GOSPEL
GABRIELA CÂMARA, a “patricinha de Jesus” que trocou a vida de luxo pela relação com a periferia de Rio Branco através da rádio Boas Novas, onde manda na audiência ao meio dia
Evandro Cordeiro
Aos 31 anos de idade, recém-completados no dia 6 de março, a administradora Gabriela Ramos Câmara Damasceno bem que poderia estar aboletada nos endereços mais requintados de Manaus, no Amazonas, e de Brasília, no Distrito Federal, onde a família dela, incluindo irmã, sobrinhos, pai e mãe, moram. Ela é filha do deputado federal pelo Amazonas, Silas Câmara (Republicanos), e da ex-deputada federal pelo Acre, Antônia Lucileia Cruz Ramos Câmara, ou simplesmente Antônia Lúcia. Pois a Gabriela preferiu um endereço bem frugal em Rio Branco e pior, distante da família.
Mora na capital do Acre há cinco anos e administra a rádio Boas Novas, emissora cuja programação é predominantemente evangélica e onde desaguam as lamúrias de pessoas sofridas, a procura de cura espiritual e até mesmo física.
Gabriela assegurou ao Acrenews, numa conversa rápida, pelo telefone: escolheu essa vida e encontrou nessa rotina a felicidade. “Me sinto completa”, diz ela, que acabou virando também radialista, até por ironia do destino. Mais que isso, virou “dona” da audiência do rádio na capital do Acre, ao menos no horário de meio dia, período em que apresenta o “Novidade de Vida”. Ela admistra a rádio há meia década e há dois anos assumiu o programa, que leva para o ar a partir de meio dia, de segunda a sexta-feira. “O novidade de Vida foi a forma que eu encontrei de ajudar a população, de dar voz pra quem não tem voz e idealizar projetos e outras atividades para o povo cristão”, fala pelo telefone em sotaque de radialista, a “patricinha de Jesus”, como é chamada carinhosamente pelos amigos mais íntimos e com o que não se incomoda. “Não tenho nada a ver com patricinha. Quem me conhece sabe, mas nem me incomodo”, responde, sorridente.
A filha da Antônia Lúcia, que praticamente não precisa mais dessa referência para sobreviver no Acre – daqui a pouco a Antônia Lúcia é que virar mãe da Gabriela -, não está pensando em política no momento, mas não pode negar que amanhã pode pensar. Filha de políticos, inclusive de um campeão de mandatos no Amazonas, o deputado Silas Câmara, cinco vezes consecutivas eleito folgadamente, “Gabi” não tem como fugir do assunto.
Inclusive vem de uma eleição de vereadora em 2020, por meio da qual só não estar na Câmara de vereadores de Rio Branco, eleita, em decorrência da regra eleitoral do momento. O PL, partido dela, não alcançou a linha de corte, para eleger o primeiro, mas os 2.715 votos conquistados por ela a colocou como a quinta mais votada na capital. “Isso é um capital político que não pode ser desprezado”, admite ela, mas o momento é de cuidar de seu programa de rádio, se cuidar da marca trazida pelo coronavirus, o que a aproxima ainda mais de um público da periferia, uma satisfação que ela descobriu com o tempo. “
Temos saído da mesmice, levando assuntos importantes a serem discutidos pela sociedade”, diz ela, fazendo propaganda de seu programa.
A “patricinha de Jesus” segue no ar, diz ela, para continuar o legado da mãe, do pai, abençoados, queiram os adversários ou não, por proclamaram o nome de Jesus, não apenas por meio de um luminoso na torre da rádio no centro de Rio Branco, onde o nome de Jesus brilha a noite inteira, mas através de outros programas sociais, alguns inclusive parados no momento. Pra finalizar, ela revela também: está apaixonada pelo rádio. “É bom demais, porque alcança quem não tem vez”, conclui.
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