar e respeitar o governador Gladson. Ele é uma pessoa muito, mas muito do bem. As vezes eu fico até preocupada por ele ser essa pessoa tão do bem, e outras pessoas quererem aproveitar da bondade dele. Mas, conhecendo ele, eu percebo que está muito ligado, muito atento das coisas”.

E acrescentou a liderança indígena: “Estamos cuidando dessa pasta, é um desafio também para fazer com que, as políticas de fatos elas cheguem nas terras indígenas”.

Francisca conta que ainda está na parte de estruturação da SEPI, mas garante ter recursos específicos destinados para os povos indígenas.
Ela informa, otimista, que vai começar a execução desses recursos só em 2024.

“Agradeço o carinho a confiança e o respeito do governador na minha pessoa. Por me colocar a frente desta pasta, que temos hoje uma ligação muito forte com o Ministério dos Povos Indígenas. Recentemente tivemos em Nova York com a ministra, a gente conversou e ela falou que está disposta a conversar com os ministérios, não só no Acre, mas em outros estados tem secretárias Indígenas, e por incrível que pareça, todas são mulheres também”, diz a secretária dos Povos Indígenas.

O governador Gladson Cameli tem focado nisso, da questão de gênero , da valorização da mulher na sua gestão.

Eu seu “time” de mulheres tem a a Procuradora Janete Albuquerque, a secretária de Meio-ambiente, Julie Messias, a secretária de Assistência Social, Zilmar Rocha, além da vice-governadora, Mailza Assis (PP), segundo lembra Francisca Arara. “E tem eu também de mulher. Portanto o governo Gladson valoriza as mulheres e dar mostra disso nos colocando no primeiro escalão”, disse.

Inteligentemente, Francisca Arara diz que nao está no posto, nem exaltando as mulheres como uma especie de disputa. “Pelo contrário.
Eu tenho grandes assessorias de lideranças homens que podem ajudar muito na política pública e recorte de povos indígenas. Portanto estamos aqui pra ajudar e tentarmos dar o nosso melhor, para a população, pois somos servidores, estamos aqui pra servir, a política de estado e aquilo que almeja o nosso governador e também fazer chegar nos povos indígenas que estão precisando da gente, da educação de qualidade, de assistência social, da saúde, fortalecimento da cultura indígena do turismo, de formação em formação que chegue de qualidade em nossas terras, e também ajudar a influenciar os financiadores pra essa pauta das crises climáticas. Porque o Mundo está desabando, está com muita falta de recursos, e esses recursos dos fundos climáticos, não podem ser empecilho para os estados não acessar, as comunidades que mais sofrem, que mais são vulneráveis não acessar, então o meu papel na discussão nacional e internacional é tentando sensibilizar os financiadores para que esses cheguem de forma mais claras, mais transparentes e respeitando os riscos e que não venha colocar os nossos direitos e dos nossos territórios em risco”, disse.

“Nossa pauta ambiental e indígena, foi um trabalho feito a muitas mãos”
Primeiro veio a Lei Chico Mendes.
Depois veio o Etno Zoneamento Ecológico Econômico, que foi trabalhado dentro do estado.
Depois das demarcações das terras indígenas, veio a implantação da política de gestão territorial e ambiental que se transformou na política nacional.
Hoje, das 34 terras indígenas, 26 terras tem seus planos de gestão; que diz como a gente tem que viver, usar o nosso território sem acabar.
Como preservar as florestas, mas, também ter sustentabilidade, ter produção para merenda regionalizada e não comprar comidas que só levam lixo a nossas terras, mas ter um alimento saudável e um ambiente sustentável.
A nossa batalha é: manter floresta em pé, mas também fazer um trabalho de desenvolvimento sustentável de forma organizada. Manter a floresta em pé, mas também pensar que dentro da floresta tem seres humanos, tem gente. Que precisa de tecnologia, precisa de formação, precisa de energia limpa, energia renovável”, afirmou.

Por ser natural de Porto Walter, cita o exemplo da estrada que Liga Porto Walter a Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul.

“Eu sou de Porto Walter, da terra indígena Arara e fiz uma viagem de barco no verão, e fiquei muito surpresa, pois vai chegar um tempo que, vai ficar intrafegavel e inviável pelo Rio Juruá de barco. Então, ou vai ser de avião ou de carro pela a estrada. Sou a favor da estrada, mas que seja respeitada os trâmites e as leis”, destacou a professora Francisca Arara, uma jovem, juntamente com os também jovens Gladson e Mailza, contemporâneos que estão alinhados pelo bem do Acre.

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